Anunciado nesta semana, o zagueiro Léo Ortiz foi apresentado oficialmente na tarde desta sexta-feira (08/03), no Ninho do Urubu. Na entrevista coletiva, o zagueiro falou da vontade de atuar pelo Mais Querido e do processo da longa negociação para estar, hoje, no rubro-negro.
“Obrigado pela confiança de todos. Agradecer ao Bruno Spindel e Braz, ao presidente também, pela oportunidade e sempre deixarem claro que iriam até o fim para que eu estivesse aqui. Foi um comprometimento dos dois lados de que a gente fosse até o nosso alcance para que isso acontecesse”, declarou Léo Ortiz.
“Desde o primeiro dia que a gente conversou eu expus minha vontade, dentro do Bragantino também tinha falado isso, sempre com muito respeito ao clube que estava defendendo. Mas, era uma oportunidade única, que não bate duas vezes na porta. Então, não podia perder essa oportunidade de estar aqui, num grande clube, o maior do Brasil, que é o Flamengo. Então, estou muito feliz com a minha chegada, de estar aqui. Agora é a melhor parte, que é jogar”, afirmou o zagueiro.
Léo Ortiz foi assinou com o Flamengo até o fim de 2028. A negociação foi longa, mas, no fim, o rubro-negro chegou em um acordo com o Red Bull Bragantino. Ao todo, o Mais Querido vai pagar 7 milhões de euros (R$ 38,15 milhões na cotação atual), mais um milhão de euros (R$ 5,45 milhões) em bônus por metas coletivas.
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Como é jogar a partir de agora para 50 mil pessoas, pelo menos, por jogo
“A gente se enfrenta pelo menos uma vez por ano. Então, durante esse tempo na série A, enfrentei algumas vezes e é sempre uma atmosfera incrível. Mesmo a gente jogando contra, te dá uma motivação de jogar, pelo tamanho do clube, da torcida, o fator Maracanã também, que é um palco histórico do Brasil. Então, ter essa massa a favor, essa atmosfera a favor, vestindo essa camisa, sabendo que nos momentos bons e ruins a torcida vai estar ao nosso lado. Então, fico muito feliz e espero que muitas conquistas venham para que a gente possa comemorar muito”.
Importância do Tite na negociação
“O Tite foi o primeiro treinador que me levou para a Seleção Brasileira, por três vezes ainda. Então, acredito que ele tenha uma fé muito grande no meu trabalho. Não só na parte de campo, mas como pessoa também, pelo que me conhece durante os tempo que a gente trabalhou junto. Então, nas primeiras conversas que eu tive com ele, ele sempre manifestou esse desejo que eu viesse, que o grupo é muito forte e eu agregaria muito também em quantidade, em relação à qualidade técnica. Então, foi primordial para que eu estivesse aqui. Desde o primeiro dia me recebeu muito bem, como já tinha me recebido também na Seleção. Agora, me recebendo aqui no clube, onde a gente vai poder ter um trabalho mais longo. E estou ansioso para poder me adaptar cada vez mais ao estilo que ele bota no campo, que acho que bate muito com as minhas características. Até por isso foi um pedido dele. Então, fico muito feliz e ansioso para poder estar cada vez mais adaptado ao que ele pede”.
Motivo de considerar o Flamengo uma “oportunidade única”
“O Flamengo traz muitas oportunidades na carreira, como uma visibilidade maior, até para a Seleção Brasileira. Mas, o que me chamou mais atenção é a força e a qualidade do grupo, a possibilidade de vencer muitos títulos e entrar na história do Flamengo. É sempre difícil, por todos os jogadores que passaram aqui, fizeram história. Então, tu entra em um seleto grupo de pessoas do mais alto nível do futebol. Ou seja, é uma oportunidade que não chega para qualquer jogador”.
Dificuldade da negociação
“Fico muito feliz por eles terem ido até o fim. Isso representa tudo que eu venho fazendo no futebol brasileiro. E sobre a negociação, foi realmente difícil por alguns momentos, principalmente depois que começaram os campeonatos. Sempre muito difícil para o jogador estar envolvido em negociações e estar jogando, sendo jogos importantes para o clube que eu estava também. Uma disputa de pré-Libertadores. Então, foi um pouco desgastante para mim. Não pelas pessoas, mas por estar treinando e jogando com tudo isso acontecendo. Mas, como eu disse, eu tinha muita confiança que daria certo e eu viria no tempo certo também. Em alguns momentos parecia que não iria andar, mas o Bruno Spindel e o Marcos Braz sempre tiveram firmes que estaríamos juntos até o final. E eu sempre me posicionando com o Bragantino de que era minha vontade, que era uma oportunidade única. Felizmente tudo deu certo, acredito que tudo tem o tempo para acontecer e tudo aconteceu no seu tempo”.
