Análise Tática Flamengo 2 x 1 Ceará: Pela torcida

Após a derrota na final da Libertadores, Mais Querido foi abraçado pelos torcedores e teve boa atuação

(Foto: Reprodução/Gilvan de Souza/Flamengo)

O Flamengo enfrentou o Ceará, nesta terça-feira (30/11), no Maracanã, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Foi o primeiro jogo do time após a doída derrota na final da Libertadores para o Palmeiras. Mesmo assim, a torcida deu show. Quase 50 mil torcedores estiveram presentes no estádio e incentivaram a equipe, que conseguiu ter uma boa atuação e garantiu a vitória por 2 a 1, com gols de Gabigol e Matheuzinho. Foi também a primeira partida depois da saída de Renato Gaúcho e Mauricinho deu conta do recado.

Para o confronto, o Flamengo teve algumas ausências importantes. O rubro-negro não contou com Isla, David Luiz, Rodrigo Caio e Filipe Luís, ou seja, nenhum jogador titular da linha defensiva, além de Willian Arão, que faz a proteção. Assim, começaram na partida Matheuzinho, Gustavo Henrique, Léo Pereira, Ramon e Thiago Maia. A outra mudança foi no meio. Desgastado, Arrascaeta começou no banco. Renato Gaúcho costumava colocar Michael na vaga do uruguaio, ou até Andreas Pereira adiantado. Mauricio Souza, por sua vez, botou Diego de no time inicial.

Assim, o Flamengo atuou em um 4-2-3-1. No meio, Thiago Maia fazia a função de 1º volante, muitas vezes recuando entre os zagueiros para auxiliar na saída de bola. Já Andreas Pereira ficou de 2º, sendo o responsável pela transição da defesa para o ataque e dando dinâmica, seja conduzindo a bola, ou com passes rápidos, além de aparecer como elemento surpresa na frente. Everton Ribeiro atuou pela direita, sempre caindo por dentro, dando espaço para Matheuzinho avançar pela ala, enquanto Bruno Henrique jogou aberto na esquerda, fazendo muito o corredor, não deixando o mesmo buraco para Ramon avançar. Diego, por sua vez, atuou centralizado e Gabigol de referência.

Além disso, o time entrou em campo marcando em cima o Ceará, pressionando a saída de bola adversária. Foi assim que saiu o gol, aos 2 minutos. Andreas tirou a opção de passe de Fabinho, Diego pressionou, roubou a bola e Gabigol recebeu sozinho, na cara do goleiro, abrindo o placar. Mesmo depois, o Flamengo continuou melhor na partida e criou várias chances. A equipe chegou a ampliar, em uma linda jogada coletiva, que mostra bem o posicionamento e importância de alguns jogadores. Matheuzinho e Thiago Maia marcaram um jogador adversário e o lateral recuperou a bola quase na linha de fundo de defesa, já passando para Andreas Pereira, que conduziu por dentro e devolveu ao jogador.

Matheuzinho, então, tocou de volta para o volante no meio de campo, que deu belo passe para Gabigol, centralizado. Bruno Henrique passou correndo pela esquerda, infiltrando na área, e Andreas Pereira continuou correndo na jogada, entrando pela direita. Gabi deu linda devolução para o belga-brasileiro, dentro da área, que podia até ter batido, mas aproveitou a arrancada de BH e deu ótima assistência para o atacante marcar sem goleiro. Entretanto, Bruno Henrique estava um pouco adiantado e o árbitro marcou impedimento.

Em uma outra jogada de muito perigo do primeiro tempo, Thiago Maia recuou entre os zagueiros para fazer a saída de bola e deu um lançamento absurdo para Matheuzinho, que avançou em velocidade pelo corredor direito. O lateral dominou e cruzou na medida para Gabigol, centralizado, cabecear e explodir o travessão. Já no segundo tempo, o time voltou o mesmo, com a diferença de Bruno Viana no lugar de Léo Pereira. A formação estava igual e, embora o jogo parecesse controlado, sem sofrer ameaças do Ceará, e a equipe não estava com a mesma intensidade e criando tanto.

Então, aos 15, as primeiras mudanças mais impactantes da partida. Mauricinho tirou Diego e Everton Ribeiro, para colocar Arrascaeta e Michael. A formação ficou em um 4-3-3, com Arrasca de meia-armador, Micha aberto na direita e Bruno Henrique na esquerda, com ambos as vezes revezando de lado. No minuto seguinte, já deu para ver o impacto. Arrasca deu bela enfiada para Andreas, que chegou em um lance de 3 contra 1. Gabigol estava centralizado e Michael passou correndo pelo corredor direito. O próprio Gabi apontou para o belga-brasileiro tocar no ponta, que entraria livre e serviria o camisa 9, mas Andreas tentou o passe direto para o centroavante, só que foi muito forte. Bruno Henrique ainda alcançou e chutou, parando no goleiro.

O Ceará deu um susto na partida. No primeiro ataque do time na segunda etapa, aos 25, Rick passou para Yony González na área, que chutou. Hugo fez bela defesa, mas, no rebote, ninguém acompanhou e o próprio Rick empatou. Mas, o Flamengo se reergueu. Primeiro, aos 31, Michael fez boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro. A zaga afastou mal e Gabigol, centralizado, aproveitou a sobra, só que chutou em cima da marcação. Dois minutos depois, Micha estava na direita. Quando o ponta cai por aquele lado, Matheuzinho não tem a mesma liberdade de ir ao fundo, já que o camisa 19 já faz isso, então tem que construir por dentro. Michael, então, recebeu, foi para o corredor e cruzou novamente. A zaga afastou, mas o jovem lateral aproveitou e bateu de primeira, desempatando.

Depois do gol, o Ceará até tentou um abafa e o Flamengo teve chances no contra-ataque, mas a partida terminou 2 a 1. O mais importante, entretanto, foi o reencontro do time com a torcida. Após o vice da Libertadores e nenhum título grande conquistado na temporada, ninguém sabia como seria a reação dos torcedores no estádio. Entretanto, o que se viu foi uma ótima química entre as duas partes e um apoio incrível, o que será fundamental para o clube durante todo o percurso do ano que vem, em busca de mais glórias.