Na última semana, Rodolfo Landim recebeu uma carta oficial de grupos da oposição exigindo mudanças na gestão do Flamengo. Desse modo, nesta quarta-feira, os grupos apoiadores, FAT – Flamengo Acima de Tudo FLA, Raiz, SINERGIA, IDEOLOGIA, URN, Nosso FLA, FLA Esportes, MAIS Rubro-negro e Vanguarda Rubro-Negra emitiram uma carta oficial de apoio ao presidente.
Uma das principais argumentações contra a atual gestão do futebol do Flamengo é a constante demissão de treinadores. Ao todo, o Rubro-Negro demitiu seis treinadores desde 2019. Sendo assim, os grupos apoiadores de Landim, também se manifestaram sobre o principal assunto em questão em carta.
Siga Diário do Fla no Instagram
“Vale lembrar, por exemplo, que o ex-presidente Bandeira de Mello, inclusive, deixou uma dívida de cerca de R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais), em valores atuais, de um treinador que demitiu e não pagou. Este valor teve que ser pago pela atual Diretoria. Se não fosse a celebração de um acordo pela presente gestão, a dívida estaria sendo cobrada – judicialmente – até hoje, acrescida de juros e correção monetária, representando risco financeiro elevado ao Flamengo”, afirma a nota dos grupos.
Curta Diário do Fla no Facebook
Confira a nova carta da situação:
“OPOSIÇÃO DESTRUTIVA E OPORTUNISTA
A carta publicada por grupos de oposição do Flamengo causou indignação a todos nós, signatários da presente manifestação. Por isso nos sentimos obrigados a apresentar esta resposta, uma vez que o conteúdo da referida carta, diferente da mensagem colaborativa que, supostamente, tenta passar, possui tão somente um viés mentiroso, oportunista e nada constrói ou agrega ao Clube.
O que se verifica, infelizmente, é que pessoas que perderam a eleição no ano de 2021 estão atuando de forma destrutiva no Flamengo, levantando acusações desprovidas de qualquer fundamento e com intuito de tumultuar o ambiente do clube, aproveitando-se de um período em que nosso futebol não está performando tão bem quanto nos últimos 3 (três) anos de grandes conquistas.
É interessante ver que neste grupo de críticos se destaca como líder um ex-presidente de conhecida administração temerária do clube. Gestão que gerou, dentre os vários contratos que firmou em sua administração, enormes prejuízos financeiros ao Flamengo. Além disso, celebrou uma aliança inimaginável com o ex-presidente Eduardo Bandeira de Melo que, além de ter seu mandato marcado por uma das piores trajetórias esportivas do clube em toda sua história, tem usado descaradamente o nome do Flamengo em suas fracassadas campanhas políticas para deputado e prefeito. Hoje, ele volta a esta mesma prática, de se apropriar do trabalho administrativo feito por terceiros, na esperança de ludibriar o torcedor e se candidatar a uma vaga em Brasília.
Somados a estes dois, vemos, ainda, vários integrantes do grupo político SoFla (mais conhecido como “SoFra” – um colecionador de fracassos) que tentam retornar ao comando do clube, além de ex-candidatos derrotados fragorosamente na campanha presidencial de 2021. Ou seja, um grupo formado, com raríssimas exceções, por pessoas que muito pouco fizeram pela grandeza do Flamengo.
Somente o rancor e ânsia pelo poder justificariam uma carta como a que foi publicada.
Este é um momento de união, de críticas construtivas, de trabalho duro e contínuo, e não de discursos eleitoreiros que tentam beneficiar, individualmente, um ou outro.
É nisso que acreditamos.
É isso que fazemos todos os dias em nosso trabalho pelo Flamengo, nossa maior paixão.
O Flamengo unido é imbatível!!
Diante disso, é preciso restaurar a verdade dos fatos:
1. Não é verdade que o CRF não siga os princípios da moralidade, publicidade, impessoalidade e eficiência, e que também não seja um clube cidadão. É vergonhosa essa acusação. Ora, as contas do Flamengo estão em perfeito estado, são devidamente auditadas pela Ernest Young e são divulgadas para o grande público. Toda a imprensa especializada, de forma isenta, elogia a gestão financeira do CRF, ressaltando o profissionalismo e acerto da atual gestão no modelo de negócios implementado.
2. O Flamengo, com a profissionalização da sua gestão, começou a criar diversos mecanismos e procedimentos típicos de grandes empresas que atuam no mercado, elevou o valor da sua marca, aumentou suas receitas com patrocínios e se estabeleceu como o time de futebol com maior faturamento do Brasil. Sem contar que fazemos parte de um rol estritamente seleto de clubes Mundiais no que diz respeito ao tamanho e ao engajamento nas redes sociais, além da enorme audiência da FlaTv.
