Análise tática Juventude x Flamengo: futebol ou polo aquático?

Equipes se enfrentaram em um campo que mais parecia uma piscina

Não podia ter acontecido jogo, diz jornalista
(Foto: Reprodução/Alexandre Vidal/Flamengo)

Flamengo e Juventude se enfrentaram neste domingo (27/06), no Estádio Alfredo Jaconi, pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mas, quem esperava um jogo de futebol, se decepcionou, pois viu praticamente uma partida de polo aquático. Isso porque, o campo estava tão encharcado que quase virou uma piscina.

Rogério Ceni montou o time como vinha fazendo, em um 3-2-3-2, com Gustavo Henrique (que assumiu a vaga do Rodrigo Caio, poupado), Arão e Filipe Luís na saída de bola, Diego e João Gomes de volantes e, na frente deles, Matheuzinho na ala-direita, Vitinho mais centralizado, com Michael de ponta direita. No ataque, Bruno Henrique e Pedro.

Entretanto, a estratégia toda teve que mudar, devido às péssimas condições do gramado. O Flamengo é um time que valoriza muito a posse de bola e a troca de passes. Mas, era impossível fazer isso. Rogério Ceni até gritou na beira do gramado o que o time tinha que fazer: bolas longas. A equipe, então, ficou em um 4-2-2-2, com Matheuzinho de lateral (não ala), Vitinho aberto na direita, Michael na esquerda e Bruno Henrique e Pedro recebendo os lançamentoss.

Mas, a equipe demorou para se adaptar e escutar a estratégia do Ceni. O time continuava tentando tocar bola na defesa e pelo meio, com Diego. Só que a estratégia era suicida e o jogo já indicava isso. Aos 5 minutos, Arão deu um passe para Gustavo Henrique, em que teve que botar mais força e sem ser rasteiro, para a bola não parar. Com isso, ficou difícil para o domínio, o Juventude recuperou, finalizou de fora da área e quase marcou.

Matheuzinho, por sua vez, estava com uma bola dominada e recuou para Diego Alves. A bola parou em uma poça e, por sorte, o atacante adversário demorou para ir pressionar o goleiro e o Flamengo se livrou. Só que o lateral não aprendeu com o lance. Aos 24 minutos, ele teve a bola dominada e, ao invés de chutar para frente, tentou um passe para Gustavo Henrique na entrada da área. A bola parou de novo e dessa vez Matheus Peixoto não bobeou. Foi, chutou de primeira e fez o gol da vitória.

Rogério Ceni, então, fez uma alteração importante. Tirou Michael e colocou Rodrigo Muniz. Assim, o time ficou com 2 centroavante de referência, para fazerem o pivô nos lançamentos. Bruno Henrique continuou centralizado, para tentar aproveitar as bolas aéreas, já que tem muita impulsão.

Com isso, o time ficou em uma espécie de 4-3-3, sendo que os laterais tiveram muita liberdade para avançar. A equipe entretanto, não estava caprichando nos cruzamentos e explorando sempre o lado que tinha mais poça – o que foi bem prejudicial.

No segundo tempo, o Mais Querido continuou na estratégia de bolas longas, mas caprichou mais nos cruzamentos. A equipe teve algumas boas chances de empatar, sempre na bola longa, mas acabou desperdiçando. Rogério ainda tentou mudar mais. Botou Hugo Moura e Rodinei nos lugares de João Gomes e Matheuzinho, que não estavam aparecendo tanto, e depois Thiago Maia e Renê, nas vagas de Diego e Filipe Luís. Não foi o suficiente e o time perdeu.

A partida, então, foi absurdamente atípica. É impossível cobrar dos jogadores e do técnico uma boa atuação, devido ao péssimo estado do campo. O Flamengo teve que mudar totalmente as características, ainda conseguiu ter chances de marcar, mas não converteu e tomou o gol em uma bobeira individual e um chute de rara felicidade. Uma derrota no polo aquático, mas que prejudica o time no Brasileirão.