Faltam dois jogos para a Glória Eterna. Faltam quatro jogos para a Copa do Brasil e os 56 milhões do título. No Brasileiro 11 pontos de distância e dois jogos atrasado. Nosso elenco cresceu em quantidade e qualidade, porém o Departamento Médico está sempre frequentado, ainda mais com as janelas de convocação que tivemos e ainda teremos até o final da temporada. Apesar do nível indiscutível que alcançamos, e da possibilidade de ganharmos tudo, nossa torcida precisa entender que o técnico vai elencar prioridades e óbvio que ele vai optar pelo lado em que temos três jogos eliminatórios para chegar a mais duas finais, das principais competições que participamos. O que não significa largar o Brasileirão, mas poupar mais vezes nesses jogos para atuar com força máxima nas competições eliminatórias.
Sobre o técnico, Renato Gaúcho, aquele que vai pra praia jogar futevôlei na véspera de um jogo, enquanto o anterior dormia e acordava no Ninho às 05h30 para estudar tática, aquele que ainda é chamado por muitos de “entregador de colete, não sabe dar treino, não estudou, burro com sorte, o auxiliar dele que faz tudo, ele só vai pra coletiva, não passa de um motivador”.
Então senhores, esse cara aí é o maior vencedor de partidas da história da Copa Libertadores da América. E tem mais dois jogos para se isolar na liderança. Esse mesmo técnico conseguiu recuperar algo no Vitinho e no Michael quando ninguém acreditava. Deu confiança a zaga com Gustavo Henrique e Léo Pereira, e eles conseguiram nos trazer até aqui. Tem 84% de aproveitamento, com 14 vitórias em 17 jogos, continuando dessa forma e atingindo os objetivos, daqui a pouco ele pede uma estátua na Gávea. Vamos viver!
Após cinco meses sem atuar, fomos agraciados com um recital de David Luiz nos 57 minutos que esteve em campo. Confesso que vê-lo no telão durante o anúncio da escalação, trouxe um filme na cabeça, com Irineu, Wellinton, Arroz, Geladeira, Pirulito, e a lembrança que ali na arquibancada estávamos incentivando cada um desses. O David Luiz é craque, não perde bola no alto, tem passe diferenciado, jogando motivado, sobra demais no Brasil e na América. Jogamos a Libertadores com um time de Champions League. Vocês já agradeceram hoje por estarem vivendo esse momento?
Coincidências Rubro-Negras, há três décadas a gente se encantava com os gols do Charles Baiano, há duas décadas fizemos e cantamos música para Fernando Baiano, há pouco mais de uma década vibramos com a chegada do Val Baiano. Há poucos anos a gente comemorava vitória de meio a zero, com pênalti duvidoso, no Brasileirão, quiçá no Carioquinha. Agora a gente vence uma semifinal de Libertadores, não sofre gol, graças a perfeitas intervenções do Diego Alves, e parte da torcida sai frustrada do Maracanã pois esperava uma goleada. Como eu li em algum comentário, precisamos tirar a ESPN do alcance dessas crianças.
O que joga o Andreas Pereira? Incansável, disposto, entregue, habilidoso e tático. Fez uma exibição de gala e mostrou pra Nação o porquê de chegar e ganhar a vaga tão disputada no meio campo. Foi festejado demais pela torcida de forma merecida, provou-se digno de vestir o manto e com potencial para, futuramente, tornar-se mais um ídolo!
Agora que São Paulo liberou o público nos estádios a partir de 04 de Outubro, podemos esquecer a “isonomia”, palavra que no meio futebolístico caminha de mãos dadas com a “Hipocrisia”. Todo o Brasil vai retornar e é mais uma vitória do nosso “Mengão Malvadão” que precisou bater de frente com o sistema para todos darem mais um passo, assim como foi no retorno do futebol em 2020. Seguimos dando exemplo dentro e fora de campo!
- Por Vinícius Cardim, torcedor apaixonado pelo Flamengo e frequentador da arquibancada desde 1987. A opinião é exclusiva do torcedor. Interessados em produção de textos podem enviar para avaliação pelo e-mail redacao@diariodofla.com.br