Ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello perde direito político no clube

Dirigente também foi suspenso do Mais Querido por 90 dias

Eduardo Bandeira de Mello consegue recurso para suspensão de votação que retirou direito político no clube
(Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, está suspenso do clube por 90 dias e perdeu o direito político no Mais Querido por 5 anos. A decisão foi feita nesta segunda-feira (16/08), em votação na sede da Gávea. Ao todo, 52 pessoas votaram a favor, 30 contra, 1 branco e 1 nulo. O antigo mandatário pode entrar com recurso no Conselho Deliberativo ou ir à Justiça Comum para anular a punição.

O motivo da suspensão e das perdas de direito político do ex-presidente aconteceu devido a uma declaração feita no ano passado, em relação ao incêndio do Ninho do Urubu. Bandeira afirmou que se ele fosse o mandatário do clube, a tragédia, que levou à morte de 10 jovens jogadores da base rubro-negra, não teria acontecido.

“Se eu ainda fosse presidente, tenho quase certeza de que não teria acontecido o incêndio. Fiquei lá seis anos, e não aconteceu nada. O que aconteceu ali, eu já não estava mais lá, e sinceramente não sei qual foi a causa. Mas espero que o Ministério Público chegue à verdade. Porque é muito desagradável se ter inocentes sendo acusados de maneira totalmente injusta. Um deles sou eu”, afirmou Bandeira.

Vale destacar que o incêndio ocorreu no dia 8 de fevereiro de 2019. O presidente já era Rodolfo Landim, mas ele estava no cargo há menos de dois meses, sucedendo justamente o mandado de Bandeira. A declaração, então, gerou revolta da diretoria atual. Em seguida, o grupo político Vanguarda Rubro-Negra deu entrada com o pedido de inquérito contra o ex-presidente, baseado em dois artigos do Estatuto do clube, o 24 e o 49.

A pena do artigo 49 prevê a suspensão de 360 dias, ou eliminação do quadro social, por “veicular expressões desonrosas, por qualquer meio de comunicação, contra o FLAMENGO, ou os membros de seus Poderes, em campanha eleitoral, ou em razão de suas funções”.

Sócios do Flamengo chegaram a divulgar um manifesto contra a possível punição e o ex-presidente afirmou que acreditava que tudo daria certo. Apoiadores de Bandeira também afirmaram que a comissão de inquérito criada para a votação no Conselho de Administração é formada por aliados da gestão Landim e contra o ex-mandatário.

Entretanto, com a votação foi feita e, pelo resultado, Bandeira de Mello não tem mais direitos políticos no clube. Consequentemente, não pode mais se candidatar para a presidência do Flamengo futuramente.