Tite critica gramado, fala sobre Gabigol e comenta vitória contra o Amazonas: ‘Tempos distintos’

Treinador também comentou sobre Fabrício Bruno

(Foto: Reprodução/FlaTV)

O Flamengo venceu o Amazonas por 1 a 0 nesta quarta-feira (22/05), fora de casa, pela volta da terceira fase da Copa do Brasil. Com a vitória, o Mais Querido garantiu a classificação para as oitavas de final da competição. Após o confronto, o técnico Tite falou sobre como foi a partida. Segundo ele, foi um jogo em que o time atuou de forma diferente em cada etapa. O técnico também criticou o gramado da Arena Amazonas.

“Dois tempos distintos. O primeiro nós dávamos bastante contra-ataque ao adversário, principalmente pelo lado esquerdo. No segundo tempo a gente ajustou, trazendo o Varela por dentro e dando uma liberdade para o Gerson e um poder de criação maior. No segundo tempo cresceu bastante, criou bastante oportunidades, num gramado onde é muito difícil colocar velocidade, articulação e troca de passes. Isso prejudicou o espetáculo, prejudicou o jogo do Flamengo, das duas equipes”, afirmou Tite.

Na sequência, o treinador comentou sobre Fabrício Bruno. O Flamengo acertou a transferência do atleta para o West Ham, da Inglaterra, por 15 milhões de euros. Como ainda não é oficial, o treinador rubro-negro fugiu do assunto. “Fabrício é um grande jogador, está conosco. A gente quer permanecer com ele no nosso trabalho, no nosso dia a dia”, declarou.

Gabigol foi outro atleta pauta da coletiva. Tite falou como foi a conversa com o atacante após a polêmica recente. Além disso, mencionou o segredo para o atual camisa 99 dar a volta por cima. Além disso, o treinador afirmou que o atleta é importante para o elenco do Flamengo.

“Teve comigo, teve com o grupo todo. Ele externou os sentimentos, falou o que era, o que foi. E só tem um caminho: o trabalho. A recuperação através do trabalho. É no dia a dia, é na aplicação, é na sequência do trabalho, é nas oportunidades que surgem. Todo esse processo que a gente busca na recuperação dos atletas, todos são importantes. O Gabi é importante”, disse.

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Sobre lesão do De La Cruz

“Problema do De La Cruz não é físico. É médico, clínico. Foi um trauma, um impacto que já no intervalo ele estava sentido e que no segundo tempo ele pediu para sair, porque não conseguia mais. Ele faz o sinal para mim. Jogos que são de uma exigência física muito grande é uma responsabilidade nossa, do departamento físico. No caso dele, clínico, da recuperação para tê-lo no próximo jogo”.

Sobre Pedro

“Não foram só os últimos três, quatro jogos. Ele faz uma temporada muito boa. Mesmo nos momentos em que a equipe esteve em dificuldade, ele se manteve num nível bom. Isso é reflexo do trabalho. Reflexo do dia a dia dele, dia a dia do elenco. A gente só vai gerar os frutos para colher no campo se trabalhar sério, querendo evoluir, querendo ser melhor. E ele tá tendo hoje, nos últimos jogos e na temporada também, tudo fruto do trabalho dele e do elenco”, disse Matheus Bacchi.

“Eu falo aqui do Flamengo, no meu dia a dia, ele (Pedro) trabalha muito. Trabalha muito. O aspecto finalização, o aspecto pivô, o aspecto físico. Então, é todo um processo que vem. Ele cresceu, ele tendo essa atenção nos diversos níveis de treinamentos, nesse processo todo de evolução”, falou Tite.

Sobre Igor Jesus

“A gente acredita em todos os atletas. A gente sabe que no futebol a gente passa por dias ruins e dias bons. A gente não pode hipervalorizar quando faz uma grande partida, como foi no início do ano, quando a gente colocou ele para jogar. E a gente não pode achar que está tudo destruído quando ele tem uma sequência com uma dificuldade. Para isso que ele precisa dos companheiros, da comissão técnica, do treinador, do apoio da diretoria e da torcida. Para entender essas variações que os atletas vão ter. Porque todo mundo é ser humano. As vezes o psicológico afeta. As vezes uma coisa deu errada no início do jogo, afeta o atleta. Então a gente precisa de uma constância de trabalho, de acreditar e do apoio de todo mundo. Porque todos os jogadores do elenco do Flamengo tem condições de estar jogando, de ajudar a gente nesse ano que vai ser tão importante. Precisa do trabalho, da consciência nos momentos ruins e bons e desenvolver todo o potencial deles”, disse Matheus Bacchi.

“Eu sei que o meu estilo por vezes é identificado por alguns, porque falo do lado humano e do tático. Mas a pergunta foi importante. A gente não solta o atleta que foi mal num jogo. A gente não descarta. Eu não sou técnico de pegar e falar ‘tá ruim, tá fora’. E eu disse isso a ele. O Léo Ortiz entrou como volante no outro jogo e ele (Igor Jesus) ficou preterido. E eu disse que o processo de confiança é um processo de treinamento e que ele iria retomar. E eu sei disso. Ele retomou esse processo e por isso, inclusive, o desempenho dele”, falou Tite.

Flamengo jogou com o “regulamento debaixo do braço”?

“Eu não acredito em jogar com o regulamento debaixo do braço. Nós tivemos dificuldades no primeiro tempo, ficamos expostos ao contra-ataque. Teve um ajuste, Varela mais para trás, Nico mais para frente e liberdade para Gerson. Para não dar liberdade ao Serafim, que é a característica do atleta. Fora o gramado, que retira uma fluidez maior do jogo”, disse.

Matheus Cunha na Copa do Brasil

“Matheus Cunha é um grande goleiro, a gente tem dois grandes goleiros. É uma possibilidade real de lhe dar sequência. E é uma possibilidade dos dois estarem disputando performances. Daqui a pouco pode ser titular o Cunha em Campeonato Brasileiro, se o Rossi cair. Pode o Rossi jogar se o Cunha não estiver bem? Pode. Eu fomento a qualidade dos dois. Agora, a competição e desempenho é a parte deles”.

Desafio para o time não ficar robotizado com o jogo posicional

“Na parte ofensiva, 2-3, os cinco da frente tem liberdade total. Não engesso. Eu só dou caminhos, só dou rotas. Só faço a bola chegar lá. Depois, é talento individual, é qualidade técnica. É finta, é drible. O técnico não entra. Entra a qualidade individual e o talento. Ele só dá uma rota para a bola chegar lá. Depois? Eu não vou falar para Pedro o que é para fazer. Não vou falar para Arrascaeta o que é para fazer. Não vou falar para Lorran o que é para fazer. Não vou falar para Luiz, para Cebola o que é para fazer. Eu vou dar a bola no último terço para que o talento aflore. Para que a finalização aflore. Eu fui falar com o Cebola agora, ele disse assim: ‘Fui botar no contrapé do goleiro, ele parou e me arrebentou’, porque eu pensei que ele fosse fazer igual contra o Bolívar, de virar o pé e fazer o gol do lado direito. Ele tentou dessa vez dar no contrapé. Aí é talento individual, o técnico não entra, só estabelece rotas. O talento é deles”.