O Flamengo empatou com o Red Bull Bragantino por 1 a 1, nesta quarta-feira (06/10), no Estádio Abi Nabi Chedid, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido entrou em campo repleto de desfalques, com um time alternativo. Apenas quatro jogadores considerados titulares atuaram, um deles fora de posição. Além disso, o rubro-negro teve uma atuação abaixo do que poderia e desperdiçou uma ótima oportunidade de se aproximar do líder da competição, já que o Atlético-MG empatou com a Chapecoense.
O Mais Querido atuou sem os quatro jogadores convocados para as Eliminatórias da Copa – Isla, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Gabigol. Além deles, David Luiz, Gustavo Henrique e Diego, lesionados, não foram relacionados. Diego Alves, com sintomas de gripe, foi cortado de última hora, e Renato Gaúcho optou por poupar Filipe Luís. Assim, o Flamengo entrou em campo com: Gabriel Batista; Matheuzinho; Rodrigo Caio e Léo Pereira; Renê; Arão e Thiago Maia; Vitinho, Andreas Pereira e Bruno Henrique; Pedro.
Na análise pré-jogo, abordamos a possibilidade que Renato tinha de colocar Thiago Maia no time, junto de Arão e Andreas Pereira – como fez. A diferença foi que o time não jogou em um 4-3-3, mas manteve o 4-2-3-1 característico. Nele, Andreas substituiu Arrascaeta, fazendo a função do meia-armador centralizado, mais próximo do centroavante. O problema é que o belga-brasileiro atua muito melhor de volante, construindo de trás, então não conseguiu ter o mesmo rendimento. Para piorar, Maia não foi bem de 2º volante. O jogador estava lento e não conseguiu dar a mesma dinâmica para a partida, além de ter tomado decisões ruins, errando mais passes que o habitual, e perdendo os duelos.
Com isso, o meio de campo não rendeu. O lado esquerdo do Flamengo também estava em uma noite muito ruim. Léo Pereira teve uma atuação fraca tanto na defesa, errando botes, como nos passes, enquanto Renê também penou no sistema defensivo para marcar Artur, além de não ter contribuído ofensivamente. Sem o apoio do lateral e com Thiago Maia mais pela direita, Bruno Henrique não foi abastecido na maior parte do tempo. Quando recebia a bola, estava quase sempre sozinho. Assim, o ponta, que até tentou, não conseguiu render o de costume.
O começo do jogo do Flamengo foi bem fraco. Sem o meio indo bem, o Bragantino iniciou melhor, pressionando e criando oportunidades pela direita de ataque, normalmente com jogadas do Artur em cima do Renê. Depois dos 25 minutos, o Mais Querido conseguiu botar a bola no chão e ditar o ritmo, com o adversário mais fechado. Então, passou a participar mais do jogo o melhor atleta do rubro-negro na partida: Vitinho. O camisa 11 atuou na vaga de Everton Ribeiro, como o meia aberto pela direita. Ambidestro, o jogador conduzia muitas vezes por dentro e tinha a responsabilidade, junto com Andreas, de fazer a criação do time. Diferente do belga, ele conseguiu.
Aos 35 minutos, Vitinho recebeu a bola por dentro, abrindo espaço no corredor, que Matheuzinho aproveitou para infiltrar. O camisa 11 dominou, girou e deu linda enfiada para o lateral, que cruzou rasteiro, nos pés de Pedro, na pequena área. O centroavante, entretanto, furou. Três minutos depois, o gol. Vitinho roubou a bola no campo ofensivo, pela direita. O atacante avançou por dentro e deu belo passe para a infiltração de Pedro. O jogador recebeu pela direita, entrou na área, chutou cruzado, com força, no canto e abriu o placar. A partida foi para o intervalo com o Flamengo melhor.
Entretanto, o Mais Querido voltou muito recuado na segunda etapa. O time abaixou as linhas, para se fechar e buscar o contra-ataque, mas não estava conseguindo acertar os passes para criar chances de perigo. Assim, o Bragantino pressionou e ficou rondando a área rubro-negra. Aos 11, criou uma oportunidade incrível, em que Praxedes passou facilmente por Léo Pereira e tocou para Ytalo. Arão errou o bote e o centroavante ficou livre, na cara do goleiro, mas chutou em cima do Gabriel Batista. Dois minutos depois, o gol. Matheuzinho antecipou uma bola na defesa, só que passou errado. Ainda assim, o time estava fechado e tinha condições de se defender. Porém, , Léo Ortiz passou no meio para Artur. Léo Pereira tentou antecipar, só que levou o drible e, então, o atacante acertou um chute espetacular, empatando.
Após o gol, o Flamengo passou a sair da defesa e tentar atacar. Vitinho assustou em um chute de fora da área e Renato Gaúcho colocou Michael na vaga de Andreas Pereira. O ideal seria tirar Thiago Maia, que estava muito mal, recuando Andreas para a posição de 2º volante, onde rende muito bem. Mas, o belga-brasileiro sentiu a coxa e por isso saiu. Com a substituição, Vitinho passou a atuar centralizado e Micha na direita. Pouco depois, o camisa 11 achou o ponta aberto, que cruzou na área. O zagueiro afastou mal e Pedro conseguiu dominar quase na pequena área, de costas para a meta, virar e chutar por cima, sendo a principal oportunidade do time.
O Flamengo ainda chegou em uma arrancada de Vitinho por dentro, que tinha a opção de Thiago Maia pela esquerda e também do chute, já que estava com a frente aberta. Entretanto, o camisa 11 tentou um passe mais improvável para Bruno Henrique por dentro. O próprio atacante não acreditou na jogada e não foi na bola. Logo depois, aos 32, Renato Gaúcho tirou Vitinho – que era o melhor em campo – para colocar o Kenedy. O jogador era o único armador do time, já que Andreas também tinha saído. Sem ele, o Mais Querido perdeu muita criatividade. A equipe passou para um 4-4-2, com Michael na esquerda, Kenedy na direita, BH e Pedro na frente, só que não conseguiu fazer mais jogadas de perigo e o jogo acabou em 1 a 1.
O empate, então, teve um gosto amargo, já que o Flamengo perdeu a chance de se aproximar do líder. Além disso, mesmo com tantos desfalques, o Mais Querido jogou abaixo do que poderia, com muitos atletas em uma noite ruim. Para a próxima partida, contra o Fortaleza, o rubro-negro ainda não terá vários jogadores. Com isso, Renato precisa repensar a estratégia, ajustar algumas peças e o time tem que atuar em um nível melhor do que o apresentado.