O Flamengo venceu o Amazonas por 1 a 0 nesta quarta-feira (01/05), no Maracanã, pela ida da terceira fase da Copa do Brasil. Apesar da vitória, o placar magro e a atuação ruim contra o time da segunda divisão geraram muitas críticas ao Mais Querido. Na coletiva de imprensa após o jogo, o técnico Tite assumiu que não foi bem no confronto.
“Eu não fiz uma boa partida, tenho que assumir isso. Principalmente no processo criativo ofensivo. Eu não vou me reportar de situações anteriores e jogos, porque já conversamos sobre eles. Mas, o jogo esteve abaixo na capacidade de finalização, criativa, na alargura do campo, nas jogadas individuais, ele teve abaixo. Estamos assumindo essa situação. Nós temos essa consciência de que o Flamengo esteve abaixo”, disse.
Sobre como contornar essa situação, Tite foi direto: “O trabalho, não tem outra forma. Quando é uma retomada que você vem de duas derrotas, pela grandeza do Flamengo e toda essa expectativa que vem, naturalmente o grupo, humanamente, sente. Uma retomada vai te dar uma melhor condição”, afirmou.
O treinador também mencionou os desfalques do Flamengo como um dos motivos pela má atuação. “Uma retomada de atletas vai te dar opções. Falando a verdade, quando você tem Arrasca fora, Erick (Pulgar) fora, Nico (De La Cruz) e Varela com cuidados, Cebola fora, também perde esse poderio todo. E a relação de confiança se perde um pouco também”, declarou.
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Dar um passo atrás
“Passo atrás é melhorar fundamentos. Quando fiz uma analogia ao Jordan e ao livro dele, que eu passo aos atletas, quando a confiança não vem, aquela criatividade natural de reprogramação dos movimentos, ela acontece. Quando não está acontecendo e você vem de duas derrotas, você fica mais precavido. Quando eu disse ‘passo atrás’, não é jogar menos, é ser simples e objetivo. Ainda queríamos, não atingimos. É um desafio, agora passa a ser o Red Bull Bragantino no próximo jogo”.
Possível mudança no esquema tático
“Um dos sistemas, o 4-4-2, nós buscamos hoje. E eu faço um agradecimento àquilo que eu fiz com o Gabi dentro do vestiário, mas faço aqui publicamente porque ele merece. Não vinha treinando normal, mas a necessidade do jogo, eu entendia que era importante ter um jogador do peso dele para trabalhar com dois atacantes. Mesmo ele passando bastante tempo (sem atuar), então teve o meu agradecimento em relação a ele, fora toda essa mobilização que ele trás com o torcedor, esse astral legal. Fica esse agradecimento, mesmo sem ele estar treinando o suficiente, mas a necessidade o fez. Então, nós trabalhamos com o 4-4-2 em uma parte do jogo, na medida em que o Nico (De La Cruz) já estava se queixando da panturrilha no intervalo. A gente ainda deixou mais um tempo, para que pudesse mais esse tempo do risco de não estourar”.
Como melhorar a finalização (Matheus Bachi)
“Encontrar melhores maneiras que a gente possa trabalhar algo que possa acontecer no jogo, o mais próximo e parecido para o que vai acontecer. A gente projetando no pouco tempo que a gente tem de trabalhar, com esse calendário que vem. Aí nos resta, nesse tempo que a gente tem, procurar aprimorar, trazer situações que eles vão tirar proveito e que a gente tem que melhorar”.
Emocional dos jogadores
“Uma situação é específica do jogo, senão a gente fica generalizando as situações e buscando algumas outras experiências que confirmam essa. Nós viemos de duas derrotas, isso pesa, isso gera também no atleta uma expectativa de dar uma retomada do processo de confiança, de boa performance. Ele é humano. Não só com os atletas, com a equipe toda. O atleta quer isso, eu quero isso. Mas, admitir que não foi bem no processo, ele é de retomada sim. Mas, não vamos generalizar, porque é a mesma equipe que, antes do clássico contra o Botafogo de agora, ela tinha feito três clássicos contra o Fluminense, um contra o Vasco e um contra o próprio Botafogo. E eu disse aqui que a equipe encheu os olhos contra o Nova Iguaçu. Ela fez o melhor jogo contra o Fluminense, no 2 a 0. Então, ela tem amostragens de momentos. O momento agora não é um momento bom. Ele é um momento ruim. Tem que retomar o padrão? Sim. Tem que crescer? Sim. A equipe tem poderio para isso? Sim. Mesmo com os atletas que estão fora? Sim. O desafio é nosso para que essa retomada aconteça”.
