Fala, Arquibancada: ‘Junho está melhor do que a encomenda’

Fala, Arquibancada: 'Junho está melhor do que a encomenda'
Foto: Alexandre Vidal

Demos adeus ao Coringa. Apenas dois anos após chegar à Gávea, porém com tantas taças conquistadas, ele colocou o nome na história do clube. Não esqueceremos seus passes, arrancadas, entrevistas, o “vapo vapo” e principalmente sua raça. Honrou o manto e estará sempre em nossas melhores lembranças. Nosso camisa 8 ainda lançou uma das melhores frases do futebol moderno que virou até funk “executamos os caras”. Que tenha muito sucesso na carreira!

Mas também tinha jogo e valendo três pontos. Mesmo com o clima de despedida que deixou a torcida agoniada durante a semana, vencemos, e temos que celebrar a importância de mais uma conquista enquanto nossos adversários tropeçam por aí. A qaurta-feira sorriu para os rubro-negros e, acreditem, esses pontos valem tanto quanto os pontos da última rodada.

Quer dizer que por conta dos três pontos o torcedor vai “passar pano” pro Ceni? Não, necessariamente. O time fez um primeiro tempo muito acima da média. É necessário lembrá-los que estamos iniciando todos os jogos com Michael e Vitinho e ainda assim estamos impondo o ritmo da partida, buscando gols a todo momento. Ter um time protagonista com cinco desfalques não é comum nem no Brasil, nem na Europa. Essa supremacia poderia ser traduzida em gols, mas aí a responsabilidade recai sobre os jogadores e não sobre o treineiro.

Nosso técnico, que precisa mudar algumas coisas, principalmente a teimosia, poderia começar intensificando finalizações, dado que nos primeiros 45 minutos, Pedro, Vitinho, e o Bailarino do Goiás perderam oportunidades que “encerrariam” o jogo muito mais cedo. A distância entre zaga e volantes também está se tornando um problema, falta compactação no último setor e o meio fica sobrecarregado pra ajudar o ataque com a bola e correr atrás dos atacantes adversários sem ela.

O gol que tomamos aos 15 segundos do segundo tempo foi uma desatenção geral, aliada a excelente troca de passes do Fortaleza. Aliás, time que só havia perdido uma vez na temporada o que qualifica ainda mais o nível em que jogamos o primeiro tempo. Mas ainda assim retomamos o controle do jogo, e sofremos juntos com o gol que o Coringa não fez. Aquela tensão no final do jogo em vitórias com placar mínimo já é típica e não é exclusividade nossa.

Atitude do Pedro foi ridícula, desrespeitosa, mais incisiva até que a do Gabigol, mas a explanação do Rogerio Ceni, foi pior ainda. Assunto interno, e o técnico que ia ter total apoio de diretoria, grupo e torcida para resolver essa questão no clube. Se expõe, sugere falta de liderança e já divide opiniões. De fato, apesar de estudioso, determinado e demostrando um padrão de jogo que agrada, parece que continua soberbo nas internas e que não aprendeu nada naquela passagem pelo Cruzeiro.

Junho, o mês dos desfalques, está saindo melhor que a encomenda e domingo tem mais, vamos atropelar o Juventude lá na serra gaúcha e trazer mais três pontos pra casa!

  • Por Vinícius Cardim, torcedor apaixonado pelo Flamengo e frequentar da arquibancada desde 1987. A opinião é exclusiva do torcedor. Interessados em produção de textos podem enviar para avaliação pelo e-mail redacao@diariodofla.com.br