Tite exalta triunfo contra o Botafogo: ‘Equipe teve um nível de concentração muito alto’

Treinador concedeu entrevista coletiva após vitória por 1 a 0

Tite exalta triunfo contra o Botafogo: 'Equipe teve um nível de concentração muito alto'
Foto: Reprodução

Na noite desta quarta-feira, o Flamengo derrotou o Botafogo por 1 a 0 com gol de Léo Pereira e voltou a vencer no Campeonato Carioca. Depois do jogo, o técnico Tite concedeu entrevista coletiva e, entre diversos assuntos, destacou a resiliência da equipe.

”Equipe que teve domínio e controle no segundo tempo total. Que fez jus e mereceu vencer. No primeiro tempo ainda teve alguns momentos do Botafogo pela qualidade, pela boa equipe, pelo técnico que tem, a jogada de velocidade puxada de contra-ataque, mesmo assim neutralizada. Persistência, resiliência, ir até o final, são palavras muito fáceis de dizer, mas muito difícil de fazer isso em campo. Teve um nível de concentração muito alto com a entrada de atletas que proporcionaram nesse aspecto a vitória”, disse Tite, antes de emendar sobre Leo Pereira:

”O Léo é um menino que terminou muito bem o ano, nos 12 jogos, foi um dos jogadores com nível alto. E começou bem o ano, tem qualidade no posicionamento defensivo, nas coberturas, e também nos ofensivos, com construção, bola longa, diagonal e bons passes. E hoje teve a felicidade no cabeceio. Ele ataca muito o primeiro pau nos escanteios. Hoje fez um gol no segundo. Pode aparecer em qualquer lado. É importante para ele. Ficamos felizes pelo jogo passado que fez defensivo perfeito. E hoje mesmo que não tenha salvado, ajudou bastante. E tem margem de crescimento. Isso é importante no atleta. Ele não bateu o topo, tem margem de crescimento”, complementou Tite.

Confira outros trechos da coletiva de Tite:

Encaixe para De La Cruz

”Com o tempo você me cobra. Guarda essa pergunta que você vai me fazer de novo e nós vamos considerar. Requer tempo de entrosamento dos quatro homens de meio de campo com um jogador de profundidade na lateral. Guarda a pergunta”

Wesley x Varela 

”Teste não. Com jogadores desse nível… Eu tenho um carinho muito grande pelo lado humano de todos. Como técnico tenho que escolher. Sei do trabalho por trás do pano. Não me engano. Não boto panos quentes em situação. Falo porque sinto. Tenho que escolher e tenho respeito muito grande por eles. Antes do jogo, coloquei isso a eles antes de começar o jogo e fazerem o aquecimento, falei que a preparação seria fundamental para entrar e ser decisivo. Não porque sou advinho, o futebol é assim, te traz isso. No lado direito, o Varela dá quando a jogada é de combinação e dá o timing para passar. O Wesley não precisa nem de timing, só o lançamento longo já dá infiltração”

Substituições e saídas de Varela e De La Cruz

”Teve problema, sim. Já estava determinada a substituição dele (Varela). Do Nico (De la Cruz) também. Gente, jogamos dois clássicos em quatro dias, início de temporada. A exigência física e mental é muito grande. As duas substituições já estavam determinadas, prontas para fazer no segundo tempo”

Criação de jogadas no último terço

”Coordenação fina se pega com o tempo. O atleta vai adquirindo sua melhor condição. Estou falando de todos: nós, Botafogo, todas as equipes. Ela retoma uma finesse maior com a sequência de jogo. É da jogada individual, mas é do posicional. A gente não engessa na frente, dá o plano criativo. Por vezes vai ser do drible, da tabela, da assistência… O Arrascaeta é um jogador assim. Ele fala para você que precisa da sequência de jogos. Eu ouvia mesmo quando não era do Flamengo. Os jogadores são assim, precisam para encontrar essa finisse”

Pedro x Gabigol

”A torcida deu apoio. Ela estava até um pouco impaciente pelo resultado. Temos que entender a reação da torcida. Às vezes tocava uma bola de lado e ela reclamava. Reclamava aqui atrás do banco. Mas não dá para perder a consciência, que vai sair de qualquer jeito e fazer o gol. Por isso que falo para os atletas terem maturidade. Vai dando crédito. Titularidade é a sequência de jogos que dá. São os momentos de cada um. Pedro tem sido o goleador.  Gabi da mesma forma tem a possibilidade de como a gente utilizou, em algum momento estratégico, os dois desde o início. A gente usou os dois (contra o Audax). Se o Arrasca, aventamos a possibilidade hoje, ele poderia não ter continuidade, a gente estava monitorando. E tinha a possibilidade de jogar ele (Gabigol). São dois grandes atletas”

Gerson 

”O Gerson não trabalha como segundo meio-campista. Trabalha como jogador de articulação dentro do bolsão na meia esquerda. Se o olhar o lance em que o Cebolinha faz cruzamento no final do primeiro tempo, ele é acionado na meia esquerda. Porque nossa fase ofensiva é de um primeiro meio-campista e ele avança para ser um articulador. No segundo, há um cruzamento da direita e ele ataca o canal central para fazer o gol, e o Luiz Henrique ganhou o cabeceio. Os dois exemplos mostram bastante o posicionamento do Gerson não como segundo meio-campista, mas como jogador com liberdade criativa”

Grande período sem finalização

”Para não ser um jogo imaginário. O lance que o Arrascaeta finalizou contra o Vasco foi um lance cavado nas costas do adversário. Numa infiltração do Gerson, tem uma bola do Varela de retorno, ele faz o cruzamento e o Arrascaeta vem, parecido com o gol contra o Palmeiras. Não vale pegar 15 minutos de um lado e 15 do outro, juntar as duas coisas e não olhar que no segundo tempo chutamos oito, nove, e eles chutaram uma. Não vale porque aí o número fica fatiado”, finalizou Tite.