Sempre fomos arrogantes, otimistas esperançosos, queríamos ganhar a Libertadores em 2007, em 2010, e achávamos que podíamos. Afinal, tínhamos 12 jogadores e se fizéssemos nosso papel na arquibancada, teríamos sucesso em campo. A realidade do futebol 11×11 não costuma ser respeitada antes do jogo pelo torcedor rubro-negro, faz parte da nossa essência sempre ter fé na vitória e quanto mais alta a expectativa, maior a queda. Em 2002 acreditamos em um time para a Libertadores, com um meio campo dos sonhos Leandro Ávila, Leonardo, J Paulista e Petkovic, que acabaram por nunca serem escalados juntos e, não por isso, tivemos um desempenho vergonhoso. Foi um ano em que o São Caetano foi finalista, e nós não passamos da fase de grupos, contabilizando 4 Derrotas em 6 jogos. Nunca deixamos de sonhar alto, mas desde sempre aprendemos a conviver com os pesadelos.
Então veio o ano de 2019, e todo aquele otimismo que vivemos mesmo nos piores momentos do clube foram enfim entregues dentro das 4 linhas. E, a partir desse momento, desaprendemos a perder, a sofrer, a aceitar as derrotas que cansamos de levar durante nossa vida de torcedor. Uma geração de Rubro Negros que acompanhava pouco o clube, com as vitórias passou a acompanhar mais de perto, achava que o clube venceria para sempre e o pior de tudo, parece que este tipo de torcedor conseguiu influenciar até os mais antigos e assíduos da Nação.
Derrotas tem culpados, derrotas tem erros, a maioria das derrotas não tem desculpa, e o futebol é feito disso. Ontem foi uma derrota para um Internacional que encontrou os pontos fracos do time de Renato Gaúcho, junto a aquela predisposição Rubro Negra de perder gols no início do jogo e uma leve queda na disposição do time em campo. Erros individuais também aconteceram, com os dois Diegos principalmente além da dificuldade de recomposição apresentada pelo Felipe Luís. Jogar para arbitragem a responsabilidade pelo resultado ou mesmo ficar debatendo lances com o árbitro por quase 10 minutos após a partida, é tão infeliz, quanto a expulsão do Gabriel foi, mais uma vez. O nervosismo e a intranquilidade de jogar com resultado adverso são fatores reincidentes nesse elenco.
Mas o bom do futebol é que o próximo jogo sempre vem, bem como a próxima competição e é hora do Flamengo aproveitar essa derrota, corrigir os erros, especialmente de posicionamento, e saber que vamos encontrar muita catimba e uma defesa toda fechada que jogou 180 minutos contra o mesmo Internacional e não fez nem tomou nenhum gol.
A expectativa obviamente é vencer bem, pra fazer amistoso semana que vem, tirar foto da Esplanada dos Ministérios e voltar com a vaga do Distrito Federal. Pra cima deles!
- Por Vinícius Cardim, torcedor apaixonado pelo Flamengo e frequentador da arquibancada desde 1987. A opinião é exclusiva do torcedor. Interessados em produção de textos podem enviar para avaliação pelo e-mail redacao@diariodofla.com.br