Durante a crise envolvendo o Flamengo no início deste ano, algumas funções internamente no clube começaram a ser questionadas. Uma delas foi a de gerente de futebol, responsável por Fabinho Soldado. Em uma longa entrevista ao ‘GE’, ele falou, entre diversos assuntos, sobre as funções que ele ocupa e comemorou a boa fase da equipe.
”É bacana você tirar essa dúvida, o Juan falou há um tempo atrás, e ele foi muito específico e claro sobre a parte técnica. Sobre minha função, não é a função do Fabinho no Flamengo. A função de gerente de futebol existe em outros clubes, claro que cada um com suas particularidades, mas há algumas funções básicas do gerente de futebol. Eu tenho aqui no CT, tirando os atletas, 70 funcionários aqui dentro entre comissão técnica e o apoio para que esse prédio funcione. Tenho o dia a dia disso para que o treino aconteça, o campo esteja em boas condições e os horários sejam cumpridos. Então tenho todo esse gerenciamento. Essa parte um pouco mais administrativa é onde eu entro. Juan é na parte técnica, e eu bem mais na função administrativa”, disse, antes de emendar:
”Claro que também tenho um trabalho importantíssimo linkado à parte técnica. O Juan bem mais efetivo no campo, mas assisto a todos os treinos e participo de todas as viagens. Dou apoio ao Bruno, ao presidente e ao Marcos em todas as contratações. Esse suporte, com todas as áreas se falando, é para que no final possamos entregar o melhor produto ao treinador. Essa é a função de um gerente de futebol numa equipe grande como o Flamengo”, complementou.
Confira outros trechos da entrevista de Fabinho:
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Sobre as recentes críticas
”Tenho que saber suportar as críticas. Meu trabalho não é muito visível. Isso não me traz nenhum desconforto. Pelo contrário, é um trabalho silencioso porque aqui no Flamengo já temos uma estrutura muito bem montada. Não sou eu quem vou dar entrevista, já há pessoas determinadas para isso. O meu trabalho é simplesmente fazer com que essas 70 pessoas do CT e mais os atletas de futebol e as comissões encontrem um clube funcionando em todas as áreas. E, até pela experiência como ex-atleta, saber suportar a crítica. Algumas críticas são importantes, que fazem parte. Quando se está num momento difícil, a gente precisa ter a maturidade de entender. A minha função hoje no Flamengo é trabalhar silenciosamente. Silenciosamente não quer dizer que eu não falo porque eu não quero. Não é minha função falar, minha função é fazer que os departamentos funcionem. O torcedor vai entender um pouco mais isso de que é preciso ter pessoas que façam o dia a dia se comunicar. Eu sou soldado do Flamengo, quero permanecer o maior tempo aqui colaborando para o sucesso do clube. Até aqui acho que tem sido bacana. A própria ascensão em relação às funções têm mostrado isso”
Outras funções
”É usar bem a estrutura que temos. Temos a supervisão, tenho o Tannure (Márcio, médico e gerente de saúde e alto rendimento). São jogadores que chegam, eu tenho que fazer toda uma estrutura para chegar junto com a logística e com o Tannure, que trata dos exames. Em cada área eu preciso participar, até porque nós temos reuniões quase uma hora e meia antes dos treinamentos para eu entender como está sendo o dia. Conversamos com todas as áreas para entregar o melhor cenário possível. Eu tenho hora de chegada, agora a saída”
Identificar demandas do grupo
”As situações chegam a mim de diversas formas. Elas podem chegar pelo Bruno, pelo Marcos ou pelos atletas. Com essa demanda, eu vou distribuir. Na logística, por exemplo, temos o Gabriel (Skinner, supervisor) e o Marcinho (Márcio Santos, também supervisor), que vão fazer uma logística direcionada e diferenciada”
Maior desafio
”Não tem como ser diferente: é entregar as metas do Flamengo, que são altíssimas, no final do ano. A gente já entra no Flamengo com o desafio de ser campeão. Todas as funções do clube são importantes, e a minha é uma delas também. Preciso fazer com que a engrenagem funcione para entregar o maior objetivo. O maior objetivo do Fabinho é o maior objetivo do Flamengo: é ser campeão”
Comunicação com os treinadores
”A conversa com a comissão técnica é diária. Quando o treinador chega no Flamengo para dar o treinamento, eu vou ser uma das primeiras pessoas que ele verá no CT. Vou até ele para conversar e saber o que vai acontecer. Por conhecer o clube, a gente passa as nossas experiências, o que vê e que entende que seria melhor a fazer. Claro que o treinador vai fazer escolhas sobretudo na parte técnica. O Juan está muito presente no campo. Quando passa por uma parte mais burocrática do processo, a gente participar um pouco mais porque tem coisas que já vêm com o clube. O treinador que chega aqui não pode não querer viajar de voo fretado, por exemplo. Existem situações dentro do clube que já fazem parte da rotina estrutural do clube”
Maior realização no período
”Algo que foi muito marcante foi a chegada do Pablo Marí. Foi muito legal participar desse processo porque era a contratação de um europeu que veio da Segunda Divisão (na época da contratação, Fabinho pediu à comunicação do clube um vídeo de arquivo para mostrar a estrutura do Ninho a Marí)”, finalizou Fabinho.