É justamente por conta desse contínuo processo de profissionalização, conduzido pela atual Diretoria, que se permitiu ultrapassar a barreira, antes sequer imaginada por clubes de futebol brasileiro, de receitas na casa de bilhão de reais.
3. Na atual gestão, foi criada, sim, uma área de relações institucionais. Isto, diferentemente do que tenta fazer crer a oposição, não tem nada de ilegal ou imoral. É uma área existente nos mais diversos líderes de mercado e de setores da economia mundial. Trata-se de atividade lícita, devidamente regulamentada, e que apenas contribui para a consolidação do Flamengo como uma Instituição ciente da liderança e relevância que possui em sua atividade, além da consequente necessidade de estar em constante diálogo com as autoridades públicas.
4. As vice-presidências de responsabilidade social e de embaixadas e consulados, criadas também na atual gestão, ao invés de retrocesso, são prova do compromisso social do clube com causas sociais e humanitárias, bem como com a torcida de fora do centro urbano do Rio de Janeiro, que agora possui um setor exclusivo para interação e desenvolvimento. Quem critica atenção à responsabilidade social e à nossa torcida, só pode estar de má-fé.
5. Sobre a absurda alegação de perseguição e demissão de funcionários, que segundo a oposição serviria para atender a acordos políticos, nada mais despropositado e desprovido de fundamento. Tais afirmações não merecem sequer maior tempo de resposta, já que são desprovidas de qualquer suporte probatório a embasá-las.
Todavia, importante registrar que todo movimento no quadro de funcionários foi conduzido de forma impessoal, gradual e com base técnica, não havendo o que se falar em qualquer perseguição, e tão pouco em cumprimento de acordos políticos. O que percebemos com esse argumento, mais uma vez, é que a oposição tenta ter muito mais importância do que possui. Em suma, tratam-se de atos de gestão e não de atos políticos. Há um abismo colossal de conceito, que está sendo, maliciosamente, subvertido pela oposição, sem qualquer prova.
6. Sobre o Departamento de Futebol, cabe esclarecer que segue integralmente o que determina o estatuto do clube. Todo profissionalizado, tendo apenas, como exceção, o seu Vice-Presidente, que ocupa um cargo não remunerado estatutário, além de um Conselho que auxilia à Vice-presidência em questões estratégicas. Atuações que não influenciam ou interferem no dia-a-dia da gestão do Departamento. Este modelo não pode ser criticado pela oposição ou, por exemplo, pelo senhor Bandeira de Mello, que já acumulou a pasta da Vice-Presidência de Futebol, quando o seu então VP foi preso, e, à época. nomeou o candidato que apoiou nas eleições do ano de 2018. Ou seja, pessoas que não possuíam qualquer expertise na gestão de futebol profissional, verdadeiros neófitos.
7. Quanto ao fim do contrato de consultoria com a Exos é importante registrar que ocorreu em 2017, ou seja, período anterior à entrada da atual Diretoria. Quanto ao legado deixado pela Double Pass, até hoje vem sendo utilizado pelo futebol de base do clube. Além da verticalização dos processos técnicos e da construção da matriz do caderno metodológico, razão pela qual estamos diante de mais uma inverdade dita pela oposição.
8. Com relação à menção de contratação e demissão de 7 (sete) técnicos de futebol, vemos uma amnésia seletiva, haja vista que nos últimos 10 (dez) anos o CRF trocou de técnico com uma periodicidade média de 5 (cinco) meses. Todos os ex-presidentes tiveram elevados gastos com a demissão de treinadores e respectivas comissões técnicas. Vale lembrar, por exemplo, que o ex-presidente Bandeira de Mello, inclusive, deixou uma dívida de cerca de R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais), em valores atuais, de um treinador que demitiu e não pagou. Este valor teve que ser pago pela atual Diretoria. Se não fosse a celebração de um acordo pela presente gestão, a dívida estaria sendo cobrada – judicialmente – até hoje, acrescida de juros e correção monetária, representando risco financeiro elevado ao Flamengo.
9. Quanto à crítica ao gramado do Maracanã, outra inverdade. Não houve trabalho mal feito ou negligente e sim um insano calendário de jogos no Brasil, o que fez o estádio receber mais de 80 jogos em 2021. Este ano, conseguimos fechar o estádio por um tempo, investindo mais de 5 milhões de reais para transformar o gramado num dos melhores do País.
