Somos conhecidos por sermos unidos na “doença”, “na pobreza”, nos piores momentos, elencos, técnicos e dirigentes, conhecidos por carregar os Tigres Ramirez da vida, o Charles Guerreiro, o Maurinho, o Mezenga, o Obina melhor que Eto’o, o Maxi melhor que Messi, o Rafinha melhor que o Neymar, o Brocador, entre outros. Nós criamos nossos xodós e nossos salvadores, sem a gente eles não existem, para nós eles são parte da nossa história de torcedor, para eles nós somos os melhores momentos das suas vidas, para sempre.
Nós já levamos mais gente ao estádio do que o adversário jogando com 2 gols de desvantagem numa final (2001) por um único motivo: O Flamenguista tinha autoconfiança e muita fé !
Mas agora na “saúde” e na “riqueza” tem um monte de Rubro Negro querendo acabar com o relacionamento, “ameaçando o divórcio”, achando que ganhar o Tri da Libertadores é pouca coisa, que é obrigação, “fora todo mundo”, “fulano não merece vestir essa camisa”. Amigos, corram no Google para recordar cada peça rara que já vestiu essa camisa, tanto cidadão que se dizia jogador de futebol e que até gritamos o nome na arquibancada que parece que éramos um clube amador até a última década. Evoluímos demais, mudamos o patamar, mas o futebol continua tendo 11 de cada lado e 3 resultados possíveis.
E tem outros tratando tudo com pessimismo, achando que não vamos vencer porque o Renato não é técnico, porque o médico é ruim, porque o Renê tá no elenco, porque o Vitinho é alheio ao mundo. Em tempo: Renato vem muito mal nos últimos 6 jogos pelo clube, sendo engolido por adversários mais fracos tecnicamente, jogando sem estratégia, sem tática definida e o pior, sem variação. E, como sempre, quando não convence, dá coletivas bem ruins, fugindo dos questionamentos. Mas antes de falarem que ele não é técnico de futebol, não esqueçam que ele é o maior vencedor de jogos da História da Taça Libertadores da América, não é opinião, são números, e tentar diminuir isso com conjunções adversativas é deselegante e desnecessário. Dia 27 ele estará do nosso lado e nós vamos apoiar até o fim. O que quiserem fazer com ele no dia 28, não interessa, mandem embora, mandem pro Goytacaz, mas até a gente gritar Tricampeão, se você faz parte dessa Nação, o apoio é mandatório.
Aprendi na adolescência como éramos diferentes. Manhã de Novembro de 1995, 40 mil ingressos vendidos numa outra época, em que as bilheterias do estádio ferviam até a hora do jogo. Flamengo em crise, após um fracassado ano do Centenário, e uma pífia derrota no jogo de ida, todavia ainda havia uma final pelo caminho. Entrevista na hora do almoço na Rádio Globo eis que perguntam ao Kleber Leite: “Está confiante Presidente, ou esperava que a torcida comparecesse em melhor número do que essa parcial de 40 mil, parece que o torcedor não está acreditando?”.
“Desculpa mas vocês não conhecem a torcida do Flamengo, essa é a nossa chance de ganhar um título no centenário, e eu tenho certeza que não vai sobrar um ingresso nas bilheterias”.
Dito e feito, vendidos os 105 mil ingressos, os portões foram derrubados e os bombeiros estimaram em 140 mil presentes no estádio (com a geral fechada). A torcida deu um show, cantamos o quanto pudemos, pois isso é o que nós somos!
Esse momento pré Final da Libertadores é aquele pra você convocar seus gatilhos, relembrar aonde esse clique aconteceu na sua vida, também é aquela hora de fazer promessa, repetir roupa, inventar ritual, falar a cada falta próxima ao gol adversário que “é agora”, pois com certeza cada um que está lendo aqui sabe quais foram os dias, os gols ou vitórias, que te levaram e ainda levam a refletir porque você conduz sua vida e destina os melhores momentos dela em torno desse clube, dessa Nação. Quem não lembra aonde estava no gol do Pet ? Busque na memória os grandes acontecimentos que te fizeram ser um de nós. Dia 27 a gente precisa de cada um, em qualquer lugar do Mundo.
Quantas vezes me perguntei se algum dia eu veria o Flamengo ganhar uma, imagina duas Taças dessa. Somos muito privilegiados.
Hoje estamos em mais uma final da Libertadores, aonde chegamos 3 vezes em 60 anos, precisamos e merecemos viver isso mais intensamente, abraçar o filho, contar suas histórias, ouvir seus avô, falar de Flamengo no bar com desconhecidos, e também precisamos, com urgência, trocar os assuntos nos grupos que só andam falando de Renato, Tannure, Braz, Diego, DM, Galo, Hulk, Brasileirão, Carvalhal, Villas Boas, Jardim, JJ, para começar a falar de Arrasca, Roni, D Luiz, Gustavo Gomez, BH, Dudu, Andreas, R Veiga, Abel Ferreira, Libertadores, Tri… Flamenguistas, insisto, entrem no clima, são 3 jogos para o Mundo e nós vamos vencer !
Em 2019 nós fizemos história, nas ruas de Lima e no Rio de Janeiro. Sugiro que assistam 10 minutos de vídeos das comemorações no Maracanã, no Peru e no resto do Brasil, e duvido que a lágrima não apareça, o braço não arrepie, e a saudade venha a tona. Se estiver em Montevidéu daqui a 3 semanas, quando a bola rolar, guarde seu celular e cante pra valer, sinta a autoconfiança e a fé que nosso povo tem, e jamais diminua a importância dessa Taça, você será um dos 25 mil representando mais de 40 milhões, e essa conquista depende do seu desempenho, pois sabemos que faltam 90 minutos para a o título, a hegemonia, contudo não podemos esquecer que o combustível do Urubu, somos nós. Nenhuma vitória vem sem nosso apoio, nós somos o coração desse clube e se a gente parar de pulsar, o sangue não corre dentro das quatro linhas. Por isso, nunca esqueçam o que somos e nem desacreditem do que seremos!
Fé, Raça, Amor e Paixão, nós somos a Nação Rubro Negra e seremos Tri campeões da Libertadores da América.
Até o fim!
- Por Vinícius Cardim, torcedor apaixonado pelo Flamengo e frequentador da arquibancada desde 1987. A opinião é exclusiva do torcedor. Interessados em produção de textos podem enviar para avaliação pelo e-mail redacao@diariodofla.com.br