O Flamengo venceu o Náutico por 1 a 0, nesta quinta-feira (14/01), na Arena Barueri, e garantiu a classificação para a terceira fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Não faltou emoção. O Mais Querido pressionou bastante na primeira etapa, criou várias chances, mas só foi conseguir fazer o gol aos 49 do segundo tempo. A equipe do DIÁRIO DO FLA esteve presente no estádio e, por isso, preparou a Análise Tática da partida.
Luiz Felipe tem um estilo diferente de Fábio Matias, que era o técnico do Flamengo no começo da Copinha, mas, devido à demissão de Mauricinho, voltou ao Rio de Janeiro para assumir a equipe que vai disputar o Campeonato Carioca. Ao contrário do antigo técnico, o atual mantém uma formação ao longo de toda a partida, algo que fez também contra o Oeste-SP. Entretanto, uma coisa ele manteve: a prática de começar cada confronto com um esquema tático diferente.
O Mais Querido começou cada um dos quatro jogos do torneio em uma formação diferente. Com Fábio Matias, o Flamengo iniciou contra o Forte-ES, com a bola, em um 3-4-2-1, enquanto no duelo com o Floresta-CE foi no 3-5-2. Já Luiz Felipe botou a equipe na partida contra o Oeste-SP no 4-2-2-2 e, agora, fez mais uma inovação. O rubro-negro enfrentou o Náutico em um 4-1-4-1, que permaneceu no confronto inteiro.
A escalação foi a mesma do segundo tempo contra o Oeste-SP, só com a entrada de Cassiano no lugar do suspenso Mateusão. Assim, a equipe entrou com Bruno no gol, Breno na lateral-direita, Kayque Soares e Otavio na zaga, com Richard na esquerda. Igor Jesus fez a função de primeiro volante, enquanto Pedro Arthur ficou aberto na ponta-direita, Victor Hugo como um armador por dentro e direita, Kayke David armando no centro e esquerda, Petterson na ala-esquerda e Cassiano de centroavante.
A estratégia deu certo e o Flamengo fez um ótimo primeiro tempo, amassando o Náutico. Pedro Arthur teve a melhor atuação dele no torneio. O jogador, que tem muito bom passe, caía bastante por dentro para armar, invertendo de posição algumas vezes com Victor Hugo. Ele acelerava bastante o jogo, seja conduzindo ou com toques rápidos, chegou a dar uma boa finalização e dois ótimos passes que deixaram Petterson e Kayke David em boas condições de marcar, ambos recebendo dentro da área pela esquerda, mas perderam.
Victor Hugo também teve uma primeira etapa excelente, seja por dentro, onde deu uma finalização de bastante perigo, ou pelo lado. O atleta esbanjou qualidade, com drible, proteção de bola e duas ótimas enfiadas de bola para Petterson na esquerda, uma delas em uma fatiada espetacular que deixou o ponta livre na área, mas o atacante chutou em cima do goleiro e desperdiçou a chance.
Kayke David foi outro meia com desempenho muito bom nos primeiros 45 minutos. O atleta atuou mais avançado que nas partidas anteriores, quando jogou como um segundo volante, e participou bastante. Escondeu a bola como de costume, se movimentou, deu bons passes, um deles que serviu Richard para finalizar dentro da área, e ainda infiltrou algumas vezes para finalizar.
Petterson, por sua vez, foi bem importante, se movimentando e sendo sempre perigoso com a velocidade e drible, mas não caprichou nas finalizações. O jogador teve algumas boas chances, que desperdiçou. Já Cassiano saiu bastante da área para ser opção de passe, só que acabou não recebendo nenhuma bola para finalizar.
A zaga estava bem segura, com Igor Jesus fazendo a proteção e sendo fundamental na saída de bola. Equipe mostrou tranquilidade e deu poucos chutões para frente, mesmo quando o Náutico pressionava o setor. Os laterais tiveram bastante liberdade para avançar no esquema e Richard foi quem mais apareceu pela esquerda, sempre com velocidade e força, mas não caprichou tanto nos cruzamentos. Breno, por sua vez, não auxiliou tanto.
Segundo tempo
Embora o Flamengo tenha pressionado na primeira etapa, a equipe não marcou gol. Já no segundo tempo, o time voltou da mesma forma, mas o desgaste físico da maratona de jogos começou a pesar. O Náutico passou a congestionar muito o meio de campo e o rubro-negro já não conseguia mais criar tanto, buscando bastante os lados. O Timbu ainda chegou a conseguir assustar, com algumas chances de perigo.
Luiz Felipe, então, fez as primeiras substituições. Aos 20, mudou o setor direito, trocando Breno e Pedro Arthur, que já não estava mais aparecendo no jogo, para colocar o lateral Samuel e o ponta Carlos Daniel, que não entrou tão bem. Depois, aos 30, trocou Cassiano, que não recebeu nenhuma bola para finalizar em toda a partida, e botou Pedrinho. O atacante precisou de apenas três minutos para ter uma oportunidade de ouro. Samuel cruzou na medida para o centroavante, na pequena área, que cabeceou para fora.
A partida estava complicada para o Flamengo fazer um gol, mas pelo menos a defesa estava bem segura. Kayque Soares, Otavio e Igor Jesus estavam ganhando todas as divididas e ainda saíam tocando com qualidade. O volante, inclusive, apareceu em alguns momentos na frente e tinha tentado a finalização de longa distância duas vezes, sem ter pego em cheio. Então, aos 49, a bola sobrou para ele na entrada da área, que chutou, desviou e entrou, garantindo a classificação.
O rubro-negro, então, fez um ótimo primeiro tempo e caiu de nível na segunda etapa, muito pelo desgaste físico. Equipe agora não está mais variando as formações ao longo da partida, mas o treinador mostrou novamente que o esquema inicial será sempre um mistério. Agora, o Mais Querido foca no confronto contra o Oeste-SP, já neste sábado (15/01), às 19h30, na Arena Barueri, valendo vaga nas oitavas de final. Se criar tanto quanto criou contra o Náutico, mas com um aproveitamento um pouco melhor, tem tudo para fazer um grande jogo.