‘As declarações de Sampaoli depois da derrota soaram muito mal entre os jogadores do Flamengo’, afirma jornalista

Apesar do clima conturbado, a equipe segue focada em alcançar o objetivo compartilhado de chegar à final da Libertadores

(Foto: Gilvan de Souza)

O jornalista esportivo André Rocha destaca a delicada situação enfrentada por Jorge Sampaoli no Flamengo. As declarações recentes do treinador argentino após a derrota para o Cuiabá causaram um impacto negativo entre os jogadores da equipe carioca.

Durante a coletiva, Sampaoli descreveu o time como “conectado, decisivo e protagonista” nas copas, criticando a falta de competição na última partida e ressaltando a necessidade de encarar cada jogo do Brasileirão como se fosse o último. Contudo, sua franqueza acabou expondo uma questão delicada: a suposta seleção de partidas importantes pelos jogadores, algo que havia sido negado publicamente por nomes como o volante Thiago Maia.

As declarações não caíram bem, especialmente entre as lideranças do time que haviam defendido a permanência de Sampaoli após a demissão do preparador físico Pablo Fernández. A generalização feita pelo treinador ao diferenciar entre mata-mata e pontos corridos gerou desconforto, considerando o contexto de um clube com altos salários e excelentes instalações.

Anteriormente, os jogadores que frequentemente estavam em campo pareciam mais receptivos ao técnico, apesar do estilo distante de Sampaoli, que raramente se comunica diretamente com os atletas. No entanto, as recentes declarações deixaram todos se sentindo expostos. Além disso, as palavras de Sampaoli também pareceram transferir a responsabilidade pelo desempenho instável da equipe.

Dessa forma, o ambiente se tornou tenso antes da viagem para o Paraguai, onde o Flamengo enfrentará o Fluminense ou o Argentinos Juniors nas quartas de final da Libertadores. A relação abalada entre o treinador e o elenco é evidente, representando uma das crises de relacionamento mais graves dos últimos tempos.

Apesar do clima conturbado, a equipe segue focada em alcançar o objetivo compartilhado de chegar à final da Libertadores, em especial no Maracanã, onde a oportunidade escapou em 2020. Os jogadores continuarão dedicados à causa, ainda que a motivação não seja exclusivamente pelo treinador. A grande incógnita reside na capacidade da equipe lidar com a pressão no Estádio Defensores del Chaco e enfrentar o jogo físico do Olimpia de Arce. A resposta virá na noite de quinta-feira (10), durante o confronto em Assunção.