O Maracanã está pronto para receber a primeira partida em seu novo gramado. O tapete do templo sagrado do futebol foi alvo de muitas críticas na temporada passada por estar em péssimas condições e não aguentar a maratona de jogos de Flamengo e Fluminense. Agora, será um gramado híbrido, seguindo o modelo de grandes estádios europeus. Será que o campo deixará de ser um problema e passará a ser um aliados do clubes? Veja o que disse o CEO do estádio, Severino Braga, em conversa com o portal “UOL”.
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De acordo com o profissional do Maracanã, foi feito um laboratório de testes para a implementação da tecnologia. O River Plate usa uma grama parecida, dessa forma, os funcionários do Mário Filho ligaram para o clube argentino para saber se realmente era uma boa opção.
“A gente trabalhou para isso [a solução], mas a tecnologia de gramado tem outras alternativas. Há clubes que têm um viveiro próprio para testes de novas tecnologias. O Real Madrid, por exemplo, tem o campo dele e um campo de testes de novas tecnologias. Fazem um laboratório e adotam no seu gramado. Está nos nossos planos ter algo similar para fazer esses testes. Para fazer esse laboratório, precisamos de uma área para testar e trazer para cá”, disse Braga, que acrescentou:
“A gente sabe que essa prática [da grama híbrida] é usada há mais tempo na Europa, mas a gente não sabia se nossa grama ia se adaptar bem com a fibra. O River Plate usou grama parecida, nós ligamos para eles, que disseram que foi um diferencial muito grande. Procuramos literatura, ligamos para clubes. Mas cada estádio tem sua particularidade.”
O gramado não aguentou o ritmo pesado de partidas da temporada passada e recebeu muitos duelos em péssimas condições. Severiano acredita que a durabilidade e qualidade será bem melhor agora que a grama em rolos foi substituída por gramado plantado.
“Um gramado plantado em seu local tem uma resistência e recuperação melhores. A gente tinha o gramado em rolo. Ele era plantado na fazenda. O gramado em rolo tem deficiência de nutrição. Esse gramado resiste muito mais. Esse é o grande diferencial”.
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“A gente não estava conseguindo entregar um bom gramado. Conversamos e procuramos a melhor maneira de entregar um melhor gramado. Começamos a ligar para outros estádios para entender o que teríamos de melhor. A gente viu que teríamos de fazer algo mais drástico. Fla e Flu deram total liberdade para escolher. A ideia não surgiu em novembro, surgiu em setembro. A gente estava pensando na frente. Os dois clubes já estavam bem e vão continuar bem”, contou o CEO.
Para fazer a costura da grama híbrida, foi necessário o auxílio de uma máquina que fez dois milhões de furos no campo. A mesma tecnologia é usada nos maiores clubes do mundo e no estádio que vai receber a final da Copa do Mundo 2022.
“A gente procurou a melhor empresa para a costura da fibra, foi a empresa que trabalhou no PSG, no Real Madrid, no estádio da final da Copa do Qatar. A fibra é um reforço para melhorar o sistema. A máquina fez dois milhões de furos. A cada dois centímetros ela fazia um furo. A grama natural vai crescer sem danificar a fibra sintética. A manutenção é a mesma. Tem de dar alimento para a raiz, para a folha. A diferença é que tem a fibra”, explicou Severiano Braga, CEO do Maracanã.
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Neste sábado, Flamengo e Bangu, se enfrentam às 19h30, no estádio. Será o primeiro de muitos confrontos que o local vai receber durante a temporada. A expectativa é que o Maracanã recebe cerca de 70 jogos esse ano, aí fica a dúvida: Será que o gramado vai aguentar? Será que vai deixar de ser um problema e passar a ser um aliado dos clubes? No sábado começaremos a ter a resposta para essa pergunta.