O técnico Rogério Ceni não gostou do empate em 1 a 1 do Flamengo com o Fluminense, pelo primeiro jogo da final do Campeonato Carioca. Em entrevista coletiva realizada após o término da partida, neste sábado (15/05), no Maracanã, o treinador disse que o rubro-negro dominou a partida e lamentou as chances desperdiçadas.
“Ruim, porque tivemos chances de fazer o segundo gol, o terceiro gol. Criamos situações de 1 contra 1, cara a cara com o goleiro, enfim. Infelizmente, como já aconteceu em outros jogos, nós tivemos o domínio, não conseguimos converter e, no final, o Fluminense, até um enredo parecido com o outro jogo, consegue fazer o seu gol e ainda nós oferecemos uma oportunidade ao Fluminense para tentar fazer o 2 a 1. Mas, o jogo em si, grande parte do jogo, sobre controle e com grandes chances de definir a partida, mas, infelizmente, não definimos”.
O caso citado pelo técnico foi a partida do 2º turno do Brasileirão passado, na qual o Flamengo também dominou e criou diversas chances na primeira etapa, desperdiçou ótimas oportunidades, tomou o empate no segundo tempo e, no final, Filipe Luís acabou cometendo um erro de passe na entrada da área e “deu” o gol ao adversário, algo que só não aconteceu neste sábado (15/05), pois Luiz Henrique perdeu um gol na cara de Gabriel Batista.
Ceni também explicou o motivo da queda de ritmo do time na segunda etapa e, para isso, fez duras críticas ao árbitro da partida. De acordo com o técnico, o juiz picotou muito o jogo com faltas, não deixando o ritmo fluir e beneficiando o estilo do adversário.
“Jogar 90 minutos, você dominando o jogo… se a bola entra a primeira, entra a segunda, você, talvez, com mais facilidade, conseguiria fazer os gols. Quando não entra, você começa a ter um cruzamento na área, um juiz que picota o jogo todo. O cara estragou o jogo, ao invés de apitar. Eu nunca falei de arbitragem no Campeonato Carioca, mas o cara de hoje, ele dava uma falta a cada cinco metros, cada 10 metros. Deve ter sido o recorde de faltas que eu vi dos jogos do Flamengo. Então, assim, o que o adversário quer? Jogar bola na sua área. O que você quer? Jogar o jogo correndo. Então, você mata o jogo, não dá ritmo e nem acréscimo dá no final do jogo. Então, uma arbitragem desastrosa, que ajuda, favorece o que adversário tem de melhor, que são as bolas lançadas na área”.
A segundo e decisivo jogo da final será disputado no próximo sábado (22/05), às 21h15, no Maracanã. Como não há critério de desempate por campanha ou gol fora de casa, se o jogo terminar sem vencedor no tempo normal, a partida vai direto para os pênaltis.
Outras respostas
Principal erro no jogo de hoje?
“O principal erro? Nós criamos mais, nos últimos jogos todos, nós jogamos sempre com controle de jogo, temos sempre muito mais oportunidades que o adversário. Eu não sei dizer qual é o erro em você ser superior ao adversário e não conseguir sair com a vitória, fazer o segundo gol, que te dá um pouco mais de tranquilidade, fazer com que o adversário se exponha mais. Eu não sei dizer onde está o erro nisso, sabe? Eu consigo ver que, se você controla o jogo, tem mais chances de gol, tem mais posse de bola, chega mais na frente do gol, eu consigo ver como acerto, como virtude”.
Isla
“Fez uma boa partida, vinha pendurado com um cartão amarelo desde o primeiro tempo. O Fluminense tem, por características, a velocidade dos dois jogadores dos lados. Chegou um momento que tem que baixar o risco, por isso botei o Matheuzinho no lugar do Isla. O mesmo aconteceu com o Diego, que já vinha com 60, 70 minutos e tomou cartão amarelo, é o nosso primeiro jogador no meio-campo. Tendo em vista que tem muita qualidade técnica, também fiz a troca com o João, que está acostumado a jogar nessa função. Mas o Isla fez sim um bom jogo no dia de hoje, mas a gente não pode arriscar contra um ataque veloz, que joga com velocidade pelos lados, com um jogador pendurado, na parte final do jogo, onde normalmente se dá você mais contra-ataque, quando se tem o jogador mais cansado.
Violência do Fluminense fez com que o resultado fosse injusto?
“Acho que uma coisa não tem a ver com a outra. Agora, teve duas pancadas violentas que eu acho que era para servir até de cartão vermelho. Mas, o que eu tinha para falar de arbitragem eu já falei. No resultado do jogo, se ele não puxa o cartão, não expulsa, não tem influência. Eles picotaram o jogo, pararam o jogo, bateram pesado algumas vezes e, no mais, foi um jogo disputado, onde ele inventou faltas dos dois lados, não foi só do lado do Fluminense não. Muitas jogadas de disputas normais, que a gente vê nos jogos da Libertadores agora, não tem 20, 30 faltas. Você vem no jogo aí com 60, 70, sei lá quantas faltas, porque o árbitro tem insegurança, não tem capacidade de interpretar jogada e conduzir o jogo. Aí ele acaba com o jogo, destrói o jogo. Não dá ritmo, não deixa nenhum time pegar ritmo de jogo”.
Ter o sangue mais frio é vantagem para o próximo jogo?
“Ter vantagem é você ser melhor nas partidas, criar oportunidades. Mais vantagem ainda se conseguir concluir em gols as oportunidades que você cria. Essa é a grande vantagem que você tem do jogo. É o segundo jogo. Nós perdemos no ano passado (para o Fluminense), ou não sei se foi no começo desse ano, pelo Campeonato Brasileiro. E hoje, novamente na frente, criando oportunidades, podendo fazer o segundo gol, talvez nós tivemos até sangue frio, mas não estava com o pé calibrado para botar a bola para dentro e decretar uma vantagem maior enquanto o jogo ainda estava 1 a 0. Nós poderíamos ter elevado esse número de gols”.
Quanto lhe preocupa não ter convertido as oportunidades?
“Logicamente, se você tivesse uma vitória hoje, um placar mais elástico, você estaria mais tranquilo para o último jogo. Agora, a gente começa novamente no sábado que vem o Campeonato Carioca com o pé em igualdade com o Fluminense. Mas, nós vamos preparar o time para ter essas mesmas oportunidades. Entrar ou não, até ontem nós treinamos finalização, é uma das coisas que a gente mais trabalha, sair na cara do gol. Hoje não aconteceu da gente fazer o segundo gol. Vamos ver se no sábado que vem a gente consegue traduzir essas chances, essa oportunidade, essa superioridade, numa vantagem numérica dentro do campo também”.
É uma orientação sua os goleiros não saírem nas bolas alçadas na área?
“Não, acho que nenhum treinador orienta o goleiro a não sair do gol. Não conheço nenhum. Acho que isso é muito do trabalho diário do treinador de goleiros, mas não conheço nenhum treinador que diga ‘olha, não saia do gol’. Muito pelo contrário, você incentiva sempre o goleiro a sair do gol. Agora, não sei, é uma coisa muito inerente ao jogador, é muito do sentimento do goleiro no momento”.