Análise Tática Athletico x Flamengo: Hora da verdade

Equipes se enfrentam nesta terça-feira, às 16h, na Arena da Baixada, pela partida atrasada da 4ª rodada do Campeonato Brasileiro

(Foto: Reprodução/Flamengo)

Flamengo e Athletico se enfrentam nesta terça-feira (02/11), às 16h, na Arena da Baixada, pela partida atrasada da 4ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido vinha de um momento ruim e de muita pressão, mas venceu o líder da competição no último jogo, o que manteve viva a esperança de título. Agora, é o momento de saber se Renato Gaúcho de fato arrumou o time e vai começar uma arrancada no Brasileirão, ou se o que aconteceu contra o Galo foi algo atípico. A tarefa não será simples. O adversário é complicado e o rubro-negro carioca terá muitos desfalques. Então, é a hora da verdade para a equipe.

Renato Gaúcho não terá à disposição jogadores bem importantes. David Luiz, Rodrigo Caio, Filipe Luís, Diego, Arrascaeta e Pedro estão fora por lesão, enquanto Bruno Henrique recebeu o terceiro amarelo contra o Galo e, com isso, está suspenso. Ou seja, são cinco titulares e dois reservas de alto nível fora. Na zaga, Gustavo Henrique e Léo Pereira devem começar novamente, assim como Ramon na lateral-esquerda e Isla na direita. Os quatro tiveram ótima atuação contra o Atlético-MG. A grande questão para o jogo contra o Athletico será do meio para frente. O treinador tem algumas opções técnicas e táticas interessantes.

Contra o Atlético-MG, Renato Gaúcho fez uma mudança na formação e no time titular. O técnico saiu do 4-2-3-1 característico e foi para o 4-2-2-2. Assim, Andreas Pereira retornou para a função de 2º volante, que é aonde rende melhor, ao lado de Willian Arão. Everton Ribeiro atuou aberto na direita, caindo por dentro para liberar o corredor para os avanços de Isla, enquanto Michael assumiu a titularidade pela ala-esquerda. Na frente, a dupla de ataque foi formada por Bruno Henrique, mais na esquerda, e Gabigol, na direita. Já contra o Furacão, o treinador não terá BH, mas pode manter o esquema, colocando Vitinho ou Kenedy na mesma posição, não precisando mudar os outros jogadores.

Para substituir Bruno Henrique, Renato também pode mudar a formação, retornando para o 4-2-3-1. Dessa forma, Michael continuaria aberto na esquerda, Everton Ribeiro na direita e Vitinho jogaria centralizado, de meia-armador, algo que já fez algumas vezes na temporada e rendeu bem. Gabigol, por sua vez, ficaria na frente. Outra opção seria centralizar ER7 e colocar o camisa 11 ou Kenedy aberto na direita. Um ponto positivo é que ambos tem a tendência de cortar para dentro, então o espaço do corredor se manteria para as infiltrações de Isla ou Matheuzinho. Além disso, com um dos jogadores em uma ponta e Michael na outra, a equipe passaria a ter velocidade pelos dois lados de campo.

Uma outra opção seria a de retomar a estratégia de adiantar Andreas Pereira, colocando mais um volante, no caso Thiago Maia. Entretanto, caso faça isso, o ideal seria não atuar no 4-2-3-1. Quando jogou nesse esquema com esses atletas, a equipe foi muito mal. Isso porque, Andreas rende bem buscando e conduzindo a bola no meio, vendo o jogo de frente, fazendo a transição da defesa para o ataque, dando dinâmica ao time e aparecendo de elemento surpresa na frente. Já de meia-armador, acaba ficando muito adiantado, dominando próximo da área, de costas para o gol, que não corresponde às características dele. Com o belga-brasileiro mal, o Flamengo naturalmente cai de rendimento.

Além disso, Thiago Maia é um primeiro volante de origem e não se saiu bem como segundo. Isso porque, o jogador, que é forte defensivamente, tem como característica o passe de primeira e raramente conduz a bola para fazer a transição da defesa para o ataque, além de ser mais lento que Andreas. Assim, com Thiago Maia de segundo volante no 4-2-3-1, o Flamengo perde muito em dinâmica. Então, o ideal seria mudar para o 4-3-3. Dessa forma, Andreas Pereira não atuaria como meia-armador, sim como terceiro volante, podendo recuar para fazer a transição, sendo o “motor” do time e tirando de Maia a “responsabilidade” de criação. Ele teria de tarefa fazer as coberturas do belga-brasileiro.

O Athletico, por sua vez, tem uma forma bem específica de jogar. A equipe atua em um 3-4-3, que se defende em um 5-4-1. Assim como na Copa do Brasil, em que o Furacão eliminou o Flamengo, o time deve jogar de forma fechada e buscando sempre a velocidade para o contra-ataque. O trio de zaga é alto e forte, tendo a bola aérea como uma virtude, tanto na defesa, como no ataque. Na frente deles, dois volantes fazem a proteção e dificilmente dão espaço para o adversário atuar pelo meio. Já ofensivamente, o Furacão é mais perigoso pelos lados do campo.

Isso porque, os dois laterais são jogadores de virtudes ofensivas. Pela esquerda, Abner é muito perigoso, tendo a tendência de cortar para dentro a infiltrar na área para marcar de cabeça. Já os dois pontas são os destaques do time. David Terans atua pela esquerda, com o costume de cair pelo corredor, enquanto Nikão joga na direita. Canhoto, o jogador corta bastante para o meio para finalizar ou dar o passe. Já o centroavante Renato Kayzer é um matador e precisa de poucas chances para marcar.

Então, o Flamengo precisa tomar cuidado com o adversário. O Mais Querido deve ficar atento nos contra-ataques e na bola aérea do Athletico. Já na frente, será importante se movimentar muito e buscar algo diferente para furar a forte defesa do Furacão. Dribles e finalizações de fora da área podem fazer a diferença para o rubro-negro carioca. A equipe vai entrar em campo bem desfalcada, mas Renato Gaúcho tem ótimas opções técnicas e táticas. Caso atue com intensidade, trocando passes rápidos e focado o tempo inteiro, o Fla tem todas as condições para sair com a vitória.