Análise Tática Flamengo 3 x 1 Botafogo: Melhor resposta possível

Time teve outro bom desempenho no comando de Paulo Sousa, mas dessa vez conseguiu aliar rendimento com resultado

(Foto: Reprodução/Gilvan de Souza/Flamengo)

Flamengo venceu o Botafogo por 3 a 1, nesta quarta-feira (23/02), no Nilton Santos, pela 8ª rodada da Taça Guanabara. Depois ter uma boa atuação contra o Galo, mas perder o título da Supercopa nos pênaltis, o time de Paulo Sousa precisava dar uma resposta. E deu. O Mais Querido teve uma grande atuação. A equipe pressionou, teve intensidade, se movimentou, mostrou força coletiva, criou diversas chances e o placar foi até pouco para o que foi a partida.

Como de costume, Paulo Sousa mudou bastante o time titular. Ao todo, foram cinco mudanças em relação ao time que começou a Supercopa contra o Atlético-MG. Saíram Rodinei, Filipe Luís, João Gomes, Everton Ribeiro e Bruno Henrique, para as entradas de Matheuzinho, Léo Pereira, Andreas Pereira, Lázaro e Pedro. A estrutura, entretanto, permaneceu a mesma, com o esquema em um 3-4-2-1 com a bola.

A primeira linha, dessa vez, foi formada por três zagueiros de ofício, com Fabrício Bruno pela direita, David Luiz central e Léo Pereira pela esquerda. Matheuzinho ficou como ala-direita, Lázaro aberto na esquerda, enquanto Willian Arão e Andreas Pereira jogaram centralizados, de volantes, em frente à zaga. No setor ofensivo, Arrascaeta atuou por dentro, mais à esquerda, enquanto Gabigol ficou à direita, com Pedro de referência.

O trio da frente, entretanto, se movimentava bastante. Arrascaeta e Gabigol constantemente infiltrava nam área, explorando os buracos que Pedro deixava quando puxava a marcação. O uruguaio em alguns momentos também invertia de lado com Gabigol. Os alas, por sua vez, participavam bastante do momento ofensivo, indo ao fundo e até cortando um pouco por dentro.

A equipe teve uma baita atuação. Time marcou em cima o Botafogo, com pressão, sem deixar o adversário jogar. Já com a bola, muita movimentação e troca de passes, buscando achar espaços e criando várias jogadas. Os primeiros 25 minutos foram de um verdadeiro massacre rubro-negro, que atuou em uma intensidade enorme e teve diversos lances de perigo.

O primeiro gol foi uma amostra do jogo coletivo da equipe. Depois de uma troca de passes, Lázaro recebeu aberto na esquerda. O jovem avançou e encontro Arrascaeta dentro da área. Gabigol fez um facão da direita para esquerda, puxando a marcação, enquanto Pedro foi do centro para a esquerda da área. O uruguaio, então, deu um lindo cruzamento para o centroavante, que dominou com categoria e tirou do goleiro, abrindo o placar.

Dois minutos depois, Pedro quase fez mais um, novamente contando com a movimentação do trio ofensivo. Depois de receber de Matheuzinho, Pedro, um pouco mais recuado, conduziu a bola por dentro. Gabigol, mais adiantado, fez o facão da direita para o meio e o centroavante tentou a enfiada de bola. O zagueiro conseguiu desviar e o próprio camisa 21 ficou com a posse, tentando o chute e parando em Gatito.

Aos 15, mais um lance que teve o impacto da movimentação do trio ofensivo. Arão esticou a bola para Matheuzinho na ala, que passou para Gabigol, fora da área, pela direita. Pedro abriu mais para esquerda e Arrascaeta infiltrou pelo meio. O camisa 9, então, viu a entrada do uruguaio e deu lindo lançamento. Arrasca, então, dominou com categoria e finalizou no canto, acertando a trave.

Depois da parada técnica, tiveram dois lances de atendimento após choques de cabeça, além de um pedido de pênalti pelo Botafogo, que picotaram a partida e tiraram o ritmo da partida. Ainda assim, o Flamengo fez o segundo, aos 49. Em contra-ataque, Lázaro avançou e acionou Gabigol em velocidade pela esquerda. Após escorregão do zagueiro, o camisa 9 passou de volta para o jovem no meio, fez o facão para a direita, recebeu de volta e finalizou com categoria, marcando.

Segundo tempo

O Mais Querido voltou para segunda etapa com o mesmo time da primeira. A movimentação e trama coletiva também continuaram. O Flamengo quase marcou no primeiro minuto. Arrascaeta, pela esquerda, passou para Gabigol, próximo da meia-lua mais à direita. O camisa 9 deu belo toque de primeira para Pedro, dentro da área mais à esquerda, que dominou e chutou, parando em bela defesa.

Com o 2 a 0 no placar, o ritmo deu uma certa diminuída. Flamengo voltou a assustar aos 18. Matheuzinho avançou pela direita e passou para Gabigol, da quina da área. O camisa 9 dominou, virou e chutou cruzado, acertando a trave. Paulo Sousa, então, fez duas mudanças, aos 20. Tirou Pedro e Arão, para botar Bruno Henrique e João Gomes. Já aos 24, trocou David Luiz e Lázaro, para colocar Filipe Luís e Vitinho.

A formação continuou a mesma, em um 3-4-2-1. Filipe Luís passou a atuar como o defensor pela esquerda da primeira linha, com Léo Pereira ficando centralizado. João Gomes entrou por dentro, pela direita, ao lado de Andreas, mais à esquerda, com Vitinho na ala-esquerda. Já na frente, Arrascaeta foi para direita, Gabigol avançou e Bruno Henrique entrou por dentro, pela esquerda.

O time melhorou. Três minutos depois, ampliou o placar. Matheuzinho recebeu aberto e passou para Arrascaeta, que, devido às mudanças, estava também estava pela direita, por dentro. O uruguaio dominou na entrada da área, cortou a marcação e chutou com força, no canto, rasteiro, marcando o terceiro. Aos 31, Paulo Sousa fez a última mudança, tirando Arrasca para colocar Marinho, na mesma posição do camisa 14.

Por muito pouco o Flamengo não fez o quarto. Aos 35, Marinho recebeu na direita, Gabigol fez o facão puxando a marcação e o atacante passou para João Gomes, na entrada da área. o volante finalizou cruzado e tirou tinta da trave. O Botafogo descontou aos 39, após cruzamento na área, que teve desvio de Fabinho. Léo Pereira tentou tirar, mas acabou jogando contra a própria meta.

Depois, o jogo ficou morno, esperando acabar. Flamengo ainda teve uma oportunidade, após falha da defesa do Botafogo, que Marinho aproveitou para chutar de primeira e passar próximo do gol. A partida terminou em 3 a 1, mas poderia ter sido muito mais. Rubro-negro teve uma grande atuação, pressionou, fez gols e criou diversas chances. Time parece cada vez melhor e entendo as ideias de Paulo Sousa.