Análise Tática Flamengo 1 x 0 Athletico: Classificação merecida

Mais Querido venceu fora de casa e avançou para semifinal da Copa do Brasil

(Foto: Reprodução/Marcelo Cortes/Flamengo)

O Flamengo venceu o Athletico por 1 a 0, na quarta-feira (17/08), na Arena da Baixada, pelo jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil. Mesmo atuando fora de casa e no gramado sintético, o Mais Querido teve uma grande atuação. Seguro na defesa, o rubro-negro tomou conta da partida e conseguiu a merecida classificação para a semifinal da competição.

Para a partida, Dorival Júnior não contou com David Luiz, expulso na ida, e Thiago Maia, suspenso pelo terceiro amarelo, além de Rodrigo Caio e Bruno Henrique, lesionados. Dessa forma, o treinador colocou Fabrício Bruno na zaga e Arturo Vidal no meio. O desenho tático permaneceu o mesmo que o treinador usa com o time das Copas, em uma espécie de 4-1-2-1-2.

Na primeira linha, Rodinei e Filipe Luís foram os laterais, com o direito sempre atacando muito pelo corredor e o esquerdo criando por dentro, como um meia. Já na zaga, Fabrício Bruno e Léo Pereira formaram a dupla. No meio de campo, a grande mudança do time. Sem Thiago Maia, foi João Gomes quem atuou de primeiro volante, mais recuado, à frente da zaga.

O desenho tático do meio campo era uma espécie de losango. João Gomes, então, ficou de primeiro homem, com Everton Ribeiro na frente dele por dentro, à direita, e Vidal à esquerda – esse muitas vezes recuando mais para auxiliar na saída de bola. Arrascaeta, por sua vez, ficou na “outra ponta”, como um meia-armador, atrás dos atacantes e com liberdade para se movimentar. No ataque, Gabigol ficou mais “solto”, caindo bastante pela direita e recuando, com Pedro “fixo”, de referência, para o pivô.

O Athletico, por sua vez, ficou bem fechado, com o time quase todo atrás da linha da bola e muitos marcadores, mas quase sem oferecer perigo em contra-ataque. Os primeiros 15 minutos, entretanto, era de um Flamengo com posse, mas se adaptando ao gramado sintético e com o jogo muito picotado por faltas duras do adversário, as quais o árbitro “liberava”, sem punir com amarelo.

Então, apareceu Vidal. O chileno passou a tomar conta do meio de campo, ditando o ritmo da partida. O jogador recuava para auxiliar na saída, aparecia mais na frente e dava sempre lucidez com os passes rápidos e certeiros. Com o Athletico recuado, Filipe Luís aparecia bastante por dentro e Rodinei aberto. Everton Ribeiro, porém, não adaptado ao sintético, ainda não estava nos melhores dias.

Mas, quando o camisa 7 acertava o passe, acionava a velocidade pelo lado e o Flamengo chegava com perigo. Foi assim a principal chance do time na primeira etapa. Everton Ribeiro recebeu no meio e, de primeira, deu belo passe para Gabigol, aberto na direita. O camisa 9 cruzou na medida, a bola estava indo na direção de Pedro, mas Arrascaeta chegou antes e cabeceou mal, desperdiçando a chance.

Na segunda etapa, Dorival manteve a equipe. Entretanto, o time voltou ainda mais intenso e Rodinei passou a ser um fator crucial. O lateral começou a ser muito acionado pela ponta e o Flamengo, diferente do primeiro tempo, criou diversas chances. Em 10 minutos, já tinham sido três. Nas duas primeiras, o lateral foi acionado por Gabigol e Everton Ribeiro, respectivamente, e finalizou cruzado, parando no goleiro. Já na terceira, Gabigol passou para Pedro, que fez o pivô e Arrascaeta entrou na área e finalizou, com grande defesa.

Então, no minuto seguinte, aos 11, vem o gol. Everton Ribeiro acionou Rodinei na velocidade, infiltrando pela direita da área. O lateral foi ao fundo e cruzou na medida para Pedro, que acertou uma bicicleta maravilhosa e marcou. Depois do gol, o Athletico tentou sair um pouco mais, mas sem ser efetivo, graças à forte marcação do Flamengo. Já no ataque, o rubro-negro carioca buscava um contra-ataque para matar a partida.

Ele veio. Aos 30, após casquinha de Arrascaeta, Pedro fez grande jogada e deixou Gabigol sem goleiro, mas o atacante acertou a trave. Depois disso, o Flamengo controlou bem o resultado. Dorival fez mudanças para ganhar mais intensidade no meio, tirando Vidal, cansando, e colocando Victor Hugo, e para tentar o contra-ataque, com Cebolinha na vaga de Gabigol. Nos minutos finais, o treinador ainda fez mexidas, mais para ganhar o tempo, e a partida terminou em 1 a 0.