Vir para o Flamengo faz reviver o sonho de um dia marcar o Messi?
“Com certeza. O Flamengo é um clube que pensa grande, pensa nos principais títulos, nos principais jogos todos os anos. O jogador também tem que pensar grande aqui e é um objetivo que eu tenho, de ganhar uma Libertadores pelo Flamengo, buscar um Mundial, jogar grandes jogos, de ter a oportunidade de ir para uma Copa do Mundo vestindo a camisa do Flamengo. Então, quem está aqui no Flamengo tem que pensar grande, assim como o clube”.
Característica de jogo
“Concordar que sou um camisa 10 que joga na zaga é difícil. Mas, acho que é da minha característica ajudar muito na construção do time. Eu gosto sempre de destacar que o principal objetivo e característica do zagueiro tem que ser na parte defensiva. Lógico que é um bônus essa parte da construção, ainda mais nos dias de hoje, porque a gente sabe como as equipes se portam defensivamente. Ainda mais contra um clube como o Flamengo, então precisa desses jogadores que vão ajudar a construir lá de trás, seja conduzindo, seja achando um passe ou um passe mais longo, então, acredito que pro Tite tenha pesado muito isso. Ele prezava muito isso na Seleção Brasileira e vem prezando no Flamengo. A gente vê os jogadores que têm aqui, que têm essa característica também. Então, chego para agregar nessa função, mas principalmente focando na parte defensiva primeiro e, logicamente, quando puder, ajudar na parte ofensiva, construindo, seja em passes curtos ou longo. Fazer o meu papel também”.
Briga por vaga no time titular
“Enxergo de uma forma muito positiva. Além dos meus companheiros estarem fazendo uma campanha muito boa e um momento defensivo muito bom, de sofrer poucos gols, fica mais fácil de se adaptar. E eu venho para agregar, para que tenham ainda mais jogos sem sofrer gols. Esse é o meu objetivo, ajudar nesse sentido. E que todo mundo possa crescer. Acho que quando tem muitos jogadores bons disputando uma posição, é sinal que todos vão crescer com isso. Todos vão evoluir, seja no sentido de campo ou de grupo. Então é para isso que eu venho, para agregar nesse sistema que já está muito forte. Como o Marcos disse, a gente provavelmente vai ter muitos jogos nessa temporada, então vai ser difícil de repetir o time em todos. Tenho certeza que vai ser um problema muito bom para o Tite saber que ele tem grandes jogadores na mesma posição e que, independente de quem jogar, vai dar conta do recado e vai ter a baliza zero sempre”.
Responsabilidade de vestir a camisa 3 do Flamengo
“A responsabilidade de vestir a camisa do Flamengo já é uma responsabilidade muito grande. Por tantos zagueiros que passaram aqui, não só com a camisa 3, mas com muita qualidade, que alcançaram um nível muito grande, que é um objetivo meu também, poder alcançar esse nível. Sei que vai ser muito difícil, mas é a régua que o Flamengo coloca. Eu estou muito motivado para isso. O Rodrigo Caio foi o último a usar essa camisa, é um cara que tenho admirado nesses últimos anos, com muita qualidade e que foi muito importante para a história do Flamengo, conquistando muitos títulos. Então, espero que possa repetir, do meu jeito, mas com tanto sucesso quanto ele teve. E a importância de vestir essa camisa como zagueiro, com tantos de alto nível que passaram aqui, como Ronaldo Angelim, Aldair, o próprio Juan que estava aqui há pouco tempo e que tive a oportunidade de conhecer nos tempos de Inter. Pude olhar o que ele fazia, já mais para o final de carreira, mas jogava muito mesmo. Então, fico feliz de poder estar vestindo essa camisa, a 3, número que vem sendo importante para mim nos últimos anos. Então, fico feliz do Marcos Braz ter me dado essa oportunidade e prometo retribuir dentro de campo da melhor forma”.
Tinha jogador do Flamengo que “tirava seu sono” quando enfrentava?
“Tirar o sono não, porque a gente tem que estar acostumado com isso, de enfrentar grandes jogadores. Mas, o jogo contra o Flamengo era sempre um que você se prepara muito bem. Tem que se preparar melhor do que os outros, porque você sabe que a qualidade dos jogadores é inegável. Jogadores de Seleção Brasileira, Uruguaia, como Arrasca e De La Cruz hoje. Então, tem que estar sempre preparado, acaba se preparando um pouco mais, estudando um pouco mais os jogadores. Feliz agora de tê-los do meu lado e poder jogar com esses craques que pude enfrentar nos últimos anos. E agora vou poder usufruir da qualidade deles a meu favor”.
Esse convite do Flamengo tem um sentimento parecido com o de convocação da Seleção?
