O Flamengo goleou o Defensa y Justicia por 4 a 1 na quarta-feira (21/07), no Mané Garrincha, garantindo a classificação para as quartas de final da competição. Empolgado com a volta da torcida, o Mais Querido teve uma grande atuação. Massacrou no primeiro tempo, tomou um gol bobo, mas se recuperou após as mudanças de Renato Gaúcho. A empolgante atuação mostrou pontos táticos interessantes.
Pela primeira vez com Renato Gaúcho, o Flamengo atuou com todos os jogadores à disposição. Assim, o técnico montou a equipe em um 4-2-3-1, mas que, na saída de bola, se tornava em uma espécie de 3-3-3-1. Isso porque, para qualificar o passe inicial, Willian Arão recuava entre os dois zagueiros, dando liberdade para os laterais avançarem – assim como era nos tempos de Jorge Jesus.
O time, então, com a bola, ficava da seguinte forma: Diego Alves; Gustavo Henrique, Willian Arão e Rodrigo Caio; Isla, Diego e Filipe Luís; Everton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique; Gabigol. Além disso, o chileno muitas vezes avançava para a ala, com ER7 centralizando. Já na esquerda, Bruno Henrique ficava aberto, com Filipe criando por dentro. Com Ceni, o lateral-esquerdo recuava na primeira linha, para fazer a saída, não tendo muita liberdade para atacar.
O Mais Querido amassou o Defensa no primeiro tempo. Não deixava o adversário sair jogando, marcando em cima. Bruno Henrique foi a grande arma da primeira etapa. Atuando na ponta, o atacante estava inspirado, lembrando a versão de 2019, indo para cima da marcação com muita velocidade, intensidade e dribles. Foi em uma jogada dele pelo lado esquerdo que gerou o escanteio do primeiro gol, marcado por Rodrigo Caio, após cobrança de Everton Ribeiro.
Bruno Henrique ainda fez outras ótimas jogadas pelo lado. Em uma delas, passou pela marcação, fez o cruzamento rasteiro, que desviou e sobrou para Gabigol, que estava centralizado. O camisa 9, atento, chutou de primeira, com o pé direito, parando em grande defesa do goleiro. A atuação do ponta foi tão boa, que Beccacece fez uma substituição aos 22 minutos, tirando um atacante e botando um lateral-direito, para reforçar a marcação em cima dele.
O jogo estava completamente controlado, quando aconteceu um baque no final da primeira etapa. Flamengo saiu jogando, tocando na defesa, como de característica. O problema é que dessa vez se enrolou e demorou para sair da área defensiva. Diego Alves passou para Diego na entrada da área, que perdeu tempo no domínio e, ao invés de abrir para Isla, voltou no goleiro, que, por sua vez, tinha a opção do passe para Rodrigo Caio, ou o chutão para frente. Ele tentou uma cavadinha, mas acertou as costas do atacante adversário, que empatou a partida.
O Flamengo sentiu o gol. Não criou nos 10 minutos finais do primeiro tempo e voltou abaixo no segundo. A equipe estava cautelosa, até porque, naquele momento, se sofresse um gol estaria sendo eliminada. O Defensa voltou marcando ainda mais em cima, para tentar balançar logo as redes. Só depois dos 12 minutos da segunda etapa que o Mais Querido conseguiu se impor tecnicamente e voltou a controlar a partida. O time, entretanto, ainda tinha dificuldades de criar.
Então, Renato Gaúcho começou a fazer a diferença. Aos 18 minutos, o técnico tirou Everton Ribeiro, que não estava bem no jogo, e colocou Michael. O treinador confia tanto no ponta, que botou ele aberto na direita, onde não costuma atuar. Fez efeito. Apenas dois minutos depois, após bola jogada na área, o atacante pegou a sobra e cruzou para Bruno Henrique, que foi derrubado. O árbitro mandou seguir e o Flamengo continuou com a posse. Diego deu uma fatiada, a zaga tentou afastar, mas Michael, sem deixar a bola cair, deu um chute lindo, explodindo na trave. No rebote, Arrascaeta marcou de cabeça.
O ponta continuou bem na partida, dando mais velocidade e intensidade, inclusive na marcação. Pela esquerda, entretanto, Bruno Henrique – que voltou nessa partida depois de período lesionado – estava caindo de rendimento. Renato, então, brilhou de novo. Aos 35, tirou o BH e colocou Vitinho, pela direita, abrindo Michael para a esquerda. Dois minutos depois, mais um gol. Rodrigo Caio recuou para Diego Alves, que foi pressionado. Dessa vez ele deu o chutão, que ficou com Arrascaeta no meio. O uruguaio conduziu e abriu para Vitinho, que cortou para o meio, chutou de fora da área, de canhota, ampliando.
Michael continuava criando pela esquerda. Em uma jogada aos 42, Diego lançou o ponta, que avançou com velocidade e limpou para o meio. Ele tinha a opção de servir Vitinho, que entrava livre, mas chutou de fora, com força, por cima. O Defensa teve a chance de marcar, mas parou em grande defesa de Diego Alves. No contra-ataque, no último minuto, Michael correu novamente pelo lado e, dessa vez, passou para Gabigol dentro da área. O camisa 9 arrumou de calcanhar para o camisa 11, que limpou para a direita, chutou no cantinho, com força, e marcou o segundo dele no jogo, selando a goleada.
A atuação do Flamengo foi muito boa. A equipe conseguiu pressionar, criar várias chances e golear o adversário, mostrando questões táticas importantes e empolgantes. Além disso, Renato mostrou uma boa leitura do jogo, melhorando a equipe depois das substituições. O treinador também está fazendo um ótimo trabalho em dar confiança para atletas que vinham mal e estão recuperando o bom futebol.