Como lidar com as vaias e hostilidades da torcida?
“Como eu trabalho essa situação emocional? Ao longo desse tempo todo, ela é de respeito ao torcedor. De respeito. Sempre o foi e vai continuar sendo. Porque quando o time não está produzindo, o torcedor fica inquieto. E nós temos que entender dessa forma. Tenho que respeitar o sentimento do torcedor. É o mesmo que aplaude, que fica feliz quando ganha o clássico. É assim. Isso é maturidade, consciência da atividade. Eu tenho consciência da atividade e respeito ao torcedor. No mesmo momento que em outras circunstancias, de vencer, eu receba uma pergunta oposta a essa”.
Qual papel de Gabigol nessa volta?
“Em cima dessa contexto todo. Um não ganha, grupo ganha. E ele está para dar força em relação à equipe toda”.
Como recuperar o bom ambiente com o calendário apertado?
“São desafios constantes e é para todo mundo assim. São todas as equipes de alto nível, que enfrentam e que têm essa necessidade de resultados e desempenho em diferentes campeonatos. E para jogar no Flamengo, para ser técnico do Flamengo tem que ter essa maturidade e fazer essas compreensões. Essas cobranças, elas são assim. Desafiadora para nós e para outras equipes também”.
O que se deve a apatia do segundo tempo?
“Não vamos falar de motivação, gente. Motivar para jogar no Flamengo, com 60 mil pessoas (no estádio), ganhando o salário que todos nós temos. Não é isso. Eu entendo a pergunta, mas não é isso. Ela tem por vezes a incapacidade, o adversário se posicionar mais atrás”
Tática do primeiro tempo com quatro homens de meio
“Em termos táticos eu concordo. Aí algumas coisas que a partida traz de bom. Lorran é grande. Lorran é jogador de futebol. Lorran joga muito. É um menino. Ele vai ter a consciência, eu estou trazendo isso publicamente, mas a gente já está trabalhando, a direção já, no sentido dele colocar o pé no chão. Mas é um jogador grande. Então essa formação, em cima dessas adversidades. Quando você tem quatro jogadores assim, você tem mais posse, mais jogo curto, mais jogo associativo. Em algum momento a gente também trouxe, aí ele também caiu fisicamente, não tem o mesmo Lorran. Aí tem a necessidade de mexer, botamos a velocidade. Aí botamos depois o Matheus Gonçalves, que também é jogador de articulação. Essas utilizações desse jogo, pode ser uma variável tática ter um jogador de lado com articulação para ter mais posse”.
Como está a situação física e técnica do Gabigol e como o projeta dentro de campo
“Primeiro eu fiz o reconhecimento nos termos físicos. Vou até me reportar: eu errei de ter colocado ele um tempo tão grande no jogo. Isso foi um erro, porque ficou um longo tempo fora, mas eu o expus, por conta da necessidade do jogo, ela faz. Eu não tenho problema nenhum em admitir isso. E agradeci ele pela vontade. E era um tempo menor que ele tinha por jogo e eu quis utilizá-lo por um tempo maior, até por essa mobilização. Erro foi meu, agradeci e está aqui o reconhecimento. Sobre a tática, posso jogar com os dois, posso com ele de ‘9’. Posso com as duas variações”.
Arrascaeta, Cebolinha e Pulgar contra o Bragantino?
Os três fora. Os três estão fora. Não adianta eu querer ficar, não consigo dar uma resposta evasiva para coisa que já tenho informação. ‘Mas estrategicamente’, estão fora. Nós vamos preparar a equipe, porque com a saúde deles, se colocasse poderia estourar. Então estão fora. Já medicados, o doutor Tannure pode dar mais dados para vocês.