Análise Tática Bragantino x Flamengo

Equipes se enfrentam nesta quarta-feira, às 20h30, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro

(Foto: Reprodução/Marcelo Cortes/Flamengo)

Flamengo e Bragantino se enfrentam nesta quarta-feira (06/10), no Estádio Nabi Abi Chedid, em São Paulo, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido tem uma missão complicada. Além de enfrentar um adversário forte, finalista da Sul-Americana, o time terá sete desfalques, podendo chegar a oito, caso Bruno Henrique não tenha condições para atuar. Ainda assim, o técnico Renato Gaúcho tem boas opções técnicas e táticas para o confronto, que podem garantir mais uma vitória ao rubro-negro.

O Mais Querido não terá a disposição os quatro jogadores convocados para a seleção: Isla, Everton Ribeiro, Arrascaeta e Gabigol. Além deles, David Luiz, Gustavo Henrique e Diego, lesionados, não foram relacionados. Ainda assim, dá para Renato Gaúcho manter o time no 4-2-3-1 característico, sem precisar, então, mudar a formação original. O Flamengo entraria em campo com: Diego Alves; Matheuzinho; Rodrigo Caio e Léo Pereira; Filipe Luís; Arão e Andreas Pereira; Michael, Vitinho e Bruno Henrique; Pedro.

Apesar da formação se manter, esse time tem características bem distintas do titular. Isso porque, com Michael e Vitinho nos lugares de Everton Ribeiro e Arrascaeta, a equipe perde em qualidade técnica e controle do ritmo de jogo, mas ganha em velocidade, drible e profundidade, já que Micha vai mais para a linha de fundo do que ER7. Já Pedro tem menos mobilidade que Gabigol, só que tem uma característica que o titular não tem: o pivô. Além de ser uma referência na área, o centroavante consegue “prender” os zagueiros fora dela, na força física, e dar o passe, justamente para a infiltração dos outros jogadores de frente – o que pode ser uma arma bem importante, ainda mais com a velocidade do time.

Um reserva que vai começar e tem as mesmas características do titular é Matheuzinho. Tanto o jovem, como o Isla são bem ofensivos, que sempre avançam pelo corredor direito quando o Flamengo tem a bola. O problema é que, normalmente, quem joga nesse setor é Everton Ribeiro, que é canhoto e, assim, tem a tendência de cortar para o meio, abrindo justamente o espaço para o lateral explorar. Com Michael na ponta-direita, a tendência é que ele avance muito pelo corredor, cortando para o pé bom. Ou seja, Matheuzinho não deve achar o mesmo espaço de costume.

Entretanto, ainda há a “questão Bruno Henrique”. Caso o ponta não jogue, Renato Gaúcho vai ter que repensar o time. Para manter a formação, precisa botar alguém da função e a principal (e única) opção do elenco principal é Kenedy. O jogador, contratado recentemente, tem muita qualidade e seria uma ótima escolha, mas é preciso ver se está em condição física suficiente para isso, já que até o momento o atacante atuou em poucos minutos no retorno. Na Europa, ele atuou diversas vezes pela direita e poderia fazer muito bem a função do BH, ou jogar na direita, abrindo Michael na esquerda. Assim, o Flamengo voltaria a ter um canhoto na vaga de Everton Ribeiro, o que beneficiaria Matheuzinho.

Caso Kenedy não tenha condições de iniciar a partida, Renato Gaúcho poderia botar Lázaro como meia-armador, no lugar de Arrascaeta. Essa função de “camisa 10” é justamente a que o jovem faz na base e está se destacando bastante assim, tendo excelentes números na atual temporada do sub-20. Assim, Michael poderia inverter e jogar aberto na esquerda, pois Vitinho abriria na ponta direita. O camisa 11 é ambidestro e corta bastante para dentro, abrindo espaço pelo corredor.

Renato Gaúcho ainda teria como alternativa mudar o esquema para o 4-3-3, colocando Thiago Maia. Dessa forma, o volante faria uma trinca com Willian Arão e Andreas Pereira. Arão continuaria como o primeiro homem, fazendo a proteção, liberando Andreas – mais pela esquerda – e Maia – na direita. Os dois passariam a partida alternando quem se aproxima mais dos atacantes, já que ambos têm bastante qualidade ofensiva no passe e na finalização. Nesta formação, o time fica com menos velocidade na frente, mas ganha mais solidez no meio.

Se o Mais Querido está com muitos desfalques e não é certo como vai a campo, o Bragantino não deve ter grandes surpresas. A equipe comandada por Barbieri deve jogar no 4-2-3-1. O time tem muita qualidade técnica e tenta sair jogando desde a defesa, com laterais que auxiliam na frente. No meio, Jadsom e Ramires dão dinâmica – com o segundo aparecendo de elemento surpresa -, enquanto Praxedes tem o passe final e finalização, inclusive de fora da área. Já nas pontas é onde o Massa Bruta tem mais força. Tomas Cuello joga pela esquerda e tem como característica cortar para dentro e chutar de longe. Na esquerda fica a referência do time: Artur – canhoto, tem velocidade, drible, passe e finalização. É preciso ter muito cuidado com eles e a experiência do centroavante Ytalo.

O Bragantino, então, tem uma equipe bem forte e o Flamengo precisa ter muita atenção na defesa, com a movimentação do meio e a força do lado de campo do adversário. Ainda assim, o Mais Querido tem tudo para fazer outra grande atuação, mesmo com os diversos desfalques. Renato Gaúcho tem ótimas opções técnicas e táticas para colocar em campo. É necessário que quem jogue atue com bastante intensidade, trocando passes rápidos e tendo foco na defesa e ataque. Marcar a saída de bola pode ser uma arma importante, assim como as infiltrações, explorando o pivô de Pedro. Caso faça isso, o rubro-negro tem tudo para sair com outra vitória na competição.