Desde o sucesso de Jorge Jesus pelo Flamengo em 2019, surgiu no Brasil uma tendência a contratar técnicos estrangeiros, na maioria das vezes vindo de Portugal. O Botafogo é mais um clube a adotar a estratégia ao contratar Luis Castro. Ex-auxiliar de Jesualdo Ferreira no Santos, Pedro Bouças, que também fez trabalhos de base no Benfica, criticou a postura de parte dos técnicos brasileiros.
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“Eu trabalhei no Brasil, e a qualidade dos jogadores nos campeonatos estaduais, mesmo em clubes sem divisão no futebol nacional, era muito alta. Em Portugal, nas divisões inferiores, não existe nada nem perto. Por ter tanto talento disponível, o treinador não é estimulado a encontrar saídas, novos modelos, criar mecanismos, e por isso, se torna menos completo”, disse Bouças ao ‘UOL’.
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Com a iminente chegada de Luis Castro ao Botafogo, 45% dos times da Série A do Campeonato Brasileiro não terá um técnico estrangeiro. No início do ano, o Flamengo trouxe o português Paulo Sousa para o comando técnico, antes ocupado por Renato Gaúcho. Quem também optou por um treinador lusitano foi o Corinthians, que fechou com Vitor Pereira. Jorge Castelo, ex-chefe de formação de técnicos de Portugal, citou arrogância dos comandantes brasileiros.
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“Por que houve declínio dos treinadores brasileiros? Não houve, na verdade. Eles dominavam Portugal antes porque eram e são bons. Depois, deixaram de dominar. Porque o treinador brasileiro deixou de estudar, de procurar formação, achava que bastava ser brasileiro para ser treinador. Aqui na Europa, temos que concordar que é onde há mais dinheiro, condições e melhor futebol. Todos os jogadores fora da Europa querem vir para cá. Em linhas gerais, o técnico brasileiro também quer, mas não busca conhecimento e formação suficientes para trabalhar aqui”, comentou.