O fim de semana é especial para os atletas do Flamengo no remo. Começa o Estadual de Remo e o Mengão busca o bicampeonato consecutivo. Vale lembrar que não houve campeão no ano passado por conta da paralisação do campeonato devido à pandemia da Covid-19.
O gerente de esportes náuticos do Flamengo, Marcello Varriale, conversou com o Diário do Fla e falou sobre o campeonato e como estão os atletas rubro-negros, inclusive, para os Jogos Olímpicos.
O que esperar do Estadual de 2021?
Marcello Varriale: “Certamente, comprometimento e muita vontade de vencer vindo da equipe rubro-negra. A temporada 2019 foi incrível para nossa equipe, vencemos todas as regatas que disputamos e começamos 2020 mantendo o mesmo ritmo, antes das competições serem suspensas. Agora, queremos voltar a conquistar mais troféus para o Flamengo, depois deste longo ano sem competições. O programa de provas do Estadual 2021 está bastante alterado em relação aos anos anteriores. Entendemos que a programação do Estadual deveria ter maior diversidade de classes de barcos e equilíbrio de gêneros, mas outro programa foi aprovado. De qualquer forma, nossa equipe está totalmente focada e preparando para cada uma das 6 Regatas do Campeonato que estão previstas para esta temporada. Assim como a maioria das modalidades, após um ano sem precedentes e de muitas restrições enfrentadas por todas as equipes, haverá algumas surpresas em resultados e um dinamismo diferente de uma regata para a outra”.
Não ter a competição em 2020 pode ser sentido agora? Como o Remo do Flamengo enfrentou a pandemia?
“Sim, o ano sem competições é sentido por todos os atletas, comissão técnica e também por nossos colaboradores, que compartilham da rotina durante todo este período. Há uma mistura de ansiedade e muita vontade de voltar a competir. Cada atleta lida com estes sentimentos de forma única, mas o objetivo do grupo é um só: fazer um excelente campeonato e seguir no caminho de mais títulos para o clube. O Remo do Flamengo enfrentou a pandemia com muita criatividade e comprometimento. Desde março de 2020 nossa comissão técnica tem se dedicado muito para realizar treinamento online para todas as categorias, mantendo contato com atletas da base até o alto rendimento diariamente. Nos períodos de maior restrição, os atletas da equipe sênior utilizaram remoergômetro (aparelho que simula a remada) em suas residências. Nossa infraestrutura permitiu que mais de 30 atletas recebessem equipamento em suas casas para poderem manter o treino, isso foi muito importante para o grupo. Com a flexibilização das restrições governamentais, pouco a pouco fomos retornando ao treinamento no clube, sempre seguindo um rigoroso protocolo interno, utilizado até hoje”.
Nas provas quais são as maiores apostas do Flamengo?
“Todas as provas são importantes para nossos objetivos, sem maiores ou menores apostas. Esta primeira regata tem provas de categorias de base e de alto rendimento no programa, e cada uma destas provas tem a sua importância e é encarada com prioridade pela comissão técnica e pelos remadores que a competirão”.
Como o Flamengo pode contribuir para o Remo brasileiro em Tóquio e claro pensando já em Paris 2024?
“Para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, o nosso grande Michel Pessanha está qualificado para o Double Skiff PR2 e tem treinado forte para fazer uma participação histórica nos Jogos. Nossos para-remadores da classe PR3 ainda tentarão a qualificação na regata de Gavirate, na Italia, no início de junho. Já no remo olímpico, as regatas de qualificação para Tóquio já passaram. Na regata continental, que é mais acessível e tem sido a porta de qualificação para os brasileiros em todos os últimos ciclos olímpicos, uma nova regra que impõe restrição de apenas uma vaga por país fez com que os dois barcos Double Skiff Peso-leve, um feminino e um masculino, formados por remadores rubro-negros, ficasse de fora dos Jogos. Os barcos tiveram resultado dentro da quota de qualificação (entre os 3 primeiros), porém apenas o barco com melhor ranking entre todas as provas em disputa conquistaria a vaga para Tóquio. E, neste caso, foi o remador do Single Skiff masculino, que ficou em primeiro na sua prova, que merecidamente conquistou e representará o Brasil no Japão. O foco dos remadores sênior do clube segue em fazer parte do programa nacional Remo4, ajudando a desenvolver e contribuir para aperfeiçoar este projeto de longo prazo, conquistando medalhas nos Jogos Pan Americanos de 2023 e qualificando para Paris 2024”.