Fala, Arquibancada: ‘A Nação Rubro-Negra está feliz!’

'Renato Portaluppi é a cara do Flamengo, marrento, confiante, disposto, raçudo, boleiro, motivador, debochado, prepotente, por vezes arrogante, como dizemos no Rio, ele é sagaz'

Foto: Reprodução

Se você for mais novo pode não lembrar ou não saber, mas esse cara aí que assinou o contrato ontem de boné e havaianas foi e é ídolo do nosso clube, pois honrou o Manto, venceu e tem o nome gravado na nossa sala de troféus e na memória de quem viveu o Tetracampeonato Brasileiro.

Renato Portaluppi é a cara do Flamengo, marrento, confiante, disposto, raçudo, boleiro, motivador, debochado, prepotente, por vezes arrogante, como dizemos no Rio, ele é sagaz, é resenha, é diferenciado, é diretor, é jogador caro, é o gaúcho mais carioca que conhecemos.

Como jogador teve diversos momentos de auge, no Grêmio no início da década de 1980 quando conquistou o Mundo, no Flamengo no final da mesma década. Em 92 levou o Bota a final do Brasileiro, 93 jogou demais na breve passagem pelo Cruzeiro, 95 no Flu traumatizou alguns dos nossos e em 97 de volta a Gávea, conduziu nosso fraquíssimo time ao lado do Anjo Louro da Gávea à fase semifinal do Brasileirão. Carreira inconteste.

Confusões e curiosidades também cercam o homem. Brincadeiras em programas de TV eram rotina na carreira de jogador. Vídeos que se repetem anos depois, que marcaram geração, como Rei do Rio, como no churrasco na praia na comemoração do Tetra do Fla, como do dia dos namorados, entre outros. E como também não lembrar da ausência na Copa de 86 por motivo disciplinar, ou no segundo jogo da final do Brasileiro de 92, por pagar o churrasco da aposta do primeiro jogo pro compadre Gaúcho, da briga com Djalminha que fez o jovem ser dispensado precocemente do clube e da apresentação fake no São Paulo.

Como treinador dizem que ele não dá treino, não sabe tática, não estuda, mas se alguém que não sabe nada carrega campanhas vitoriosas e títulos dirigindo times razoáveis, ou trata-se de ilação e proposição de uma mídia que ele nunca se preocupou em agradar ou o corpo técnico que o acompanha é digno de aplausos. E qualquer um dos dois nos serve.

Certamente hoje seria especulado na Seleção Brasileira, e não causaria espanto. Mas nossa diretoria fez o dever de casa, a pedidos, o homem chegou e já que uma minoria (barulhenta) acredita que ele não tem competência para o cargo, torceremos para que seja o famoso “burro com sorte”, pois imaginem esse nosso time com sorte. Renato iria ampliar seu nome na história do clube. E vai.

De uma coisa podemos ter certeza, Renato tem amigos por todos os lugares que passou e não são poucos. Seja no futebol, no bar, no clube, na imprensa. Um cara do bem, que fala o que pensa, que consegue ser admirado por rivais, bom caráter, de bem com a vida. Sempre de acesso fácil seja no futevôlei da Barra, seja no restaurante, sem nenhuma restrição a fãs, ou a torcedores. Um treinador com DNA e malandragem, para resgatar nossa identidade, um cara do Rio, um Rubro Negro qualquer.

Apenas desfrutem!

  • Por Vinícius Cardim, torcedor apaixonado pelo Flamengo e frequentador da arquibancada desde 1987. A opinião é exclusiva do torcedor. Interessados em produção de textos podem enviar para avaliação pelo e-mail redacao@diariodofla.com.br