Em entrevista ao site “UOL Esporte”, o ex-atacante do Flamengo, Anselmo, relembrou a história do soco em Mário Soto na final da Copa Libertadores 1981. O episódio, que aconteceu no Estádio Centenário, em Montevidéu, ficou marcado na história do Rubro-Negro e ainda é assunto mesmo 40 anos depois.
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Na final da Libertadores em 1981, o Flamengo enfrentou o Cobreloa (Chile). Na primeira partida, o Mais Querido venceu por 2 a 1, no Maracanã, com dois gols de Zico. No entanto, o jogo no Chile foi marcado pela violência por parte da equipe adversária. De acordo com os grandes ídolos do Rubro-Negro, o time chileno não tinha muita intenção de jogar futebol e sim agredir. Inclusive, Mário Soto, um dos principais nomes do Cobreloa, chegou a jogar com uma pedra na mão. Dessa forma, eles venceram a partida por 1 a 0. Mas, na época, a Libertadores exigia uma terceira partida em campo neutro para desempatar o placar agregado. Com isso, Flamengo e Cobreloa voltaram a se enfrentar no Uruguai, com vitória por 2 a 0 para o Mais Querido e, novamente, com dois gols de Zico.
Quando a partida já estava praticamente decidida, o treinador Paulo César Carpegiani chamou Anselmo, que estava no banco de reservas. Assim, o jogador entrou no lugar de Nunes com uma finalidade: dar um soco em Mário Soto. Embora, Anselmo ressalte que o Rubro-Negro fez uma partida limpa. Por outro lado, o Cobreloa fazia muito uso dos pontapés e socos.
“Não senti nada na hora. O ambiente era tão nervoso com os caras dando pisão e pontapé, que era um clima de revolta total. O Paulo me disse: ‘vai e faz’. Só pensei em fazer. Se tivesse pensado em tudo, nem levantava do banco de reservas. Meu comportamento foi o de cumprir. O que aconteceu em Santiago foi anormal, mas eles estavam fazendo tudo de novo em Montevidéu. Não sou a favor do que foi feito. Se você faz isso hoje é eliminado do futebol. Não foi sentimento de vingança, foi revide”, contou Anselmo em entrevista.
Mas, o ex-jogador também revelou que nem conseguiu participar da cerimônia de entrega de medalhas. Isso porque, a polícia o trancou no vestiário.
“A polícia me trancou dentro do vestiário e fiquei sozinho imaginando o que ia acontecer. O medo era bastante, me escondi numa banheira e coloquei umas bolas por cima. Eu estava muito feliz, mas com muito medo. Quando a porta abriu e a galera entrou festejando, aí foi uma alegria só. Eu nem participei da cerimônia de entrega do troféu. Estava trancado. Eu tenho a medalha, mas nem me lembro como ela chegou até mim. A camisa eu não faço ideia de onde foi parar”, concluiu Anselmo.