A polêmica sobre o futebol durante a pandemia continua em diferentes assuntos. Durante o programa “Redação SporTV”, desta quarta-feira, ocorreu uma discussão sobre o caso da relação de Andreas Pereira pelo Flamengo na partida contra o Santos. De acordo com o convidado José Eduardo Junqueira, especialista em direito esportivo, a decisão foi “absolutamente irregular”. Isso porque o jogador deveria ter passado pela fase da quarentena.
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“Eu particularmente entendo que a atuação do atleta nesse caso foi absolutamente irregular no ponto de vista esportivo. Porque, se enquanto cidadão, ele não tem liberdade plena de circulação, naturalmente ele também não tem liberdade plena de exercitar durante aquele período a sua atividade profissional se isso implica o contato com terceiros. Ele [Andreas Pereira] não tinha condições, do ponto de vista da legislação sanitária vigente, de estar ali naquele momento”, disse José Eduardo Junqueira.
Além disso, o convidado esclareceu que a decisão de não levar Andreas Pereira para o jogo deveria ter partido do próprio Flamengo. Mas no seu entendimento, José Eduardo, disse que o jogador não tinha condições de atuar, levando em consideração a legislação sanitária em vigência.
“Na verdade, nesse caso quem tem que fazer esse crivo é o clube empregador, o clube que promove a escalação do atleta. Particularmente, no meu entendimento, ele não tinha condições documentais de estar habilitado a ser escalado naquela partida. Não pelas condições esportivas em si, mas pelas condições pessoais de alguém que veio do exterior, estava em período de quarentena e deveria estar em isolamento social pleno”, complementou o especialista.
Críticas ao Flamengo
Mas, outra polêmica que envolve o Flamengo é a liminar para a liberação de público no Maracanã na partida de volta das quartas de final da Copa do Brasil. Seu adversário, o Grêmio, chegou a avaliar a possibilidade de nem entrar em campo caso o Mais Querido seguisse com a liminar. Dessa forma, o narrador Milton Leite fez uma crítica à atitude do Flamengo.
“Quando eu era criança tinha um programa de televisão, baseado numa obra literária famosa, que era ‘Os Três Mosqueteiros’. O lema deles era: ‘um por todos e todos por um’. Aqui, o Flamengo adotou o ‘Os Três Mosqueteiros’ às avessas. É o ‘eu por mim mesmo e vocês que se danem’. Então, acho que esse é um grande entrave no futebol brasileiro, quando se pensar em fazer algo em conjunto. Porque isso vai abrir, com a decisão de ontem do tribunal, a possibilidade de todo mundo ir buscar na justiça esportiva essa liberação. E aqueles lugares onde os prefeitos ou governadores ainda não liberaram a presença de público, provavelmente a partir de hoje, terá uma pressão gigante em cima dessas pessoas, desses políticos, para que eles liberem e para que volte a ter rapidamente público nos estádios. Então, isso está virando uma bola de neve, que vai levar provavelmente, daqui a pouco, a todo lugar ter público e a gente sabe que a pandemia não acabou. A pandemia continua forte”, criticou Milton Leite.
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