O Flamengo perdeu para o Grêmio por 1 a 0, neste domingo (20/09), pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido teve uma atuação terrível. O time ficou com muita dificuldade de criar e não conseguiu passar pela defesa tricolor. Individualmente, praticamente todos os jogadores estiveram mal. Já taticamente, Renato fez algumas mudanças que não deram tão certo, mas que fizeram sentido, embora tenha sido criticado pela torcida.
Mais uma vez, o Flamengo entrou em campo no 4-2-3-1, formação que Renato Gaúcho colocou desde que chegou no time. Sem Filipe Luís, Diego e Arrascaeta, além de Bruno Henrique começando no banco, o treinador optou por Renê na esquerda – ao invés de Ramon -, Vitinho de meia centralizado, Michael na ponta esquerda e Andreas Pereira como segundo volante, deixando Thiago Maia, que era a outra opção, no banco. Na lateral-direita, Isla quem começou, no lugar de Matheuzinho.
O time, então, era: Diego Alves; Isla; Rodrigo Caio e Léo Pereira; Renê; Arão e Andreas Pereira; Everton Ribeiro, Vitinho e Michael; Gabigol. No papel, mesmo com alguns desfalques, era uma equipe muito forte e que conseguiu bons resultados recentes. Mas, na prática, não deu certo. O Grêmio também atuou em um 4-2-3-1 e se fechou muito, fortalecendo o meio com 2 volantes de marcação. Assim, o Flamengo não estava conseguindo passar pela defesa adversária e criar boas chances.
No começo, Everton Ribeiro e Andreas Pereira até estavam aparecendo bem na partida, conduzindo a bola, passando por marcadores e dando alguns bons toques. Mas, por outro lado, Michael estava em uma péssima noite, errando quase todas as jogadas, assim como Vitinho, que não aparecia tanto, mas quando pegava a bola, quase sempre era desarmado. Para completar, o próprio Gabigol não foi bem, errando jogadas e desperdiçando uma boa chance aos 9 minutos, após tabela com Everton Ribeiro, em que acabou furando.
Nas laterais, Renê quase não apareceu no ataque, o que acabou fazendo muita falta, principalmente por Michael não estar em uma noite inspirada. Assim, o setor esquerdo não conseguia criar. Já Isla até apareceu bastante, indo muito ao fundo, mas não conseguiu caprichar nas conclusões das jogadas. Arão, que recuava entre os zagueiros para auxiliar na saída de bola, não estava nos melhores dias, porém, conseguiu descolar um ótimo lançamento para o chileno, que ficaria na cara do gol, só que o lateral errou o domínio e perdeu a jogada.
Na defesa, Rodrigo Caio foi muito bem, acertando praticamente todas as coberturas. Impediu várias jogadas que seriam de perigo do Grêmio e caprichou na saída de bola. Já Léo Pereira estava fazendo um ótimo jogo. Seguro na defesa e com muita qualidade para sair jogando. Chegou até a criar uma ótima chance, costurando da defesa, achando Michael e chutando na sobra, além de ter dado a única finalização do Flamengo a gol no jogo, em cabeçada perigosa. Entretanto, no gol decisivo do Grêmio, o defensor falhou na marcação, não alcançando o cruzamento de Ferrerinha, deixando Borja livre para marcar.
A atuação do Flamengo no primeiro tempo, então, foi ruim em comparação ao nível habitual, mas o time chegou a ter a bola e criar boas chances. Léo Pereira teve a cabeçada, Gabigol deu a furada, Vitinho quase marcou em tentativa de cruzamento e Everton Ribeiro teve boa chance em chute na entrada da área, mas que acabou optando por finalizar com a perna ruim e mandou por cima. Entretanto, na segunda etapa, tudo piorou. Se na primeira a equipe parecia estar com pouca intensidade e dificuldades para jogar, na segunda o ritmo caiu ainda mais e o Mais Querido não chegou perto de marcar.
Renato Gaúcho, então, optou por mudar o time aos 18. Sem conseguir criar pelo meio, o técnico tentou dar velocidade pelos lados de campo e botar presença de área. Assim, tirou Everton Ribeiro, que não estava bem no segundo tempo, e Vitinho, para colocar Bruno Henrique e Pedro. O Flamengo, então, passou para o 4-2-2-2, com Michael aberto pela direita, BH pela esquerda e Pedro e Gabigol como centroavantes. A equipe, entretanto, não melhorou.
Michael estava em um dia ruim e não conseguia fazer nada pela direita, assim como Isla. Já Bruno Henrique, voltando de lesão, também não fez nenhuma jogada, até porque não tinha o auxilio do lateral-esquerdo, pois Renê não aparecia no ataque. Sem um meia armador, era importantíssimo ter uma movimentação grande do Gabigol pelo centro, fora da área, mas o ritmo ainda estava muito baixo.
Sem evolução, Renato trocou o setor direito. Tirou Isla e Michael, para colocar Matheuzinho – que para muitos já devia ser o titular – e Kenedy, que estreou pelo Flamengo. A equipe melhorou um pouco. O próprio Kenedy chegou a criar uma chance, só que finalizou fraco. Ainda assim, o time não dava sinais de grande reação e a intensidade permanecia baixa. Thiago Maia entrou na vaga de Andreas Pereira somente aos 45 do segundo tempo. Ele tentou dar uma dinâmica na partida, mas não teve tempo e o jogo terminou em 1 a 0.
A partida, então, foi de se esquecer. Renato teve algumas opções de titulares que são questionáveis, como Isla e Renê nos lugares de Matheuzinho e Ramon, mas, ainda assim, o técnico tentou. Viu que o time não estava conseguindo criar, optou por mudar de formação para uma que a torcida já pediu tantas vezes, com 2 centroavantes. O grande problema não foi o treinador em si, mas a baixíssima intensidade que os jogadores estavam. Agora, o time precisa “mudar a chave” e focar na partida contra o Barcelona-EQ, para entrar com outra postura em campo.