Análise Tática Flamengo 2 x 1 Chapecoense: Vitória importante, no talento individual

Mais Querido encerrou a sequência de derrotas na competição

(Foto: Reprodução/Alexandre Vidal/Flamengo)

Flamengo e Chapecoense se enfrentaram neste domingo (11/07), no Maracanã, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido vinha de duas derrotas consecutivas e precisava da vitória para aliviar a pressão. Foi suada, mas veio, na base do talento individual. Primeiro, com um belo gol de Arrascaeta de fora da área. Depois, com um verdadeiro golaço de Michael. Ainda assim, o jogo teve boas questões táticas para analisar.

O Mais Querido entrou em campo sem 5 jogadores considerados titulares: Rodrigo Caio, Diego, João Gomes, Bruno Henrique e Gabigol. Maurício Souza, técnico interino, então, montou uma equipe de forma diferente do que vinha atuando. O treinador optou por botar a dupla de zaga com Gustavo Henrique e Léo Pereira, tendo Arão e Thiago Maia de volantes e os meias Arrascaeta e Everton Ribeiro de volta. A maior novidade foi a dupla de centroavantes, com Pedro e Muniz.

Essa equipe provavelmente nunca começaria uma partida com o Rogério Ceni de treinador. Isso porque, o técnico afirmou em alguns momentos que, para ter um time com dois centroavantes, precisaria de jogadores velozes pelos lados, para fazerem a recomposição. Então, o antigo treinador não colocaria Pedro e Rodrigo Muniz juntos com Arrascaeta e Everton Ribeiro, sem pontas, como fez Maurício Souza.

(Foto: Reprodução/Alexandre Vidal/Flamengo)

Outra mudança foi que o time passou a atuar em um 4-4-2, mas que, com a bola, ficava em uma espécie de 3-3-2-2, variando para um 3-1-4-2. A grande diferença para o time de Ceni é que, na linha defensiva, o primeiro volante, Arão, recuava entre os zagueiros para fazer a saída de bola – como na época de Jorge Jesus. Filipe Luís, que fazia essa função com o ex-técnico, então, passou a ter mais liberdade para atacar. Isla permaneceu de ala-direita.

Uma jogada em que a estratégia deu certo, logo aos 5 minutos, Filipe Luís avançou, passou para Pedro na entrada da área, que deu de letra para Thiago Maia. O volante bateu de primeira, com força, parando no goleiro. Entretanto, a partir dos 15 minutos, ficou evidente que estava faltando velocidade pelos lados. Mesmo os laterais tendo liberdade para atacar e Everton Ribeiro em um bom dia, o time precisava de mais amplitude e acabava ficando previsível.

A equipe até chegou a ter perigo com Pedro, em belo chute de dentro da área, e Muniz, que furou uma cabeçada, e os centroavantes estavam lutando. Mas, no intervalo, Mauricinho corrigiu os problemas do time. Tirou Muniz e colocou Michael. Assim, o time conseguiu ficar com bem mais espaço e tendo velocidade pelo lado esquerdo para atacar. Arrascaeta centralizou ainda mais, tendo liberdade para se movimentar. O meia, inclusive, quase fez um gol na entrada da área pela direita, em que tirou tinta da trave.

(Foto: Reprodução/Alexandre Vidal/Flamengo)

Entretanto, mesmo com o time melhorando, veio um baque. Aos 22, Diego Alves tentou segurar uma falta fácil e acabou espalmando nos pés do atacante adversário, que abriu o placar. Depois disso, Mauricinho colocou Vitinho no lugar de Thiago Maia. O Flamengo passou para um 4-1-4-1, com Arão de primeiro volante, Everton Ribeiro aberto na direita, Vitinho na meia-direita, Arrascaeta de meia-esquerda e Michael na ala-esquerda, tendo Pedro de centroavante.

Os laterais continuaram com liberdade para atacar e, aos 32, Isla avançou pela direita e cruzou para Pedro, na entrada da área. O centroavante não conseguiu dominar direito, mas a bola sobrou para Arrascaeta, centralizado. O uruguaio deu um chute de primeira, com força, rasteiro, no cantinho, empatando o jogo. Quatro minutos depois, foi a vez de Felipe Luís ir para frente e dar um passe para Pedro. O atacante não dominou, porém sobrou para Michael, que estava aberto na esquerda. Ele fez o facão, passou por um marcador, deu uma caneta em um zagueiro, driblou o goleiro e fez um golaço.

O time, então, conseguiu a virada e a vitória. Não foi a melhor atuação, mas vencer era fundamental, até para dar mais tranquilidade para o jogo da Libertadores na quarta-feira. Foi bom também para Renato Gaúcho, que estava no estádio, ver algumas questões táticas, como a equipe atuando com 2 centroavantes e sem jogador de velocidade, depois variando para com atleta de velocidade. Resta ver quais escolhas o novo treinador vai fazer no novo trabalho.