Esperamos que o fim da nossa história esse ano seja feliz como estão sendo os últimos 2 meses. Ainda que ela não termine de forma perfeita, as atuações, o momento em que nos encontramos nas competições eliminatórias e a campanha similar as últimas duas no Brasileiro já deixa claro que estamos vivendo o melhor triênio da nossa geração.
No pré jogo, nos bares espalhados por todo país, tem aquele que viu Zico, aquele que viu Júnior, e aquele que viu Romário, os que viram o gol do Pet e os mais jovens que viram o Imperador. E os jogos memoráveis vão sendo relembrados, volta e meia, alguém da mesa ao lado responde com um sorriso de satisfação, “Eu tava lá também”. Todos temos nossos jogos históricos, mas o que precisamos entender é que daqui a dez, vinte anos, iremos sentar na mesa de bar e falar sobre como jogava bola o Giorgian De Arrascaeta. Não satisfeitos iremos ouvir que o Gabriel Barbosa foi o maior 9 da história do Fla e corre o sério risco de concordarmos. E a cada gol perdido lá no futuro, bradaremos em sintonia, “Esse o Gabigol não perdia”, ainda que ele perca gols jogo após jogo.
Esse saudosismo é o combustível da resenha, e cada um tem seus melhores momentos e jogos, seja nas viagens pelo Brasil, na Gávea, no Maracanã, no Raulino, ou mais recentemente na Ilha do Urubu. O momento da transição, aquele gatilho para evoluir de mais um torcedor flamenguista normal a um fanático pelo clube, e raramente a gente se lembra quando foi o dia, mas tem sempre um jogo, um ídolo. Para mim o Flamengo que já existia na infância desde 1987 no Maracanã, passando por toda a campanha de 92 in loco no Mario Filho e alguns jogos na Gávea quando criança, virou a chave de vez em 95 na chegada do Romário. Ainda que ele não tenha conquistado nenhum título relevante pelo Flamengo, foram tantos gols, tantas vitórias, que ele foi o meu ídolo e de uma geração de Rubro Negros.
Quantos adolescentes não devem estar vivendo esse momento agora, desfrutando do melhor Flamengo que vimos jogar. O time fez 4 gols no Olimpia fora de casa, e ainda teve o disparate de perder 6 oportunidades no Segundo Tempo. O momento é incrível, é alucinante, impossível não sonhar com o Tricampeonato da Libertadores. A história está sendo escrita na nossa frente, então por favor antes de reclamarem do zagueiro, do lateral, do volante, lembrem-se de quantos Flamenguistas que já se foram gostariam de estar assistindo esse Flamengo e da honra que nós estamos tendo de viver os anos de Ouro do clube.
- Por Vinícius Cardim, torcedor apaixonado pelo Flamengo e frequentador da arquibancada desde 1987. A opinião é exclusiva do torcedor. Interessados em produção de textos podem enviar para avaliação pelo e-mail redacao@diariodofla.com.br