Análise Tática Fortaleza x Flamengo: Qual a formação ideal para o time misto?

Equipes se enfrentam neste sábado, às 19h, no Castelão, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro

(Foto: Reprodução/Marcelo Cortes/Flamengo)

Flamengo e Fortaleza se enfrentam neste sábado (09/10), às 19h, no Castelão, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido precisa vencer, para começar uma arrancada na competição e se aproximar do líder Atlético-MG. A tarefa não será simples. O adversário é o quarto colocado do Brasileirão, com um ótimo futebol praticado. Além disso, o rubro-negro terá, novamente, diversos desfalques para o confronto e, com isso, o técnico Renato Gaúcho tem um dilema para resolver: A formação ideal para o time misto.

Ao todo, são sete jogadores que não vão estar à disposição do Flamengo para a partida contra o Fortaleza, sendo cinco considerados titulares pelo treinador. Isla, Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabigol estão convocados para as respectivas seleções, enquanto David Luiz, Gustavo Henrique e Diego, lesionados, não estão disponíveis. A boa notícia para o técnico Renato Gaúcho é que ele conta com a volta de dois atletas que não atuaram contra o Red Bull Bragantino –  Diego Alves e Filipe Luís. Além disso, mesmo com tantos desfalques, o Mais Querido tem ótimas opções e técnicas e táticas para o confronto.

Contra o Bragantino, Renato Gaúcho optou por manter o esquema tradicional que usa quando tem todos à disposição, o 4-2-3-1. Para isso, o treinador optou por colocar Matheuzinho na vaga de Isla e Léo Pereira na zaga, o que deve se repetir contra o Fortaleza. Na vaga de Everton Ribeiro, Vitinho assumiu a função de meia aberto na direita. Já para suprir a ausência de Arrascaeta, o técnico mudou duas posições. Botou Thiago Maia de segundo volante, ao lado de Willian Arão, adiantando Andreas Pereira. Assim, o belga-brasileiro ficou com a função de meia-armador, centralizado, mais próximo do centroavante, como um verdadeiro “camisa 10”. Pedro jogou de centroavante.

A estratégia não deu certo contra o Bragantino. Isso porque, apesar de muito técnico e de ser um meia-armador de origem, Andreas Pereira atua bem melhor como um 2º volante, construindo de trás, fazendo a transição da defesa para o ataque, dando, assim, velocidade à equipe. Como armador, participa menos de jogo e recebe a bola de costas, já próximo da área, o que tira as melhores virtudes do atleta. Além disso, Thiago Maia, que é 1º volante, não conseguiu render bem iniciando como 2º homem do meio. Apesar de ser técnico, o jogador é mais lento e não conseguiu cobrir o espaço que Andreas cobre, nem dar dinâmica ao time. O atleta também atuou mais pela direita, o que deixou Bruno Henrique muito isolado na esquerda, sem ter quem o abastecesse e auxiliasse.

Então, caso Renato queira manter o trio Willian Arão, Thiago Maia e Andreas Pereira no time, o ideal para o time funcionar seria mudar a formação para um 4-3-3. Assim, no meio, Arão continuaria como primeiro volante, dando sustentação na defesa e recuando entre os zagueiros para auxiliar na saída de bola. Já Maia jogaria pela direita e Andreas na esquerda, ambos de volante. Os dois alternariam quem recuaria para receber o passe e fazer a transição da defesa para o ataque com a posse, enquanto o outro avançaria. Além disso, dessa forma, Andreas teria mais condições de triangular com Bruno Henrique e Filipe Luís – que ataca mais que Renê -, e Maia faria pela direita com Vitinho e Matheuzinho.

Já se a opção do técnico for manter o 4-2-3-1, o ideal seria mudar as peças. Dessa forma, Andreas Pereira recuaria para jogar como 2º volante, enquanto Vitinho centralizaria, jogando na vaga de Arrascaeta como o meia-armador – algo que ele já fez muitas vezes na atual temporada. Pela direita, Renato Gaúcho poderia colocar Michael e Thiago Maia retornaria para o banco. Com esse time em campo, o Flamengo ganharia em velocidade e leveza, enquanto o 4-3-3 dê mais força pelo meio, inclusive defensiva.

Um problema de colocar Michael na direita é que Matheuzinho não consegue atacar como de costume. Isso porque, tanto o jovem, como Isla, costumam avançar muito, já que Everton Ribeiro é um meia canhoto, que tem como tendência centralizar as jogadas, abrindo espaço no corredor. Com Vitinho na vaga de ER7, o mesmo aconteceu. O camisa 11 é ambidestro e o tempo inteiro se movimenta pelo centro, deixando o lado livre para o jovem. Uma das principais chances do Mais Querido contra o Bragantino, inclusive, foi em uma jogada que Vitinho pegou por dentro e passou para a infiltração de Matheuzinho na ponta, que cruzou rasteiro para Pedro furar na pequena área. Já com Michael esses buracos não devem aparecer, pois ele é um ponta destro, que tem como tendência ir ao fundo.

Ainda assim, ambas opções são ótimas. Para escolher, Renato Gaúcho deve também considerar a força do rival. O Fortaleza é uma equipe muito bem treinada por Vojvoda. O time costuma atuar em um 3-4-1-2. As jogadas pelo lado costumam ser muito fortes, seja pela direita, com Pikachu, ou na esquerda, com Lucas Crispim. No meio, Éderson é o grande maestro, com ótimo passe e finalização de longa distância, além de força defensiva. na frente, é difícil saber quem vai jogar, pois o treinador alterna bastante, mas costuma ter bastante movimentação e velocidade, raramente tendo um centroavante fixo de área.

O Mais Querido precisa ficar muito atento com o adversário. É um time que sabe jogar com posse, mas também atua de forma bem confortável se defendendo, pois tem contra-ataque de velocidade perigosíssimo. Além disso, a bola parada do Fortaleza é bem forte, algo que o Flamengo precisa tomar cuidado. Um outro ponto é que o Leão costuma sair jogando tocando, ou seja, marcar pressão a saída será importante. A equipe rubro-negra tem que, então, jogar com atenção, intensidade, trocando passes rápidos e se movimentando na frente. Usar o Pedro como pivô, para explorar as infiltrações pode ser uma boa arma. Mesmo com os desfalques, Renato Gaúcho tem ótimas opções e todas as condições para sair com a vitória.