De qualquer forma, é interessante ver o tema “estádio” sendo colocado por estes críticos. Por duas razões básicas: primeiro, pela administração do Maracana gerenciada pelo Flamengo ter sido uma conquista da qual gestão. Segundo, os acusadores quando administraram o clube na gestão passada, foram responsáveis por um dos piores e mais nebulosos negócios feitos pelo Flamengo nos últimos tempos: o estádio da Ilha do Governador, onde foram investidos mais de 22 milhões de reais em um local pequeno, para realização de 25 jogos. Isto sem mencionar a contratação da empresa de iluminação, responsável por uma das torres que desabaram, e cujo endereço era num terreno baldio.
10.A leviana e absurda acusação de abertura secreta de uma empresa nos EUA em nome de 2 (dois) Vice-Presidentes do clube configura inegável má-fé. Em primeiro lugar porque não houve a abertura de nenhuma empresa secreta, e, em segundo, porque a referida empresa não foi aberta em nome de nenhuma pessoa física, mas, sim, do Flamengo e está encerrada há 2 anos.
Com efeito, a referida empresa foi constituída 100% (cem por cento) em nome do clube, respeitando o Estatuto. A referida empresa buscava viabilizar tratativas oficiais em solo americano acerca do processo de internacionalização das marcas do CRF, exigência das autoridades locais. Infelizmente, o projeto demonstrou ser inviável e, por isso, não chegou a ser apresentado aos conselhos do clube. A empresa foi fechada quase que imediatamente, há mais de 2 anos, o que só revela a má-fé do argumento. Esses esclarecimentos, frise-se, já foram prestados numa sessão do Conselho Deliberativo.
11. Outra alegação eleitoreira e desprovida de qualquer embasamento é de que a atual diretoria teria agido contra os sócios da categoria “off-rio”. De plano, é preciso destacar que a referida decisão foi resultado de votação pelo Conselho Deliberativo, órgão próprio e autônomo, e não pelo Conselho Diretor. Ademais, não houve qualquer limitação para que torcedores de fora do Rio de Janeiro pudessem se tornar sócios do clube. O que houve, tão somente, foi a correção de um desvio de finalidade identificado na adesão da referida categoria social e, para tanto, o Conselho Deliberativo entendeu pela necessidade de limitar a concessão de desconto nas mensalidades a um determinado número de títulos. Em outras palavras, qualquer pessoa que queira ser sócia do Flamengo continua tendo esse direito, basta que adquira um título e pague em dia suas mensalidades. De qualquer forma, mesmo com a limitação definida pelo Conselho Deliberativo, ainda temos mais de 500 títulos off-rio à disposição para qualquer rubro-negro que queira se inscrever.
12. Outro ponto que merece correção diz respeito à seguinte alegação: “(…) o Flamengo brigou na justiça para descumprir a lei, atuando contra o direito dos associados (…)”. Este caso, que realmente é objeto de processo judicial, não foi defendido pela Diretoria em detrimento do sócio, mais uma falácia despropositada da oposição.
A questão é justamente oposta, o Presidente do clube fez cumprir o estatuto. A legislação, na interpretação da oposição, violava frontalmente as regras internas e os dirigentes, nos termos do nosso estatuto, devendo defender as diretrizes dele constantes. As eleições foram um sucesso e transcorreram em paz, demonstrando que o processo eleitoral do Flamengo, por ser presencial – na forma do estatuto, é imune à fraudes e escândalos, o que, infelizmente, ainda não acontece em alguns outros clubes.
13. Tampouco há que se falar, como levianamente dito, que o Presidente do Clube é ausente ou omisso. O Presidente Landim é pessoa de renomada competência e seriedade e está, sim, presente no dia a dia do Clube. O que a oposição confunde, no entanto, é uma suposta omissão com uma postura discreta do Presidente que não se faz presente em redes sociais. No entanto, o Presidente é, assiduamente, figura frequente na sede da gávea, no Ninho do Urubu, nas partidas do clube e em diversos outros compromissos em que representa o clube.
O Flamengo é uma instituição centenária que está, e sempre esteve, aberta ao debate. Nunca houve qualquer tipo de distinção no tratamento dispensado a nenhum sócio ou grupo político. Acreditamos que somente a união poderá contribuir para uma melhoria cada vez maior do nosso clube.
Assim, os signatários da presente resposta conclamam a todos, incluindo os grupos de oposição, a deixarem de lado as vaidades e os interesses pessoais, de forma que os posicionamentos contrários sejam feitos de forma natural, construtiva e contributiva.
