Caso Gabigol: Votos contra suspensão apontam contradições entre os coletores

Jogador se encontra suspenso e aguarda efeito suspensivo no CAS

(Foto: Reprodução)

Gabigol foi condenado a cumprir suspensão de dois anos pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem por burlar regras do sistema antidoping. O site “Ge” teve acesso aos documentos do acórdão e mostrou os motivos dos votos da sessão. Vale lembrar, que a condenação se deu pelo placar de 5 a 4.

Os papéis do acórdão mostram detalhes do julgamento. Assim, os cinco votos a favor da condenação se basearam na justificativa classificada como “somatório de quatro condutas de desconformidade”. De acordo com determinada alegação, os gestos de Gabigol tiveram a intenção de impedir a coleta ou impossibilitar a análise da amostra.

Entre os votos que condenaram o atacante, está o do presidente do tribunal, João Antônio de Albuquerque e Souza. Este foi o último a votar e com o placar apertado decidiu o resultado do julgamento.

Votos contrários à suspensão 

Ao todo, quatro julgadores votaram pela não suspensão do camisa 10 do Flamengo. Um deles foi a vice-presidente do tribunal, Selma Fátima Melo Rocha, que apontou que os depoimentos estavam “repletos de contradições”. Desta forma, “tiram toda a credibilidade” dos coletores da Associação Brasileira de Controle de Dopagem.

Selma foi a principal voz contra a condenação. Segundo ela, ficou “evidente” que os oficiais da ABCD estavam mentindo em depoimento. Assim, o caso deveria ser “totalmente descartado” pelo “comportamento malicioso para incriminar o jogador a qualquer custo”.

“Ora afirmam que foram impedidos de escoltar o Atleta, ora negam este fato. Cada DCO imputa ao outro a responsabilidade de escoltar o Atleta ao quarto. O DCO tem a obrigação de acompanhar o Atleta. Era responsabilidade deles, independentemente de qualquer situação apresentada. Ressalta-se que eles sequer tinham número suficiente de DCOs para acompanhar todos atletas que foram testados naquele dia. Fica evidente, portanto, que eles estão mentindo, devendo o depoimento deles ser totalmente descartado. Vislumbro um comportamento malicioso por parte dos DCOs para incriminar o Atleta a qualquer custo. Mas para ser incriminado, devem ser apresentados fatos gravíssimos, o que não houve no caso em tela”, apontou Selma Fátima Melo Rocha.

Apesar de ir contra a suspensão e apontar contradições criminosas, a vice-presidente do tribunal foi voto vencido no acórdão. Como resultado, Gabigol junto ao Flamengo buscam um efeito suspensivo da decisão na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Enquanto o resultado não sai, o atleta segue com a rotina de treinos fora do Ninho do Urubu e sem poder atuar pelo Rubro-Negro.