O Flamengo venceu o América-MG neste domingo (13/06), no Maracanã, pela 3ª rodada do Brasileirão. Este foi o primeiro dos jogos da equipe no campeonato, com os 5 desfalques da Copa América. Para piorar, Pedro testou positivo para a Covid-19 e também não atuou. Mas, o time passou muito bem no teste. Fez uma grande partida e conseguiu a convincente vitória.
O Mais Querido costuma atuar em um 3-2-3-2 com a bola. A grande questão era se, com tantos desfalques, o Flamengo manteria o esquema. Contra o Coritiba, por exemplo, atuou em um 4-2-3-1. Rogério Ceni, por meio de Maurício Souza, colocou Matheuzinho no lugar de Isla. Gerson retornou para a equipe, saindo João Gomes, e Vitinho e Michael entraram nas vagas de Everton Ribeiro e Arrascaeta. Já Rodrigo Muniz substituiu Gabigol. Embora os jogadores que entraram tenham características diferentes dos titulares, o sistema se manteve.
A primeira linha que fazia a saída de bola foi formada por Arão, Rodrigo Caio e Filipe Luís. Diego e Gerson formaram a primeira dupla do meio de campo. Na frente deles, Michael atuou aberto na esquerda, Vitinho ficou centralizado, se movimentando bastante, e Matheuzinho jogou aberto na direita, como um ala. No ataque, a dupla Bruno Henrique e Rodrigo Muniz, que é um centroavante mais de área.
O time manteve o esquema, mas com jogadores de características diferentes. Arrascaeta e Everton Ribeiro são atletas mais técnicos. Vitinho e Michael, por sua vez, têm mais velocidade. Já Muniz agrega muito em presença de área e vigor físico, embora com menos movimentação que Gabigol. O resultado foi um time muito veloz, com intensidade, que conseguiu criar muito e teve grande atuação.
Um ponto importante da formação é que Bruno Henrique fica de segundo atacante, próximo de Muniz e com liberdade para se movimentar – diferente de quando atua como um ponta, aberto na esquerda. Assim, o atleta pode cair pelos lados e também centralizar, o que extrai o melhor do futebol dele. Logo aos 5 minutos, por exemplo, ele recebeu na direita um lindo lançamento de Arão e foi derrubado pelo goleiro. O pênalti só não foi validado porque o atacante estava impedido por bem pouco.
Vitinho foi outro com muita liberdade. Jogou centralizado mas caia bastante pela direita também. No lance do primeiro gol, foi ele quem roubou a bola pelo centro, puxou o contra-ataque com velocidade, abriu para Bruno Henrique, recebeu de volta próximo da área e deu uma assistência linda para o atacante, que correu livre e marcou. Pouco depois, o camisa 11 quase deu mais um passe para gol, dessa vez na direita, em que deu cruzamento rasteiro na segunda trave para Rodrigo Caio, que não chegou por pouco.
Rodrigo Muniz também teve uma atuação muito boa. Fez um gol que mostrou todas as qualidades do bom centroavante, em que recebeu de costas para a marcação, fez o pivô, girou em cima do zagueiro, ganhou na força e velocidade, deu um chute incrível, rasteiro e cruzado, bem forte. Mas, é preciso destacar também a importância dele no primeiro. Muniz não toca na bola, porém a movimentação dele foi fundamental. Quando Bruno Henrique avançou com a bola por dentro, o jovem caiu para a esquerda, puxando, assim, a marcação do zagueiro. Com isso, ele abriu um buraco no meio da área, que BH infiltrou e marcou.
O time voltou para o segundo tempo sem alterações, mas com um “outro” Gerson. O camisa 8 participou muito e, embora não tenha feito gol ou assistência, foi o melhor jogador da etapa. Se na primeira ele deu uma boa enfiada de bola para Vitinho, no lance do cruzamento para Rodrigo Caio, na segunda o “Coringa” tomou conta do meio e deu diversos lançamentos, explorando a velocidade de Michael – que foi mais participativo no 2º tempo -, Bruno Henrique, Rodrigo Muniz, Vitinho e Matheuzinho.
A equipe, então, dominou ainda mais a segunda etapa, praticamente não deixando o América jogar. O adversário tentava marcar com força no meio, mas, quando Gerson conseguia dar o giro em cima da marcação, ele clareava a jogada e imprimia muita velocidade. O time criou bastante e desperdiçou grandes chances, a maioria que começou nessas bolas do camisa 8. O próprio Coringa ainda deu um lindo chute de fora da área no travessão. Jogou demais.
Já a linha defensiva com Arão, Rodrigo Caio e Filipe Luís foi muito bem. São jogadores velozes para defensores, que conseguem fazer bem as coberturas, e, principalmente, dão muita qualidade na saída de bola. Eles fazem os passes que quebram a primeira linha de marcação e clareiam as jogadas. São fundamentais para o estilo de jogo do time. Arão deu o lançamento para Bruno Henrique no lance do pênalti anulado, Rodrigo Caio quase fez o gol aparecendo de elemento surpresa e foi Filipe Luís quem começou a jogada do gol de Muniz. Ele lançou Vitinho, que deu o passe de primeira para o centroavante girar e marcar.
Então, o time conseguiu se sair muito bem no primeiro teste com os desfalques. Tudo bem que o América-MG não é o adversário mais forte – não venceu e nem marcou na competição -, mas, de qualquer forma, a equipe se mostrou muito à vontade e bem entrosada, sem sofrer muitos sustos na defesa. Grande atuação, que anima para os próximos jogos, mesmo sem os principais jogadores.