Paulo Sousa tem, aos poucos, feito uma reformulação no elenco do Flamengo. Desde afastar medalhões até mudança nas lideranças do time, o técnico português tenta implementar suas ideias. No entanto, a rapidez e a forma como tem sido feito, vem irritando alguns jogadores do elenco. Um dos tópicos criticados por alguns atletas, é a da escolha do capitão. Em publicação no ‘GE’, o jornalista Cahê Mota revelou bastidores desse assunto.
”O processo de reformulação imposto por Paulo Sousa passa também pela busca de novas lideranças e, consequentemente, uma quebra da hierarquia que ditou a utilização da braçadeira de capitão nos últimos anos. O treinador deseja um movimento até que Gabriel ocupe o posto definitivamente, e este processo gerou ruídos que ficaram expostos até dentro de campo. A escolha por Filipe Luís na final contra o Fluminense foi uma forma de tentar pacificar o ambiente com um nome de consenso em todos os subgrupos que passaram a existir. A solução paliativa, por sua vez, está longe de resolver o problema para o restante da temporada. Desde o início do ano, Paulo Sousa posicionou Gabriel em terceiro neste ranking, em decisão que gerou desagrado e também situações impensáveis dentro de campo. Houve questionamentos se a postura de Gabriel fora de campo seria condizente ao posto de capitão, mas o treinador entende que, além da necessidade de o processo de reformulação passar também pela liderança, o atacante dá exemplo pela forma como trabalha no dia a dia”, revelou o jornalista.
Caso Diego Alves
Além dos que já foram citados, outra situação em que causou desconforto no ambiente do Fla é o caso do goleiro Diego Alves. Paulo Sousa e Paulo Grilo tem convicção de que Hugo Souza é o futuro do Flamengo. Além disso, desde que chegou, o português pediu a contratação de um arqueiro que alternasse com o jovem. Isso, é claro, afastaria as chances de Diego Alves. Cahê Mota também detalhou o que aconteceu com o veterano goleiro.
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”Diante da demanda por reformulação existente antes do primeiro treino de Paulo Sousa, foi Diego Alves o primeiro sacado do time titular após ficar fora de atividades no início de fevereiro. No dia 2 daquele mês, o Flamengo informou em comunicado que o goleiro ficou fora do duelo com o Boavista por dores no joelho. Na véspera do Fla-Flu, dias depois, Diego Alves voltou a treinar normalmente e disse que tinha condições de fazer sua primeira partida no ano. Os Paulos Sousa e Grilo disseram que com eles quem não treina durante a semana não vai para os jogos. Foi quando Diego externou a insatisfação e pediu o mesmo tratamento e as mesmas oportunidades de Hugo. Na semana seguinte, os três se reuniram a portas fechadas com Márcio Tannure para acareação da programação cumprida na semana anterior. Questionado, o médico disse que Diego Alves queixou-se de dores no joelho como já havia acontecido em 2021 e fez tratamento paliativo, mas que não existia lesão que o impossibilitasse de jogar”, escreveu, antes de emendar:
”Para o goleiro, a resposta de Tannure indicava que tudo seguia dentro do que sempre foi hábito no clube. Já os portugueses responderam que Diego Alves teria tratamento e oportunidade iguais a Hugo a partir do momento em que estivesse em campo treinando normalmente. Diego e o preparador de goleiros Paulo Grilo praticamente apenas se cumprimentam e falam o necessário nos treinos. Em paralelo, a relação de Diego é fria e profissional com Hugo, por quem os Paulos Sousa e Grilo são encantados. A escolha pela contratação de Santos passa muito pelo planejamento para que o atual titular não seja relegado ao posto definitivo de reserva e alterne com um goleiro que tem o comportamento visto como mais discreto e menos de confronto. Diego Alves, por sua vez, segue treinando normalmente e há duas semanas pediu autorização a Paulo Grilo para que fizesse atividades complementares fora de horário no CT”, complementou o jornalista.