O Flamengo venceu o Juventude por 3 a 1, nesta quarta-feira (13/10), no Maracanã, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido entrou em campo com 9 desfalques, sendo 6 deles jogadores considerados titulares. Ainda assim, o time teve uma atuação “de gala” na primeira etapa – como disse o técnico Renato Gaúcho na entrevista coletiva – e garantiu mais uma importante vitória na competição. Além disso, o rubro-negro mostrou uma mudança tática, que foi fundamental na partida.
Convocados para as Eliminatórias, Isla, Everton Ribeiro e Gabigol ainda estão com as respectivas seleções e, por isso, não atuaram. Além deles, David Luiz, Diego, Arrascaeta e Bruno Henrique, lesionados, estavam fora, assim como João Gomes, gripado, e Vitinho, suspenso. Renato Gaúcho, então, tinha um dilema: Sem ER7, BH e o camisa 11, quem botar na meia-direita? O treinador optou por colocar Kenedy, que até então tinha atuado em apenas 5 partidas, todas como reserva, sendo uma jogando 45 minutos e nas outras quatro uma média de 14 minutos por confronto. A escolha deu certo.
Kenedy teve uma excelente atuação pelo lado direito, se entendendo bem com Matheuzinho. Canhoto, o ponta tem como tendência cortar para dentro, puxando a bola para o pé bom, deixando, assim, o corredor livre, o qual o jovem lateral avançava constantemente. Os dois “infernizaram” a defesa do Juventude, que atuou com 3 zagueiros, em um 5-3-2. Matheuzinho prendia a marcação do lateral-esquerdo, enquanto Kenedy alternava entre cortar para dentro e ir para o fundo, confundindo a marcação do zagueiro Foster, que atuou pela esquerda. Além deles, Thiago Maia avançava por esse setor para auxiliar, assim como Andreas Pereira.
O miolo do meio de campo rubro-negro foi onde teve a alteração tática de Renato Gaúcho. Desde o início da última Data Fifa, Thiago Maia entrou no time titular e passou a atuar de 2º volante, enquanto Andreas Pereira avançou e assumiu a vaga de Arrascaeta como meia-armador, no 4-2-3-1. Entretanto, o belga-brasileiro atua melhor de volante, podendo construir de frente. Quando faz a função do uruguaio, acaba ficando muito “preso” na frente, mais próximo da área, tendo que receber de costas, o que fez com que caísse o rendimento nos últimos confrontos. Entretanto, contra o Juventude, o Flamengo mudou para o 4-3-3.
Assim, Andreas Pereira passou a atuar como um 3º volante, não mais de meia-armador. Dessa forma, o jogador teve muito mais liberdade para se movimentar, caindo pelos dois lados do campo, avançando para se aproximar da área e recuando para buscar bola próximo do Arão, que foi o primeiro homem. Assim, o belga-brasileiro foi bem mais participativo na partida, sendo o motor e cérebro da equipe e o melhor em campo. Com a formação, o Flamengo também passou a ter muita fluidez no meio. Thiago Maia alternava com Andreas, avançava e auxiliava nos dois lados. Algumas vezes, o camisa 8 invertia até com Arão, ficando na defesa e “deixando” o camisa 5 adiantar.
Na esquerda, Michael dava a amplitude pela ponta, sempre indo para cima da marcação, enquanto Filipe Luís avançou bastante e auxiliava pelo lado e por dentro, além da ajuda dos volantes. Pedro ficou como centroavante de referência, fazendo o pivô, inclusive fora da área, prendendo os zagueiros do Juventude. O time que entrou em campo, então, foi: Diego Alves; Matheuzinho; Rodrigo Caio e Léo Pereira; Filipe Luís; Willian Arão, Thiago Maia e Andreas Pereira; Kenedy, Michael e Pedro.
Não demorou para ver o impacto das mudanças táticas e a força do lado direito rubro-negro. Logo no primeiro minuto, Andreas Pereira conduziu da direita para o meio e serviu Kenedy na entrada da área, que chutou nas mãos do goleiro. Aos 9, Andreas pegou na esquerda e virou o jogo para Matheuzinho, que dominou, tabelou com Thiago Maia, depois cortou para dentro e finalizou de canhota, cruzado, mirando o ângulo e acertando o travessão. Então, dois minutos depois, o primeiro gol. Kenedy recebeu na ponta direita, tabelou com o lateral pelo lado, virou para o meio, passou para Pedro na entrada da área e infiltrou. Marcado por 2, o centroavante deu um toque de letra sensacional de volta para o ponta, que driblou a marcação e marcou.
O Juventude só foi assustar aos 25, graças a um erro de passe de Rodrigo Caio na saída de bola, que Ricardo Bueno conduziu e finalizou nas mãos de Diego Alves. O Flamengo respondeu no mesmo minuto, com o segundo gol, dessa vez pela esquerda. Filipe Luís conduziu e passou em profundidade na direção de Michael, mas Quintero antecipou. Entretanto, o ponta foi esperto, roubou a bola do zagueiro, entrou na área e cruzou rasteiro para Pedro, que empurrou para o fundo das redes. Depois, o Mais Querido continuou pressionando e, aos 34, ampliou. Michael avançou em velocidade, driblou a marcação e foi derrubado. Na cobrança de falta, a 30 metros de distância, Andreas Pereira acertou um chute espetacular e fez o terceiro.
A partida foi para o intervalo com o Flamengo na frente por 3 a 0. Naturalmente, o time tirou o pé na segunda etapa, para se poupar da maratona de jogos. O Juventude trocou dois jogadores de frente e voltou com mais intensidade. A equipe assustou em chute de longe de Paulinho Boia aos 5 e foi premiada com um gol de cabeça de William Matheus, em jogada de escanteio aos 11. O Mais Querido continuou cozinhando o jogo. Pedro e Kenedy sentiram dores e Renato os trocou aos 17 por Vitor Gabriel e Rodinei – atuando na ponta direita -, mantendo a formação. Aos 27, foi para o 4-2-3-1, colocando Lázaro na vaga de Thiago Maia. Assim, o jovem atuou de meia-armador e Andreas recuou para 2º volante.
Na nova função, Andreas passou a vir ainda mais de trás, sempre avançando bastante, como costuma fazer com a equipe principal. Aos 35, Rodinei conduziu pela ponta direita e serviu o belga-brasileiro na entrada da área, que tentou de cobertura e acertou o travessão. O camisa 18 ainda acertou outra bola no poste três minutos depois, em mais uma bela cobrança de falta. Já aos 42, Arão avançou pela direita e passou para a infiltração de Vitor Gabriel, que chutou por cima. A partida terminou em um tranquilo 3 a 1.
A vitória, então, se deu toda no primeiro tempo, em que o time teve uma atuação de gala, sem deixar o Juventude jogar. Renato Gaúcho acertou na escolha por Kenedy e na mudança de esquema para o confronto. Inclusive, enquanto Arrascaeta estiver fora por lesão, o 4-3-3 é uma formação em que o Flamengo deveria usar mais vezes, pois, como ficou claro neste confronto contra o Juventude, Andreas Pereira rende bem melhor nesse esquema do que no 4-2-3-1, o que, consequentemente, aumenta o nível da equipe.