Fala, Arquibancada: ‘sabemos quem somos e do que somos capazes de fazer pelo tri’

'Aquele povo no #aerofla nos representa, quem pode vai, quem não pode acompanha, divulga, curte, compartilha e se emociona do mesmo jeito'

Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Há poucos dias, falamos aqui sobre lembrarmos quem somos. https://diariodofla.com.br/fala-arquibancada-vamos-fazer-um-exercicio-hoje-relembrar-quem-nos-somos/ A parcela dos Rubro-Negros que nos acompanha, leu, recordou, entendeu e concordou. E parece que a mensagem se espalhou por toda cidade. Ficou claro desde o jogo contra o Corinthians até o embarque do time na sexta-feira que sabemos quem somos e do que somos capazes de fazer pelo tri.

Não estive de corpo presente no #Aerofla, talvez leitor, você também não tenha comparecido, mas a verdade é que tanto eu como você estávamos lá. Aquele povo nos representa, quem pode vai, quem não pode acompanha, divulga, curte, compartilha e se emociona do mesmo jeito. A cobertura da FlaTV foi um espetáculo, por lá estive, online, junto a mais de 100 mil pessoas, durante todo o trajeto, um número inimaginável nas previsões e insuperável para outras torcidas. Engajamos o mundo através do Twitter. Na saída do Ninho para o Aeroporto, um torcedor vibrava em cima de uma lixeira, sem saber que eram seus cinco segundos de fama, abriu o saco de mercado que carregava, sacou uma lata de cerveja, possivelmente na temperatura natural, e brindou, naquele instante, a partida do ônibus do “Mais Querido”. A essência do “Jogamos Juntos”.

Os vídeos e as fotos, conseguiram mobilizar milhares de grupos, centenas de milhares de pessoas, toda imprensa esportiva, sem ser dia de jogo. Ônibus Escolar, Barco, Moto, Viaduto, Via Expressa, Favela, ontem teve torcedor do Flamengo dando espetáculo em todos os cantos do Rio de Janeiro, são tantos registros mágicos que a editoria terá dificuldade para escolher qual irá acompanhar este texto. O que falar daquele momento que um braço invade o ônibus, os jogadores filmam e o rosto que aparece não é o mesmo do braço. Como explicar que um torcedor com um pedaço da lataria do ônibus que levava nossos jogadores, não nos causa indignação, tampouco nos remete a um ato de vandalismo. Porque aquilo é amor, e quem ama esse clube, entende. A verdade é que a maioria de nós, penduraria aquele objeto na parede do quarto. Puro suco de Flamengo.

Na chegada ao terminal de cargas, a torcida cresceu e o ônibus parecia diminuir, como se estivesse sendo carregado no colo, aliás qual a necessidade de rodas ou de motor naquele ônibus? Cercado por todos os lados, guiado pela Nação, ele chegaria a Montevidéu, se necessário. Era uma despedida de quem não pode estar na arquibancada dia 27, de quem entende que representou milhões ontem, e será representado por milhares no Uruguai, pois a torcida do Flamengo é assim, aliás podemos dizer que o maior atributo da nossa Nação é a admiração que nós temos por ela. Vai muito além do narcisismo, é como se fosse a única entidade que reconhece como iguais, todas as etnias, classes sociais, idade, preferência política, sexo e gênero. Alguns abraços que demos em desconhecidos na arquibancada, foram os melhores de nossas vidas. Cada coração rubro negro que bate, vale 1, nem mais nem menos. E isso é foda!

Falta uma semana galera. Importante citar a postagem no Twitter essa semana do @mcpq11. Não façam nada de errado, não critiquem atuações pelo Campeonato Brasileiro, não reclamem do Renê, não gritem com o Vitinho, aplaudam o Leo Pereira, não discutam com os antis, não traiam seus (suas) respectivos(as) parceiros(as), e não cometam delitos, realmente não podemos desagradar forças maiores.

Parafraseando Pedro Ivo na ESPN ontem “o Flamengo é o maior clube do país, pode discutir, pode espernear, pode ficar bravo, mas é”. E o que aconteceu ontem foi apenas um retrato. O álbum vai ficar pronto com a foto aérea do nosso povo comemorando a Taça na arquibancada (Tribuna Colombes) do Estádio Centenário de Montevideo no próximo dia 27, e a moldura nós vamos colocar no dia seguinte quando buscarmos eles no mesmo aeroporto que levamos, e carregarmos o ônibus literalmente em nossas mãos até a Av. Presidente Vargas. Todos nós fazemos parte dessa corrente, e quando o próximo sábado amanhecer, em todos os lugares do mundo, aonde houver vida, haverá alguém do nosso povo, com o Manto Sagrado e a bandeira na mão, preparados para fazer a diferença. #Atéofim

  • Por Vinícius Cardim, torcedor apaixonado pelo Flamengo e frequentador da arquibancada desde 1987. A opinião é exclusiva do torcedor. Interessados em produção de textos podem enviar para avaliação pelo e-mail redacao@diariodofla.com.br