O Flamengo goleou o Bahia por 5 a 0, no domingo (18/07), pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Foi a estreia de Renato Gaúcho no comando do Mais Querido na competição. O treinador contou com a volta de alguns atletas e a equipe teve uma baita atuação, dominando do começo ao fim. O jogo teve também questões táticas interessantes para analisar.
Na estreia de Renato pelo Flamengo, contra o Defensa y Justicia, o treinador não teve a disposição Arão e Diego, tendo que atuar com João Gomes e Thiago Maia. Consequentemente, o time teve muitas dificuldades para sair jogando. Com a volta dos dois volantes, o Mais Querido melhorou muito a saída de bola e, inclusive, a marcação pressão, sendo ambos fundamentais para a ótima atuação do time.
A equipe atuou novamente em um 4-2-3-1, com Everton Ribeiro pela direita, Arrascaeta centralizado, Michael aberto na esquerda e Gabigol na frente. É a mesma formação que teve contra o Defensa y Justicia, com uma diferença importante. Com Arão de volta, o time voltou a fazer a saída de bola com 3 jogadores, sendo os 2 zagueiros e o volante recuando entre eles para qualificar o passe. Na última partida, João Gomes e Thiago Maia não fizeram tal função, então apenas os zagueiros iniciavam as jogadas.
Assim, com a bola, o time jogava em um 3-3-3-1, sendo Gustavo Henrique, Arão e Léo Pereira na primeira linha, com Isla, Diego e Filipe Luís na segunda. Ou seja, os dois laterais tiveram muita liberdade para atacar. Pela direita, o chileno avançou muito pelo corredor, com Everton Ribeiro caindo por dentro, enquanto na esquerda Filipe construía por dentro, com Michael na ala. A grande diferença dos tempos de Rogério Ceni é que, com o antigo treinador, o lateral-esquerdo recuava entre os zagueiros para fazer a saída de bola.
A formação também beneficiou Isla, que teve uma grande atuação. Isso porque, ele avança sempre com velocidade para a linha de fundo e, com Arrascaeta centralizado, além de Everton Ribeiro, o chileno recebeu ótimos passes em profundidade do uruguaio. Em uma jogada, após passe do meia, o lateral cruzou para Diego, livre, que chutou e parou em defesa do goleiro. Em outra, Arrasca deu outra linda enfiada, ele fez o cruzamento rasteiro e Gabigol marcou o segundo gol do jogo.
Arrascaeta centralizado ficou com muita liberdade para se movimentar. Se no segundo gol o uruguaio deu o passe para Isla pela meia-direita, no primeiro ele sofreu o pênalti, em jogada pela meia-esquerda, após Michael iniciar o lance, passando pela marcação. Foi pelo mesmo lugar que o camisa 14 fez a jogada do quinto gol, servindo Vitinho.
Everton Ribeiro jogou pela direita, mas, com a movimentação de Arrascaeta, os dois meias muitas vezes alternavam de posição – algo que ficou ainda mais acentuado no segundo tempo. Inclusive, no terceiro gol do Flamengo, o camisa 7 fez boa jogada pela esquerda e deu lindo passe para Gabigol marcar. O camisa 9 foi outro que teve muita liberdade para se movimentar, já que jogou como referência no ataque.
Assim, o atacante “flutuou” pelas linhas, para receber os passes e finalizar as jogadas, além de recuar muitas vezes, para tentar dar a enfiada, como fez aos 2 minutos, em lindo lançamento que deu para Michael finalizar quase na pequena área. No lance do segundo gol, Gabigol se movimenta da esquerda para a direita e dá linda finalização. Já no terceiro, ele estava centralizado e abre um pouco para a direita, recebendo a bola de Everton Ribeiro e batendo com categoria na saída do goleiro.
Um ponto importantíssimo para a vitória foi a marcação. O Flamengo pressionou a saída de bola do adversário, com a equipe compacta e muitos jogadores na frente. O Bahia tentou sair jogando em toda a primeira etapa, mas não conseguiu, devido a pressão do Mais Querido, que roubou diversas bolas no ataque e poderia ter feito até mais gols. Arão e Diego foram importantes para determinar a subida da marcação.
A estrutura se manteve até com as substituições, com Pedro fazendo a função do Gabigol e Vitinho a de Michael. Os dois entraram muito bem. O quarto gol é uma jogada que começa com roubada de bola no ataque. O centroavante tenta um passe em profundidade para o camisa 11, mas que acabou sendo muito forte. O ponta foi para a linha de fundo, arrumou para a direita e cruzou na medida para Pedro marcar. Já no quinto, Arrascaeta abriu e Vitinho recebeu o passe por dentro, chutando de primeira e selando a vitória.
A partida, então, foi animadora. Flamengo jogou com a “fome de gol”, que ficou caracterizada em 2019, e mostrou aspectos táticos bem interessantes. Com apenas 2 jogos de Renato Gaúcho, a tendência é que, de fato, o time atue no 4-2-3-1, ao invés do 4-4-2, mas parece que os jogadores já estão se adaptando bem. O jogo mostrou também como Diego e, principalmente, Willian Arão são fundamentais para o funcionamento da equipe. Além disso, com Gabigol e todos os convocados de volta, ficou clara a diferença que faz o time quase todo completo.