Na madrugada desta quinta-feira, o vice-presidente do STJD, Felipe Bevilacqua, derrubou a liminar que permitia público nos jogos do Flamengo pelo Campeonato Brasileiro. Dessa forma, a partida do Mais Querido contra o Grêmio no próximo domingo, no Maracanã, não terá público. Em participação no programa “Redação SporTV”, o jornalista Martín Fernandez explicou a decisão do STJD e apresentou a sua visão particular sobre o assunto.
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“O Flamengo conseguiu essa liminar, que permitia a ele ter público nos jogos como mandante. Os clubes tentaram derrubar essa liminar. Não conseguiram, o próprio Otávio Noronha [Presidente do STJD] manteve a liminar e os regulamentos permitem. Então, um novo recurso foi apresentado ontem à tarde por 17 clubes da Série A, todos menos o Flamengo, o Atlético-MG e o Cuiabá. E esse recurso agora foi acatado pelo Felipe Bevilacqua. Ele não usa na decisão a expressão ‘derrubar a liminar’, ou ‘cassar’, ele usa: ‘suspender os efeitos da liminar que permitia ao Flamengo ter público’. Mas na prática, caiu a liminar. E é interessante notar que ele fixa o dia 28 de setembro como o prazo de validade dele desta madrugada. A decisão não vale nem pela próxima rodada e nem até o dia 23, quando seria julgado pelo pleno, a instância superior do Tribunal, que é formada por nove pessoas. A decisão vale até o dia 28, que é quando tem o Conselho Técnico da CBF, que está na raiz de todo esse problema. O Flamengo não reconhece a decisão tomada pelo Conselho Técnico de não ter torcida”, diz Martín Fernandez.
“A minha leitura disso é: ‘resolvam entre vocês aí, clubes. Até o dia 28 fica sem público, no dia 28 vocês decidam lá o que vocês quiserem’. Então, é um jeito de dizer: ‘tirem o Tribunal disso, resolvam entre vocês clubes'”, complementou o jornalista.
Crítica ao Flamengo
Além disso, o jornalista Carlos Eduardo Mansur criticou a atuação do Flamengo neste cenário. Em suas palavras, o rubro-negro carioca protagoniza o individualismo no futebol brasileiro.
“O ponto fundamental de tudo é o ambiente em que o futebol brasileiro se desenvolve. É uma incapacidade de convivência, de diálogo. O protagonista do individualismo da vez, aos olhos de todo o futebol brasileiro, tem sido o Flamengo, mas poderia ser outro, porque ao longo da história foram outros os atores que o praticaram. Se a gente não entender que isso é um colegiado, se a gente for judicializar cada item de regulamento em que a sua parte foi vencida numa reunião deste colegiado e passou a vigorar, a gente vai precisar de vinte regulamentos de campeonato para fazer uma Série A de Brasileiro”, criticou Carlos Eduardo Mansur.