Bom dia, sábado
Hoje a gente pode fazer história, hoje a gente quer fazer história, hoje a gente vai fazer história! Estamos a 90 minutos do Tetra Carioca!
Se você, Rubro negro, não acordou com o espírito de final, nervoso, roendo as unhas, sem conseguir concentrar nas pequenas demandas do dia, com aquela ansiedade que dá fome e sede simultâneas e cheio de vontade de vestir o manto e falar com todos na rua “É hoje hein”, então nem saia de casa, não assista no bar da esquina, não vá no churrasco que seus amigos marcaram e nem passe perto do estádio. Mas se você nem acordou porque não conseguiu dormir, é de você que a gente precisa lá dentro do Maraca logo mais!
Esse jogo é para o Flamenguista que acredita. Ele não acredita precisamente no técnico, na comissão, nos dirigentes ou nos jogadores. Ele acredita na camisa, ele acredita na gente. Nos piores momentos da nossa história, foi a gente que chamou o jogo, a responsabilidade e não deixou o time cair. Sempre fomos temidos, pelo espetáculo que fazíamos no estádio, e por esse incentivo transformar o ímpeto do time em campo, mudar o jogo, e buscar o resultado. Hoje é pra quem viveu aquele 2007, atropelando no final do ano com um time razoável mas que jogava com 12.
Nosso recente ano de ouro mexeu com o brilho da “Magnética”. Os últimos anos foram só de cobrança, tem gente que reclama nas vitórias pois não viram uma pressão, domínio tático e oportunidades criadas. Tem gente que reclama do título Brasileiro de 2020. A torcida do Flamengo está chata! Tiro como exceção desse apoio pífio pós 2019, o jogo Fla x Corinthians em 2021 pelo Campeonato Brasileiro, jogo em que a torcida fez o que se espera dela e o time jogou no espírito que desejamos.
Entenda de uma vez, torcedor: O ano fora da curva foi 2019. O sofrimento daí em diante faz parte da nossa vida de torcedor pré e pós. Se continuarmos presos em 2019, só o Flamengo será prejudicado. Hoje pode nublar, ventar, chover, que o lugar de Rubro Negro é na Arquibancada, cantando, apoiando, aplaudindo, Andreas, Vitinho, Leo Pereira, Arão, Renê e todos os demais que entrarem em campo, até o apito final. Depois cobrem o que acharem devido.
Nossa torcida recente está um reflexo das novas gerações. Desaprendeu a perder, quer criticar todos, do Presidente ao Nutricionista, e, se tivessem poder, mandariam dois jogadores e um técnico embora a cada mau resultado. Chegariam no meio do campeonato brasileiro sem elenco pra jogar.
Se você estava no gol do Pet, a ida ao estádio hoje não é uma opção, é obrigação. Procura aquele cambista gordinho de camiseta, rei dos memes, e faça sua parte. Lembre-se que precisávamos ganhar por dois gols de um time que, naquele momento, tinha meia dúzia de jogadores da Seleção. E, ainda assim, lotamos o estádio e apoiamos.
E é por isso que a gente precisa de você, da antiga, hoje no estádio. Você que não vai pra tirar selfie, nem pra ficar filmando a festa da torcida, você que vai para aplaudir todos os jogadores quando a escalação passar no telão, você que vai pra dar o espetáculo, cantar as músicas antigas, voltar para casa rouco, com a sensação do dever cumprido e ouvir a imprensa falar depois do jogo que hoje a torcida do Flamengo fez a diferença. Afinal, nossa glória é lutar!
E não deixem a geração 85 derrubar o português!
- Por Vinícius Cardim, torcedor apaixonado pelo Flamengo e frequentador da arquibancada desde 1987. A opinião é exclusiva do torcedor. Interessados em produção de textos podem enviar para avaliação pelo e-mail redacao@diariodofla.com.br