“Convocação para a Seleção Brasileira, assim como o convite do Flamengo, são oportunidades que aparecem para poucos jogadores. A da Seleção acabou aparecendo antes, mas fico feliz que a do Flamengo também chegou e pôde se concretizar agora. Estou vivendo um momento único na minha carreira de poder estar aqui hoje. Tudo que vivenciei nesses últimos dias já demonstra o tamanho do Flamengo, também do clube, da história do clube”.
Relação com o pai, jogador lendário do futsal
“Em relação ao futsal, trago muitas coisas. Foi o que me fez crescer muito dentro do futebol de campo. Eu acabei indo tarde para o futebol de campo. Acho que com 16 anos. Então, basicamente, quase tudo que aprendi foi no futsal e acabei implementando para o campo, como leitura de jogo, antecipação em alguns momentos e meu pai foi sempre o cara mais importante para mim. Não só pelo dentro de campo, mas também de fora. Foi sempre um exemplo. Eu peguei o final da carreira dele. O auge dele eu não pude presenciar fisicamente, lógico que acompanhava os vídeos. Mas, pude ver o final e foi muito importante para mim. Principalmente de ver o profissionalismo dele, o caráter, a maneira como lidava com as pessoas. Então, isso serviu de exemplo não só para dentro de campo, mas também para fora”.
Clássico no sábado
“Muito bom chegar num momento como esse, já com um clássico e uma semifinal. Um momento importante para o clube, próximo de conquistar mais um título. Espero que a gente possa fazer dois bons jogos contra o Fluminense, para chegar na final e eu chegar pé-quente, chegar campeão aqui. Acho que é importante também de chegar na fase decisiva para entender o tamanho do clube, do clássico. Estou muito empolgado para chegar amanhã e presenciar o Maracanã, como já falei, é um palco muito importante para o futebol brasileiro. E espero que esteja relacionado, vai depender do treinador, mas acredito que sim. Já estou registrado, estava jogando, estou com ritmo de jogo e preparado se pintar a oportunidade”.
Responsabilidade de ser o zagueiro mais caro da história do Flamengo
“A responsabilidade é sempre muito grande. Independente do valor, chegar ao Flamengo já te traz uma responsabilidade grande e, dependendo do que alcançar, ser o zagueiro mais caro da história do Flamengo te traz uma responsabilidade maior ainda. Mas, acredito que esteja preparado para isso, sei da história, sei do tamanho do Flamengo. Me preparei nos últimos anos para chegar nesses momentos grandes, como chegar num clube como esse e na Seleção Brasileiro, como cheguei. Então, acho que estou preparado para isso. O valor, óbvio, não entra em campo. O que vai dizer, o que vai marcar a história do Flamengo é o dia a dia, o que eu fizer nos jogos, os títulos que eu conquistar. Então, acredito que esse esforço vai valer a pena”.
O que te fez escolher o Flamengo?
A grandeza do Flamengo. Com certeza a possibilidade de conquistar muitas vitórias, muitos títulos aqui, entrar na história de um grande clube do cenário brasileiro e mundial. Como eu disse, essa oportunidade não acontece mais de uma vez e conquistar títulos foi a principal motivação. Eu era titular lá, aqui eu venho para disputar uma posição e brigar por esse lugar na vaga de titular. Mas, o principal para mim é conquistar títulos, seja jogando 80 jogos ou 10. Eu quero estar participando de um time, um clube vencedor”.
Expectativa para a Libertadores
“Libertadores é uma competição que eu, particularmente, gosto muito de jogar. Eu já joguei duas vezes, tive a oportunidade de atuar com o Bragantino esse ano e há dois anos atrás. É muito boa de jogar e o Flamengo tem um histórico muito positivo. Fico feliz de poder disputar uma posição como essa, com a camisa do Flamengo. Isso é totalmente diferente. Poder disputar a Libertadores com o Manto e a torcida apoiando no Maracanã é uma sensação que é diferente de qualquer coisa. Estou muito feliz com a oportunidade e ansioso para ver quem a gente vai enfrentar.
Reencontro com Fabrício Bruno e Matheus Gonçalves
“Fabrício e o Matheus eu já tinha conversado um pouco antes de fechar aqui. Estavam me mandando mensagem e perguntando como estava acontecendo tudo e me receberam muito bem aqui. Os outros jogadores também. A gente já tinha se enfrentado algumas vezes, então acaba criando uma relação boa também nesses confrontos. O Fabrício foi um cara com quem pude fazer história no Bragantino, chegando na final da Sul-Americana. Então, a gente tem um entrosamento legal assim. O Matheus foi um tempo mais curto no Bragantino, mas sempre foi um garoto que me tratou muito bem, a gente se respeitou muito no clube. Ter a chegada com eles aqui já conhecendo fica tudo mais fácil”.