Confiamos que a atual Diretoria está fazendo o melhor para o clube e que as inverdades e falácias apresentadas na referida carta se prestam apenas para tumultuar e nos distanciar do almejado êxito desportivo e administrativo.
Saudações Rubro-negras
FAT – Flamengo Acima de Tudo
FLA Raiz
SINERGIA
IDEOLOGIA
URN
Nosso FLA
FLA Esportes
MAIS Rubro-negro
Vanguarda Rubro-negra
Relembre a carta da oposição:
Leia, na íntegra, a carta de título “O Flamengo precisa avançar – Um chamamento à diretoria do Flamengo“:
“Falamos ao Conselho Diretor na condição de integrantes do corpo social do Clube de Regatas do Flamengo. Somos de diferentes correntes políticas, inclusive egressos da situação e mesmo de nenhuma corrente. Somos sócios contribuintes, sócios Off Rio, sócios patrimoniais, sócios proprietários, eméritos, beneméritos, grandes beneméritos, ex-vice-presidentes e ex-presidentes. Antes de tudo, somos da torcida: estamos pelo Rio de Janeiro, pelo Brasil, pelo mundo, dentro e para muito além dos muros da Gávea.
Testemunhamos nos últimos anos como o Clube conseguiu vencer obstáculos até então considerados intransponíveis e se reerguer. Com muito sacrifício, e notável colaboração da torcida e do quadro social, o Clube recuperou credibilidade, diminuiu seu endividamento e voltou a ser potência.
Números em uma planilha não podem expressar o que aconteceu de mais importante no Clube nesse período: resgatou-se o amor-próprio e o orgulho de ser rubro-negro. Em um esforço conjunto da Nação, o Flamengo restaurou a própria dignidade. De cabeça erguida, pôde investir em infraestrutura, no aperfeiçoamento dos processos de gestão e nas competências profissionais.
O Flamengo se consolidou como um modelo, o Clube Cidadão. Em 2019, a competência do Flamengo cidadão foi recompensada com a chegada de Jorge Jesus, que materializou uma temporada de sonhos.
Lamentavelmente, junto com o vitorioso técnico, o profissionalismo, a competência e a transparência também deixaram o Flamengo. O Clube Cidadão, cumpridor das leis e dos contratos, respeitoso com o associado e consciente do seu papel na sociedade brasileira, foi, aos poucos, se perdendo.
Fora das quatro linhas, o Flamengo retrocedeu. Abandonando de forma voluntária alguns princípios consagrados na administração: moralidade; publicidade; impessoalidade; eficiência.
Com a criação de novas vice-presidências, ressuscitaram uma prática já extinta no Flamengo, a de inchar o quadro do Clube para acomodar aliados, entre amadores e profissionais.
Para cumprir acordos políticos, iniciou-se um processo de perseguição e demissão de funcionários competentes, substituídos por cabos eleitorais sem experiência comprovada.
Desde a escolha da agência de propaganda (a mesma que fez a campanha para a chapa vencedora) até a contratação como diretor de um lobista envolvido com um grupo dedicado à intimidação de jornalistas. Hoje, a impessoalidade passa longe da Gávea.
A conveniência e a conivência políticas também provocaram o prejuízo de milhões na malfadada negociação do contrato com a TV Globo no Campeonato Carioca, cujo desdobramento foi a implosão da relevância do torneio como produto.
O Departamento de Futebol é o mais impactado pelos retrocessos na gestão. O gerente de Futebol, responsável pela contratação de Jorge Jesus, foi demitido e substituído pelo primo de um dirigente. A contratação de profissionais de baixa qualidade ou sem experiência por “quem indica” tornou-se rotineira.
O fim do contrato de consultoria da Exos e a perda do legado construído pela Double Pass se somaram à defasagem da remuneração dos profissionais do Departamento de Futebol em relação a outros clubes. Perdemos profissionais para rivais. Alguns deles na Série B.
A falta de critérios é evidente na contratação e demissão de sete técnicos que geraram gastos de quase R$ 30 milhões apenas em rescisões, assim como na renovação de atletas com baixos níveis de rendimento e idades avançadas. Resultado de um processo de tomada de decisão que a cada dia se mostra disfuncional. Não é por acaso o arquivamento das propostas de profissionalização do Clube. O Flamengo está viciado em amadorismo.
O Conselho de Futebol, em vias de esvaziamento, mostrou-se omisso e despreparado, formado por amadores que podem gostar, mas não entendem de futebol. Não pode ser chamado nem de “Conselho”, nem “de Futebol”. Até esta semana, a função do minúsculo “conselhinho” era servir de instrumento de influência do presidente do Conselho de Administração sobre o Departamento de Futebol.
