O Flamengo empatou com o Vélez na quinta-feira (28/05), pela última rodada da fase de grupos da Libertadores. Foi o terceiro empate consecutivo na competição, mas esse com um fator peculiar: o time, comandado por Rogério Ceni, não marcou gol pela primeira vez, depois de 25 jogos. Um dos motivos disso foi, justamente, uma escolha do treinador.
Para a partida contra o Vélez, o Flamengo não tinha Bruno Henrique, suspenso. Então, o técnico tinha que escolher alguém para botar no lugar dele. Rogério, então, optou por Pedro – algo que é muito pedido pelos torcedores. Como destacado na análise pré-jogo, o próprio treinador já tinha afirmado que, para o centroavante atuar ao lado de Gabigol, precisaria de jogadores de velocidade pelas alas.
Entretanto, não foi o que aconteceu contra o Vélez. Rogério Ceni botou Pedro na vaga de Bruno Henrique, mas não mexeu nas outras posições. Assim, o time ficou sem jogador de velocidade pelo lado esquerdo. Para tentar compensar, o treinador liberou mais os laterais. Isla já atua como um ala naturalmente, mas, dessa vez, Filipe Luís também teve liberdade para atacar. O time, assim, ficou em uma espécie de 4-1-3-2, com Diego de primeiro volante e Gerson na mesma linha que Everton Ribeiro e Arrascaeta, mas centralizado.
O problema é que Filipe Luís também não é um lateral de velocidade. Ele é um jogador muito inteligente, com uma leitura de jogo e capacidade de criação incrível, mas que não dá amplitude. Assim, o time não tinha a mesma velocidade de sempre. Soma-se isso ao fato dos jogadores terem atuado em um ritmo inferior ao normal, principalmente no primeiro tempo, e o resultado foi uma partida fraca do Flamengo, quase monótona em alguns momentos.
Na volta do segundo tempo, Rogério não consertou isso. Os jogadores, de fato, entraram com mais energia e o time criou mais, principalmente em cruzamentos de Arrascaeta. Mas, ainda assim, faltava a velocidade pelos lados. Só aos 30 do segundo tempo que o técnico mudou. Tirou Diego e Gerson e colocou João Gomes e Vitinho. Assim, João fez a função de primeiro volante e o camisa 11 passou a atuar aberto pela direita. O atacante deu mais dinamismo e teve a bola do jogo nos pés, após cruzamento de Isla, mas acabou mandando por cima.
Apesar de não ter sido uma boa atuação, a partida foi importante para Rogério ver em campo como que o time atua com Pedro e Gabigol, sem pontas. De fato, a atuação mostrou para o treinador que o pensamento antigo dele estava correto e os dois centroavantes precisam de jogadores de velocidade para poderem atuar juntos. No quesito defensivo, o fato de não ter tomado gol pela primeira vez na competição pode dar uma confiança importante para a equipe. Ainda assim, o sistema defensivo mostrou mais uma vez falhas na bola aérea que precisam ser concertadas o quanto antes.