Estádio Centenário possui mais de 400 jogos de torneios internacionais

Estádio com mais jogos disputados em toda a história da Conmebol Libertadores

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Estádio Centenário, em Montevidéu, Uruguai. Foto: Reprodução/Internet.

Estádio Centenário é um eixo do futebol, que passa pelo Mundial de 1930, pela estreia da Copa América e por mais de 400 jogos de torneios continentais. “TEMOS DE VENCER o campeonato de qualquer maneira. O esforço feito para levantar isso merece, no mínimo,
que lhes demos a Copa do Mundo”. Essa frase retumbou no vestiário do mandante no Estádio Centenário em 18 de julho de 1930. Saiu da garganta de Pedro Cea a seus companheiros, que olhavam espantados.

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Naquele dia, o Uruguai estava a instantes de estrear, contra o Peru. Era a primeira edição de Copa do Mundo organizada pela FIFA. Apenas 12 dias depois daquelas palavras, o Uruguai sagrou-se campeão. A primeira seleção a conquistar um Mundial. Tudo aconteceu no Estádio Centenário, que virou um dos principais ícones do futebol Sul-Americano e planetário. Tanto que, em 1983, a FIFA o declarou Monumento Histórico do Futebol.

Os números do Uruguai no Centenário, desde aquele triunfo por 1 a 0 sobre o Peru, com gol de Hector Castro, são imponentes. A Celeste jamais perdeu uma partida de Copa América no estádio: venceu 69 e empatou seis. Como se isso fosse pouco, saiu campeã das quatro edições do torneio disputadas no país (1942, 1956, 1967 e 1995).

O Centenário, porém, não trouxe alegrias apenas para a seleção. Tanto Peñarol como Nacional adotaram o estádio como se fosse deles. Converteu-se rapidamente no grande cenário do futebol do continente sul-americano. É a cancha com mais jogos disputados de Conmebol Libertadores. Mais de 400 duelos, dos quais 20 foram por finais. Entre as decisões, dez do Peñarol e cinco do Nacional.

O Tricolor, inclusive, comemorou duas de suas três Copas no Centenário (1980 e 1988).
Disputou-se no Centenário o primeiro jogo de Copa Intercontinental, antecedente do Mundial de Clubes atual. Em 1960, jogaram Peñarol e Real Madrid. Por aquele gramado verde passaram craques como Pelé e Diego Armando Maradona. Se os vestiários falassem,
contariam grandes momentos de figuras que fizeram grande o futebol continental. Pelé anotou ali o gol número 1.001 da carreira, num Peñarol-Santos.

Em uma manhã de junho de 1977, a seleção juvenil do Uruguai participou de um amistoso
diante do Argentinos Juniors, pelo qual jogava um tal Diego Armando Maradona. Com apenas 16 anos, fez um dos seis gols que embalaram a equipe argentina. Os 3 mil espectadores no estádio garantem que foi um baile. No ritmo de Maradona.

A construção do Estádio Centenário foi uma novidade para a época. Estrutura e obra, assinadas pelo arquiteto uruguaio Juan Scasso, afastaram-se dos típicos campos quadrados ingleses. A pedra fundamental foi colocada em 21 de julho de 1929.

Em 17 de agosto, Scasso convocou a imprensa para apresentar o projeto: um espaço elíptico, com quatro tribunas e uma torre como diferenciais. As cabeceiras foram chamadas de Colombes e Amsterdã, como homenagem às duas cidades onde os uruguaios obtiveram os ouros olímpicos, em 1924 e 1928. Esses torneios voltam a aparecer na Torre de los Homenajes que dá suporte à Tribuna Olímpica. A última tribuna recebeu o nome de América.

“Nunca se viu um estádio tão completo, há alguns maiores em outros países, mas destinados a vários tipos de esporte. Por isso, não me atrevo a fazer julgamentos ao dizer que é o primeiro do mundo, já que é exclusivamente do futebol”, disse o então presidente da FIFA, Jules Rimet, após a final da primeira Copa do Mundo. O Centenário viu o Uruguai campeão em 30 de julho de 1930, triunfo por 4 a 2 sobre a Argentina.

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Os olhos do futebol mundial se voltam agora para o Centenário: durante duas semanas, o futebol sul-americano será decidido neste local. Primeiramente, a final da CONMEBOL
Sul-Americana, entre Athletico Paranaense e Red Bull Bragantino, em 20 de novembro, véspera da decisão da CONMEBOL Libertadores Feminina no Gran Parque Central, e no dia 27 novamente haverá um tricampeão da América: Palmeiras ou Flamengo, os últimos dois vencedores da Copa, que se enfrentam em busca da Conmebol Libertadores.

Jogos da Conmebol Libertadores

O Centenário de Montevidéu já recebeu 417 partidas. É o estádio com mais jogos disputados em toda a história da Conmebol Libertadores. Na sequência vem o Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai, com 361. O terceiro no ranking é o Nacional de Lima, no Peru, com 277. No dia 27 de novembro, será a primeira vez que duas equipes do Brasil atuarão no mítico estádio uruguaio.

Finais de Conmebol Libertadores

Vinte edições de Conmebol Libertadores tiveram partidas de finais disputadas no Centenário. Flamengo e Palmeiras, finalistas em 2021, já atuaram por lá (nos dois casos, jogos de desempate), mas com resultados diferentes: o Mengão levantou a Copa em 1981 (ganhou do Cobreloa por 2 a 0) e o Verdão caiu ante o Estudiantes por 2 a 0,
em 1968. Será a quinta vez que o estádio funcionará como campo neutro.

Finais disputadas no Estádio Centenário

O maior artilheiro do estádio

O goleador máximo no Centenário é Alberto Spencer, que marcou 37 vezes. Nenhum outro jogador marcou tantos gols num mesmo estádio pela Conmebol Libertadores.

Primeiro gol

O primeiro jogo no Centenário foi também a partida inaugural da história da CONMEBOL Libertadores: 7-1 do Peñarol sobre o Jorge Wilstermann, em 19 de abril de 1960. Carlos Borges, aos 13 minutos, balançou a rede do estádio pela primeira vez.

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Maior goleada

Os 11 a 2 aplicados pelo Peñarol sobre o Valencia, em 1970, também é a partida com mais gols anotados na história da Conmebol Libertadores.