O Flamengo empatou com o América-MG por 1 a 1, neste domingo (26/09), no Independência, pela 22a rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido entrou em campo com um time alternativo e não teve uma grande atuação. Mas, o problema não foram os jogadores, já que, mesmo sendo quase todos reservas, ainda são de alta qualidade e, inclusive, tecnicamente bem superiores ao do Coelho. A equipe jogou em baixa intensidade e, ainda assim, conseguiu abrir o placar com um golaço de Michael, mas tomou o gol nos últimos minutos, com uma falha tripla de Renê. Entretanto, há aspectos táticos interessantes no jogo.
Com apenas Arão e Bruno Henrique de titulares, o treinador contou com a volta de Diego no time titular. Renato Gaúcho, então, mudou a formação do Flamengo na partida. Saiu do 4-2-3-1 característico para o 4-3-3. A equipe, então, foi: Gabriel Batista; Matheuzinho; Gustavo Henrique e Léo Pereira; Renê; Arão, Diego e Thiago Maia; Vitinho aberto na direita, Bruno Henrique na esquerda e Pedro de centroavante. Ou seja, um time bem forte tecnicamente.
Com a bola, Willian Arão recuava entre os zagueiros para fazer a saída, enquanto Diego ficava mais pela direita e Thiago Maia na esquerda, avançando bastante para o ataque. Vitinho caía bastante por dentro, deixando o corredor para Matheuzinho atacar. Já Pedro era a referência, que saía constantemente da área para prender a marcação adversária e fazer o pivô.
O América-MG, por sua vez, jogava em um 4-2-3-1 com a bola e, sem ela, começou a partida marcando em cima a saída de bola do Flamengo, no 4-4-2. Então, o Mais Querido encontrou uma alternativa para atacar. Aproveitando a qualidade de Gabriel Batista com os pés, o goleiro tentava o lançamento para o pivô de Pedro, que dominava e passava para um dos pontas na velocidade. Foi assim que se criou uma excelente oportunidade, em que Bruno Henrique recebeu o toque, e tentou a batida de cobertura, mas o goleiro se recuperou e fez a defesa.
Diego também participou da partida com a bola pela direita e os lançamentos sempre sendo a principal arma. Em uma jogada, o camisa 10 lançou bonito Matheuzinho na velocidade, que entrou na área, cruzou rasteiro e Pedro finalizou, também parando no goleiro. Entretanto, depois dos 15 minutos, o Flamengo passou a ter muita dificuldade de criar. O time tentava muito os lançamentos e buscou algumas triangulações, com Thiago Maia aparecendo na frente, Bruno Henrique pela esquerda, explorando o pivô de Pedro, mas quase sempre pecando no toque final.
Em uma boa jogada após troca de passes, Pedro recebeu na entrada da área, fez o pivô e deu lindo toque para a infiltração de Bruno Henrique, que dominou mas demorou para finalizar e acabou perdendo a chance. Tirando isso, o time não conseguiu criar mais nenhuma jogada de perigo. O América-MG, por sua vez, explorava a direita do ataque, com Ademir e o lateral Patric, sempre fazendo as jogadas em cima de Renê. Foi por lá que o Coelho criou algumas boas jogadas. Na principal, Ademir entortou o lateral rubro-negro e serviu Marlon, que isolou.
Mas, depois dos 25, o América-MG abaixou as linhas e, muito pelo forte calor, o primeiro tempo terminou sem intensidade. A segunda etapa começou da mesma forma. O rubro-negro até teve uma chance, nas poucas vezes que Renê subiu para o ataque. O lateral recebeu a bola pelo meio da defesa adversária e tinha Pedro livre na área, só que acabou errando o passe. Renato, então, tirou Diego e Vitinho aos 14, para colocar Andreas Pereira e Michael, dando mais velocidade e dinâmica para a equipe. O ponta entrou pela direita, enquanto o belga-brasileiro ficou mais adiantado e centralizado.
Apenas dois minutos depois, o Flamengo criou uma excelente jogada. Andreas recebeu pela direita e tocou de calcanhar para Michael, que avançava na diagonal. O ponta dominou e deu lindo toque para Bruno, livre na área, que chutou fraco, nas mãos do goleiro adversário. Entretanto, o confronto continuou sem intensidade. Aos 30, Renato tirou Matheuzinho e Arão, colocando Rodinei e Lázaro, indo para o 4-2-3-1. Thiago Maia fez o primeiro volante, Andreas o segundo e o jovem meia ficou de armador, se movimentando.
O garoto entrou bem e pouco depois deu bom passe para Bruno Henrique, dentro da área pela esquerda, que tentou o chute, mas foi travado pelo zagueiro. Com os jogadores desgastados pelo sol, a partida começou a ficar mais aberta na reta final, com mais espaço para jogar e os dois times tentando resolver as jogadas na velocidade e lançamento, o que era ótimo para Michael, que entrou na segunda etapa e estava cheio de energia. Em uma boa bola do Flamengo, Pedro recebeu na entrada da área e encontrou o ponta pela direita. Ele driblou a marcação e chutou forte, parando em grande defesa do goleiro.
Então, aos 43, o gol do Flamengo. Michael recebeu na direita e avançou com velocidade. Ele foi cortando por dentro dentro, fazendo fila nos adversários, tocou para Pedro na entrada da área e continuou correndo. O centroavante, então, foi genial. Se movimentou para o lado contrário e não tocou na bola, fazendo o corta-luz para o próprio Michael, que continuou com a bola e tocou na saída do goleiro, fazendo um golaço.
A partida parecia estar controlada. Com o gol no final, bastava segurar nos minutos finais. Entretanto, Gabriel Batista fez a saída de bola com Renê. O lateral dominou mal, perdeu tempo e, na hora que foi tocar, foi desarmado por Ribamar. O atacante avançou, Renê não cortou o corredor e o jogador cruzou rasteiro. A bola passou por todo mundo, com perigo, mas continuou com o Coelho pela direita. Lucas Kal, então, cruzou na segunda trave para Alê. Renê estava marcando o jogador, mas não dificultou em nada a subida e cabeçada do meia, que empatou.
O Flamengo perdeu uma ótima chance de se aproximar dos líderes do Campeonato, já que Galo empatou na rodada e o Palmeiras perdeu. O time também não mostrou a intensidade necessária e faltou repertório na frente para criar mais jogadas, sendo o jogo bem morno em boa parte dos 90 minutos. Além disso, desperdiçou chances claras e falhou de forma drástica individualmente no gol sofrido. O foco agora é total a partida contra o Barcelona de Guayaquil, em que os titulares precisam entrar com energia total, bem diferente do que o time alternativo mostrou neste domingo.