O Flamengo venceu o Barcelona de Guayaquil por 2 a 0, nesta quarta-feira (29/09), fora de casa, pela partida de volta da semifinal da Libertadores, o que garantiu uma vaga na grande decisão. O primeiro tempo foi complicado, mas o Mais Querido contou com grandes atuações de Bruno Henrique, Everton Ribeiro e Diego Alves para conquistar outra grande vitória. Além disso, há questões táticas interessantes sobre a partida de ambos os lados, que culminaram na classificação rubro-negra.
Com a vitória do Flamengo por 2 a 0 no jogo de ida, o Barcelona teve que ir para cima na volta. O time de Guayaquil tentou marcar pressão o Mais Querido, em busca do gol, o que gerou perigo. Mas, ao mesmo tempo, sabendo que essa seria a estratégia adotada pelo adversário, Renato Gaúcho montou o rubro-negro justamente para tentar sair sempre com velocidade, com passes que quebram as linhas e movimentação dos jogadores de frente, pois o adversário naturalmente deixaria espaços na defesa.
O Barcelona atuou em um 4-2-3-1, que variava para o 4-4-2, dependendo da movimentação de Garcés. O time começou em cima e causou perigo em dois lances nos primeiros 15 minutos. Em um, Mastriani cabeceou para defesa de Diego Alves e no outro o lateral Castillo recebeu enfiada de bola pela direita e chutou por cima do gol. Para piorar a situação do Flamengo, Andreas Pereira recebeu um amarelo com 1 minuto de jogo, o que deixou o jogador mais cauteloso na marcação, com receio de receber outro cartão. Já aos 8, David Luiz sentiu dores na coxa e foi substituído por Gustavo Henrique, o que teria tudo para dar um baque no time.
Entretanto, aos 17, o Flamengo finalmente colocou a bola no chão e conseguiu o gol. O Mais Querido, que atuou no 4-2-3-1 característico, rodou a jogada. A equipe estava com a posse pela esquerda. Rodrigo Caio abriu para Gustavo Henrique na direita, que tocou no Isla. O lateral passou para Arão. Quando a bola chegou no jogador, o Barcelona tinha 4 atletas no campo de ataque, pois Carcelén saiu para pressionar o camisa 5. O volante, então, foi muito inteligente e passou de primeira para Everton Ribeiro, que devolveu de primeira, um pouco na frente, o que fez Piñatarez sair da defesa para tentar o bote. Arão chegou antes e deu um toque na bola, que ficou com o camisa 7.
Assim, o Mais Querido ficou em vantagem numérica na frente, pois já tinha passado pela linha dos meias adversários. Gabigol fez o facão para a direita, puxando a marcação. O meia não deu o passe, mas em seguida foi a vez de Bruno Henrique infiltrar na velocidade. ER7 deu uma linda enfiada, BH recebeu na cara do gol, driblou o goleiro e abriu o placar. Logo depois do gol, o Barcelona quase empatou. Em jogada pela esquerda de ataque, Isla estava fora de posição e Martínez avançou. O volante cortou Andreas Pereira e Gustavo Henrique para o meio e deu enfiada para Mastriani na esquerda, que entrou livre na área e chutou, parando em bela defesa de Diego Alves com os pés.
O Mais Querido teve um bom momento em seguida, aproveitando os espaços na defesa do Barcelona, que sentiu o gol. Em uma jogada de velocidade, Gabigol recebeu enfiada de bola pela direita, na intermediária. Bruno Henrique infiltrou na área e o camisa 9 lançou o ponta pelo alto. BH deu uma casquinha para trás, onde estava Andreas Pereira, livre na meia-lua. O volante chutou de primeira, rasteiro, com força, acertando a trave. Na sobra, o próprio jogador mandou por cima. Pouco depois, em boa jogada de velocidade, Bruno Henrique avançou pela esquerda, cortou para dentro e serviu Arrascaeta, sozinho na área, pela esquerda. O uruguaio bateu de primeira, só que muito mal, isolando.
Depois disso, o Flamengo parou de criar. O time não achava mais o contra-ataque e sofreu uma pressão do Barcelona, que se tivesse um pouco mais de qualidade poderia ter marcado. Em um lance, Diego Alves espalmou uma cobrança de falta e, com o goleiro caído, Martínez chutou na pequena área, para fora. Em outra jogada, o mesmo atleta aproveitou sobra dentro da área pela esquerda, de frente para o goleiro, e bateu cruzado, parando em grande defesa. O time equatoriano pressionou, mas não conseguiu empatar.
A partida foi para o intervalo com o Flamengo tendo uma ótima vantagem. O time precisaria sofrer 4 gols para ser eliminado. Mas, como o Barcelona fez um grande primeiro tempo, dando 5 chutes na direção do gol e só não tendo balançado a rede por falhas técnicas e grandes defesas de Diego Alves, o confronto ainda estava perigoso e o adversário confiante. O segundo tempo começou novamente com o time equatoriano tentando pressionar, jogando com as linhas altas e atacando.
Mas, aos 4 minutos, o Flamengo marcou e freou de vez o ímpeto equatoriano, consolidando a classificação. O gol, inclusive, foi um verdadeiro golaço coletivo. Começou em um tiro de meta, que Diego Alves bateu curto para Willian Arão, dentro da área. O Mais Querido saiu tocando pela defesa na esquerda, para atrair a marcação adversária e, então, virar o jogo para a direita. A bola chegou no Isla, que conduziu e passou para Arrascaeta. O uruguaio estava avançado e recuou para o meio de campo, puxando a marcação do zagueiro. Assim que o passe foi na direção dele, Everton Ribeiro correu para explorar o espaço que Arrasca criou. O meia escorou para Gabigol, que deu linda enfiada para o camisa 7, na cara do goleiro. ER7 tocou para Bruno Henrique, que empurrou para o fundo das redes. Todos os 11 jogadores rubro-negros tocaram na bola na jogada e a posse durou por 38 segundos.
Depois do gol, o confronto ficou definido e a partida ficou morna. O Barcelona assustou apenas em dois chutes de fora da área. Renato Gaúcho mudou o time aos 25, trocando Filipe Luís e Bruno Henrique por Renê e Michael. O time manteve a formação, mas ganhou um gás novo. Depois, tirou Andreas Pereira e Arrascaeta, colocando Bruno Viana – que atuou de volante – e Pedro, indo para o 4-4-2. Apenas três minutos depois, Michael tabelou com o centroavante no meio, avançou e tocou para Gabigol perto da área. O camisa 9 passou para Everton Ribeiro, que devolveu com bela cavadinha, só que o camisa 9 chutou em cima do goleiro.
A partida terminou sem mais grandes chances para nenhum dos dois lados, tirando uma cabeçada do Barcelona, que parou em outra defesa de Diego Alves. O confronto já estava decidido após o segundo gol de Bruno Henrique, pois o Barcelona precisaria fazer cinco gols. Ainda assim, foi um bom jogo para mostrar como o Flamengo é adaptável. A equipe atua muito bem tendo a posse e propondo o jogo, só que mostrou contra o time equatoriano que pode ser letal se defendendo e contra-atacando. Renato Gaúcho agora tem 2 meses para ajustar a equipe para a grande decisão, principalmente na defesa, que mostrou fragilidade em alguns momentos no confronto. Mas, essa versatilidade rubro-negra pode ser fundamental no restante da temporada.