Restam, ainda sem explicação, a tentativa de se comprar um clube em Portugal e a abertura secreta de uma empresa nos EUA em nome do Flamengo no nome de dois vice-presidentes, sem qualquer consulta prévia ou aprovação pelos conselhos do Clube. O Flamengo se tornou um inimigo da transparência.
A prática política da Diretoria reproduz em muitos aspectos o que há de pior nos piores governos: a sede por sabotar a democracia. Arrogância na condução dos processos contra o Clube, perseguição aos sócios de oposição, aumentos abusivos das mensalidades e subsequente limitação no número de sócios Off Rio, ocasionando a redução do quadro de sócios e do colégio eleitoral.
Pior, o Flamengo brigou na justiça para descumprir a lei, atuando contra o direito dos associados, garantido pela Lei Pelé, de votar à distância na eleição do Clube. E ainda tentou expulsar do quadro social um ex-presidente por conta do que fala – e não pelo que fez ou deixou de fazer.
Os atuais presidentes do Conselho Diretor e do Conselho de Administração se ausentam em momentos difíceis. O presidente do Conselho Diretor não fala à torcida quando a corda aperta. Age como se estivesse mais preocupado em gerir a própria imagem do que a do Clube. E, nisso, descumpre a promessa de campanha de cobrança constante. Já o presidente do Conselho de Administração, figura pública nas horas de vitória, some nas horas de crise, como se esperasse no banco de reservas.
Provado está que as ações dos dirigentes fora das quatro linhas se refletem de forma direta no rendimento do Flamengo em campo – campo, aliás, que mal temos, dada a crônica má qualidade do gramado do Maracanã. Como torcedores e sócios, é nosso desejo que 2019 não seja apenas um cometa que atravessou a órbita do Flamengo, sem data prevista para o seu retorno. Ainda restam 30 meses de gestão e os retrocessos não podem mais ser ignorados. Se esses retrocessos forem corrigidos, ainda há tempo para que o Flamengo retorne ao caminho das vitórias.
Esta carta é um chamado à ação para a Diretoria. Nós, a exemplo de vocês, só aceitamos o “vencer, vencer, vencer”. Nós, a exemplo de vocês, almejamos estar à altura da obra de engrandecimento do Clube iniciada por nosso presidente histórico José Bastos Padilha. Somos todos Flamengo, e o que nos une está acima das disputas de poder. Acreditamos que o Flamengo não possa ser governado sozinho.
Aos vencedores nas urnas, a liderança dos conselhos. A quem não venceu, a colaboração e cobrança pela governança do Clube. Sem oposição e sem independentes, sem a cooperação desses no controle e na melhoria dos processos e do regramento interno, o Flamengo não cresce. Um Flamengo reservado a alguns poucos coroados, sem disposição para sequer dialogar, é um Flamengo necessariamente menor.
Por isso, cobramos: a revisão e a redução imediata do papel dos amadores nos departamentos ligados às vice-presidências de Futebol e Esportes Olímpicos; a contratação de um diretor de Futebol profissional de nível internacional, à altura do investimento no Futebol; a extinção e não-reconstituição do Conselho de Futebol; a reconstituição de uma comissão técnica permanente no Futebol; a revisão independente do trabalho do Departamento Médico no Futebol; a revisão independente da atuação da empresa encarregada da manutenção do gramado do Maracanã; a revisão do reajuste imposto em agosto de 2020 aos sócios contribuintes Off Rio; o apoio do Conselho Diretor à derrubada do teto numérico à expansão da categoria Off Rio; o apoio do Conselho Diretor à colocação em pauta das propostas de profissionalização do Clube, a começar pelo Futebol; o apoio do Conselho Diretor à reforma eleitoral com direito assegurado a votar à distância por meio online e de forma presencial via urna eletrônica; a implantação de uma estrutura profissional de atendimento ao torcedor rubro-negro visitante, ligada ao Departamento de Marketing e Comunicação. Cobramos, sobretudo, o apoio do Conselho Diretor à imediata e ampla reforma estatutária do Flamengo, conforme compromisso assumido de forma pública durante a campanha pelo presidente eleito. Essas são medidas urgentes.
Vivemos um momento decisivo na história do futebol brasileiro, de mudanças que se anunciam profundas na governança dos clubes. Para fazer frente ao desafio que vem de fora, o Flamengo do amanhã precisa de sócios, e não de súditos. Sem perseguições. Com reformas. Para seguir líder.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.”