Encontro de gerações com Junior e Filipe Luís

Os dois laterais esquerdos marcaram a história do Mais Querido

Encontro de gerações com Junior e Filipe Luís

O ex-lateral Junior e o atual dono da posição, Filipe Luís, bateram um papo com a FlaTV para o programa “Encontro de gerações”. Um é conhecido como Maestro, ídolo da Nação, o jogador que mais vestiu e mais venceu com o Manto Sagrado, tetracampeão brasileiro, seis vezes campeão Carioca, Copa do Brasil, Libertadores e Campeão da Copa do Mundo com o Brasil. O outro, é tido como o melhor lateral esquerdo em atividade no Brasil, esbanja categoria e “joga de terno”. Em dois anos de clube já ganhou dois Brasileirões, uma Libertadores, uma Recopa Sul-Americana, duas Super Copa do Brasil, duas Taças Guanabara e dois Campeonatos Carioca.

Os dois são ídolos de suas gerações e falaram sobre ter a noção do que representam para os torcedores e o clube.

“O que esse time atual vem conquistando em tão pouco tempo é um dado importante e determinante para aqueles que venham jogar aqui no futuro para terem um dimensão do que é o Flamengo. Eles conquistaram títulos que de uma certa forma, as pessoas duvidavam de que fossem capazes. A minha geração viveu em outra época completamente diferente. Nós não tivemos noção do que representávamos naquela época. A minha geração com Zico, Adílio, vivemos em 1974 essa experiência de chegar no profissional e ser campeão carioca. O Estadual tinha uma importância muito grande em função da rivalidade. Nós ficamos de 1974 a 1978 batendo na trave, então, a partir de 78, quando ganhamos o carioca e deu segmento nos outros títulos até chegar ao brasileiro, nós fomos amadurecendo. Quando chegou em 1980 passamos a ter ideia de tudo que estava acontecendo até chegar 1981 na disputa do mundial”, declarou Junior.

“Quando se está em campo, você não tem a dimensão do que está representando. Talvez tínhamos um pouco dessa noção pelo fato do que a geração de 1980 representava para a gente. Eu vi a época do Athirson jogar, então o Athirson sempre foi minha referência como lateral esquerdo e me espelhei muito nele. Tenho um amigo jornalista espanhol que veio visitar o Ninho e disse que eu tinha que assistir Flamengo x Liverpool e fiquei me perguntando se esse time de 1981 tinha a dimensão do que representavam para o clube. Eu quero que esse momento se repita de novo porque. É maravilhoso viver tudo isso”, disse Filipe Luís.

Dois dos maiores laterais esquerdo que o Flamengo já teve. Foto: Reprodução de Internet

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Em 1989, aos 35 anos e a pedido de seu filho, que nunca o vira jogar pelo Flamengo, Júnior voltou para comandar a equipe rubro-negra nas conquistas da Copa do Brasil de 1990, o Campeonato Estadual de 91 e o Brasileirão de 92.
“A minha ideia era vir e jogar somente um ano e, eu terminei jogando, talvez, os melhores anos da minha vida. Eu estava no meu ambiente, minha família estava feliz. Eu ia treinar com um prazer que deve ser a mesma coisa que o elenco de hoje sente. A tua única preocupação é fazer o teu trabalho. Nós começamos a vencer e quanto mais você ganha, mais você quer. Ganhamos a Copa do Brasil em 1990, Carioca em 1991 e, o Brasileiro em 1992 que na minha opinião foi a cereja na minha torta. Eu era o último representante da década de ouro do Flamengo no meio de uma garotada de uma qualidade absurda. Tinha Djalminha, Marcelinho, Junior Baiano. Quando eles vieram me agradecer depois desses anos todos, disse que eu que deveria agradecê-los por me ajudar a dar seguimento em algo que não imaginava que iria acontecer”, confessou o Maestro.
Em novembro do ano passado, a torcida do Flamengo viveu um de seus maiores momentos na sua história. O Mengão conquistou pela segunda vez a Libertadores da América. Filipe Luís falou sobre o jogo .
“Eu não estava bem na partida e não tinha noção do tempo. Eu não estava pensando no que podia acontecer, só queria ganhar o jogo. Quando o Gabi empatou, imaginei que tivesse com 70 minutos de partida. Quando ele virou e o banco falando que tinha acabado, não entendi nada. Pensei que faltasse uns 15 pra acabar. A torcida tapava o tempo, com isso, não conseguíamos ver quanto faltava. O roteiro foi escrito de uma forma perfeita. O gramado de Lima estava muito ruim, mas no final, conseguimos escrever nosso nome na história. Foi o ápice da minha história no Flamengo”, declarou o camisa 6 da Gávea.
No final do bate papo, os dois ídolos falaram que esperam que daqui uns 15 anos possam fazer um novo “Encontro de gerações” junto com um outro jogador que venha para assumir a lateral esquerda e conquistar uma Libertadores.