Análise tática do Flamengo para decisão do Carioca contra o Fluminense

Confira os detalhes da equipe comandada por Rogério Ceni

RMP: 'Faz sentido a aposta do Fla em ter os jogadores no departamento de futebol futuramente'
(Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

O Flamengo vai a campo contra o Fluminense pressionado. Com três empates nos últimos três jogos, o técnico Rogério Ceni vem sendo muito criticado pela torcida, principalmente depois da decisão de poupar os jogadores na Libertadores. Agora, na decisão do Campeonato Carioca, que será realizada neste sábado (22/05), às 21h05, no Maracanã, o rubro-negro terá força máxima, em busca do sexto tricampeonato estadual.

Muitos se assustaram com os três zagueiros escalados contra a LDU. Mas, o time não mudou a forma de jogar. Isso porque, com a bola, a equipe costuma atuar com 3 jogadores no sistema defensivo. Com a volta dos titulares, o esquema deve permanecer. Além disso, para explorar o espaço que a defesa do Fluminense deixa, a tendência é que o time jogue com Gerson mais adiantado novamente, próximo de Arrascaeta e Everton Ribeiro, mas centralizado.

Assim, o esquema do Flamengo com a bola deve ser uma espécie de 3-1-5-1, com Willian Arão, Rodrigo Caio e Filipe Luís na linha defensiva; Diego de primeiro volante; Isla na ala-direita, Everton Ribeiro de meia-direita, Gerson centralizado, Arrascaeta como meia-esquerda e Bruno Henrique na ponta esquerda; Gabigol centralizado, se movimentando para receber o passe. A formação pode variar para um 3-1-4-2, com Bruno Henrique saindo da ponta e se aproximando do camisa 9.

O esquema deu certo no primeiro tempo contra o Fluminense, no primeiro jogo da final. Gerson, centralizado e mais adiantado, foi quem começou a jogada e sofreu o pênalti no primeiro gol. Já Arrascaeta, jogando mais por dentro – já que Bruno Henrique estava na ponta – criou duas belas jogadas, com boas finalizações de fora da área. Caso o tricolor entre de novo em campo com Nenê, pode funcionar de novo a ideia de jogo do Ceni.

Mas, seria interessante se Ceni recuasse as vezes o Isla para a linha de 3 defensores na saída de bola, dando mais liberdade para Filipe Luís atacar, colocando Bruno Henrique mais próximo de Gabigol. Assim, Arrascaeta teria mais um jogador para ajudar na construção de jogo pelo lado esquerdo, pois o lateral tem um excelente passe, e BH atuaria na função em que rendeu melhor em 2019.

Além disso, muitas vezes um dos zagueiros do Fluminense sai para fazer a marcação mais adiantado no meia adversário, deixando espaço na defesa adversária. Quando Gabigol está “sozinho” na frente, ele fica marcado individualmente nessa jogada. Mas, quando tem um parceiro de ataque, cria-se uma jogada de 2 contra 1. Então, tendo mais um jogador como Filipe Luís, que tem bom passe para dar a bola em profundidade, o rubro-negro pode criar mais jogadas de perigo contra o tricolor. Na primeira partida da final, essa liberdade para o lateral atacar aconteceu uma vez. Resultado: o lance do gol perdido de forma inacreditável por Gabigol. A jogada começa com Arrascaeta abrindo para Filipe Luís, que acha Bruno Henrique. O camisa 27 serve o artilheiro, que desperdiça a jogada.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Apesar do Flamengo estar em um momento de pressão, o time tem tudo para fazer um grande jogo contra o Fluminense. Vale destacar que o time dominou a maior parte da primeira partida da final, mas faltou caprichar na finalização. Além disso, se o rubro-negro está pressionado, o tricolor também não vive um momento simples. A equipe das Laranjeiras botou o time titular na Libertadores – ou seja, está mais desgastado -, mas perdeu a partida e entra na última rodada com chances de ser eliminado.

Ou seja, o Mais Querido tem tudo para ter uma outra grande atuação e levar mais um título, que pode ser o terceiro de Rogério Ceni desde que assumiu o Flamengo. Para isso, é preciso explorar o meio, tentar liberar mais o Filipe Luís e, claro, caprichar nas finalizações.