Na última segunda-feira (09/05), o Conselho Deliberativo do Flamengo aprovou em votação a limitação de sócios off-Rio. A decisão foi tomada na sede do Clube na Gávea e, nela, os conselheiros aprovaram a inclusão da categoria Off-Rio no quadro associativo do Flamengo. A atitude, no entanto, teve grande rejeição nas redes sociais, seja por torcedores, seja pela mídia.
Os sócios Off-Rio já sofreram anteriormente, quando em 2020, a mensalidade aumentou em 165%. Diante do clima pesado na diretoria, esta decisão esquentou ainda mais a política do clube. O ‘GE’, portanto, entrevistou conselheiros ativos que são contra a limitação, confira:
”O Flamengo não se resume a oito mil sócios ou dois mil conselheiros. Vai muito além dos muros da Gávea, 80% da nação está fora do Rio. O Flamengo é o seu povo. Qual tamanho teria o Flamengo sem esse povo? O clube tem receita na casa do bilhão, é o clube que mais recebe cota de TV, a FlaTV é a terceira maior do mundo, as redes sociais são disparadas na frente dos outros, os recordes de público são batidos seguidamente e onde o clube joga pelo Brasil está lotado. Isso tudo é graças ao seu povo. Qual tamanho teria o Flamengo sem esse povo? Lamentamos esse ato, que não foi feito na reunião de segunda-feira”, declarou Thiago Corrêa, Presidente da embaixada Fla Campos, a mais numerosa do clube com cerca de 800 afiliados.
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”Fechar o clube é uma atitude que não é muito inteligente. Claro que não é ética, não é justa, como todos comentaram sobre a participação do torcedor que representa 80% da torcida do Flamengo ser excluída do quadro associativo. Claro que há essa questão ética. Mas do ponto de vista comercial e de marketing também não faz nenhum sentido. Muito pelo contrário. A medida que o futebol brasileiro está se transformando com as entradas dos clube-empresa, o Flamengo mais do que nunca depende do seu torcedor e depende de monetizar essa base. E não vai ser com 20% dessa base que mora no estado do Rio que vamos conseguir manter a capacidade de investimento com recursos que chegam ao Brasil para as SAFs em dólar e euro”, disse Ricardo Hinrichsen, ex-VP de marketing e candidato à presidente na última eleição.
”A questão do voto a distância vai acabar voltando e se tornando uma realidade, o Flamengo sabe disso. Assim, eles criam embaraços para que os sócios da sede não percam o controle do processo político. É uma questão de ideologia. Essa frase resume todo o pensamento da atual direção: ”É preciso distinguir a atividade futebolística da associação recreativa sediada no seio da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. A verdade é que a vida social do Flamengo se limita à capital fluminense”, argumentou Walter Monteiro, candidato à presidência na última eleição
”O fato é que fizeram isso para controle eleitoral. Desejo de sócios proprietários do clube que não aceitam o torcedor de fora do clube em participar da política e do dia a dia do Flamengo. Viram que o eleitor de fora estava aumentando e isso fugiria do controle de voto, atacaram aonde mais poderia doer no meio da pandemia: no bolso, com o aumento de 165% no valor da mensalidade”, finalizou Bernardo Marques, Grupo Flamengo Sem Fronteiras