Neste domingo (3), o Flamengo venceu o Cuiabá por 2 a 1, no Maracanã, em partida válida pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o sonho do título fica muito difícil, mas o rubro-negro vai em busca da classificação direta para a Libertadores.
A partida marcou a despedida de Filipe Luís do Maracanã, como jogador do Flamengo. O experiente atleta vai se aposentar no fim da temporada e a sua despedida do estádio foi com uma vitória.
Após a partida, Filipe Luís atendeu a imprensa na sala de coletiva. O lateral afirmou que sonhou bastante com o momento que viveu neste domingo e garantiu sair da partida em paz com o coração leve.
“Sonhei muito com esse dia de hoje, chorei muito nos últimos três dias, recebi mensagens de pessoas que eu não imaginava receber, treinadores antigos e ex-companheiros. Me emocionei muito, mas não sabia o que esperar do Maracanã. Juntando tudo isso, ainda teria um jogo muito importante para ser jogado. Então foquei muito no jogo, queria fazer um bom jogo e sair com a vitória que era o mais importante. Quando entro no campo e vejo o Mosaico com a foto do meu avô, eu desabei, não tem como. Vi muitos companheiros chorando e rapidamente voltei ao foco. Estou emocionado, mas em paz comigo mesmo, sei que estou parando na hora certa”, disse Filipe Luís.
Filipe Luís falou sobre outros assuntos na coletiva:
Mosaico com imagem do seu avô:
“Foi uma coisa que me emocionou muito, sinto muitas saudades do meu avô. Era um cara muito presente e divertido, queria muito que ele visse essa homenagem, mas só de ter meus pais aqui é algo muito legal. Essa foto com o meu avô é muito simbólico para mim”.
Respeito da Nação:
“Falei com os representantes das organizadas que estiveram no Ninho do Urubu nesta semana fazendo homenagem para gente, disse para eles que muitos jogadores passaram, mas poucos conseguiram o respeito da torcida e isso é algo que eu me orgulho muito, sair daqui pela porta da frente”.
Amor pelo futebol:
“Desde que eu me entendo por gente jogo futebol, foram 20 anos de carreira e pelo menos uns 35 jogando o esporte. Sei que o futebol é uma prioridade na minha vida e não da minha esposa, por exemplo, porque nenhum jogador conseguiu atingir a glória, sem colocar o futebol como o seu principal objetivo. Nós jogadores de futebol temos uma vida muito boa, mas abrimos mão de muitas coisas, muitas vezes estou longe do crescimento dos meus filhos, da minha esposa, são muitas viagens e até mesmo estou em casa, mas não estou e isso é o pior. Eu não consigo chegar em casa e esquecer do futebol, o que vem daqui para frente é que eu sou apaixonado por esse esporte. Tenho uma ideia na cabeça e quero continuar no campo, tenho que concluir um curso e ir para o mercado de trabalho”.
Momentos marcantes com o Manto Sagrado:
“Tenho muitos jogos marcantes, obviamente que a final de 2019 marcou milhares de rubro-negros. Mas o que eu vivi intensamente, falando de foco e preparação foram os jogos contra Internacional (ida) e Grêmio (volta), por quartas e semifinais da Libertadores 2019. O estado de espirito que eu senti antes da vitória na vitória por 5 a 0 contra o Grêmio, era de que iríamos amassar o adversário, e isso acontece em raras oportunidades na carreira. Nesse período foi o momento que eu tive mais confiança, sabia que poderíamos tomar gols, mas iríamos vencer os jogos, me sentindo soberano”.
Estilo de jogo quando for técnico:
“O meu estilo é o Flamengo, é só ver como a torcida quer que o Flamengo jogue é como eu quero que meus times joguem. Tenho anotações, mas preciso colocar isso em prática e espero ter sucesso como treinador”.
Resenha com Braz e Spindel durante chegada ao Flamengo:
“Antes de me tornar jogador do Flamengo, Braz e Spindel me encontraram em Madri, almoçamos, resenhamos e falamos de ídolos antigos e atuais do Flamengo e quem eles pensavam em contratar. Realmente senti o carinho deles, minha esposa me disse que pelo fato de os dirigentes virem ao meu encontro, o Flamengo realmente me queria como jogador, já que os outros clubes mandavam representantes. Eu acompanhava as notícias, as cobranças em que os torcedores sempre pediram raça e eu sou um cara que não dou carrinho sem necessidade, não vou me esforçar em um lance que não vale. Então como eu não sou um jogador vistoso e com essa raça, me preocupei muito antes de vir para cá. Logo perguntei para o Braz se ele tinha certeza da minha contratação, ele riu e me tranquilizou dizendo que eu era jogador de Seleção e que iria ser muito útil”.
Jorge Jesus:
“O Mister era incrível, me mostrava os quadros e me dizia como queria que eu jogasse. Em conversas com ele, afirmei que poderia render com outra função, ele não gostou muito, mas acabou inserindo no dia a dia a melhor maneira para eu atuar. Isso acabou dando muito certo, ele conseguiu extrair o meu melhor”.