O Flamengo goleou o Olimpia por 4 a 1, na quarta-feira (11/08), em Assunção, no Paraguai, pela ida das quartas de final da Libertadores. O Mais Querido vinha pressionado, depois de perder de 4 a 0 para o Inter no domingo, e respondeu da melhor forma. Além do placar elástico, que deixa o time com a classificação muito bem encaminhada, a equipe criou diversas oportunidades, mostrou bons aspectos táticos e poderia ter ganho de ainda mais.
Como esperado na Análise Tática pré-jogo, o Olimpia, embalado pela presença de público, fez uma pressão nos primeiros dez minutos da partida. O Flamengo se segurou e, então, começou a controlar o jogo. O time passou a botar a bola no chão e jogar no 4-2-3-1, com os laterais tendo liberdade para atacar. Aos 13, a equipe conseguiu criar a primeira grande chance. Filipe Luís cruzou na cabeça de Everton Ribeiro, na segunda trave, que cabeceou por cima.
O Mais Querido explorava também a lentidão do Olimpia e tentava sempre acelerar as jogadas, com a movimentação dos jogadores de frente e fazendo o facão para receber os passes em profundidade. Aos 15, veio o primeiro gol. Bruno Henrique passou para Gabigol no meio e avançou. O centroavante dominou de costas para a marcação e, marcado por três defensores, deu uma linda enfiada de bola de volta para o camisa 27. O atacante entrou na área, na velocidade, e serviu Arrascaeta, livre, que dominou e abriu o placar.
A partida parecia controlada e o Flamengo criou mais 3 chances claras em 5 minutos. Na primeira, Bruno Henrique recebeu outra enfiada de bola, passou pela marcação, invadiu a área e chutou em cima do goleiro. Na seguinte, em jogada ensaiada, Everton Ribeiro passou para Arrascaeta na área, que chutou para fora. Depois, o uruguaio cruzou uma falta na cabeça de Gustavo Henrique, que deu sem força, nas mãos do goleiro. Entretanto, um lance mudou a tônica do primeiro tempo.
Após choque com Arrascaeta, Salazar levou a pior, ficou 10 minutos sendo atendido em campo e teve que sair de ambulância, com traumatismo craniano. Depois da longa paralisação, o Olimpia voltou pilhado para a partida e tentou pressionar o Flamengo, sempre explorando a força física, as bolas alçadas na área e marcando duro, com muitas faltas. O Mais Querido continuava tentando explorar a velocidade e, principalmente, a movimentação e troca de posições dos jogadores de frente. Diego muitas vezes avançava, formando uma espécie de 4-1-4-1.
Então, veio o lance do pênalti. Everton Ribeiro, que costuma jogar aberto pela direita, conduziu pelo centro e passou para Gabigol, fora da área. ER7 infiltrou e o centroavante deu outra bela enfiada de bola. O meia teve a chance de chutar, mas passou de calcanhar para Arrascaeta, que foi derrubado. O lance seguiu, teve a expulsão de Filipe Luís, só que, após checagem no VAR, o juiz marcou a penalidade no uruguaio e anulou o vermelho. O camisa 9 deslocou o goleiro e ampliou.
No gol do Olimpia, muitas pessoas reclamaram de Isla, mas o lateral não foi o culpado. No começo da jogada, Everton Ribeiro sentiu um choque e ficou caído para o atendimento. O árbitro não parou o jogo, os paraguaios foram para frente e aproveitaram que não tinha o camisa 7 para fazer a recomposição. Na hora do cruzamento, Léo Pereira e Gustavo Henrique estavam no meio marcando um jogador. O lateral chileno disputou com Sosa, a bola passou e Iván Torres marcou livre, já que não tinha ER7 na marcação.
No segundo tempo, o Flamengo começou da melhor forma, já marcando um gol aos 6 minutos. Na jogada, Arrascaeta conduziu pelo meio e deu belo passe para Bruno Henrique, que estava na esquerda e centralizou para receber o passe. Ele dominou girando, deu uma tropeçada, invadiu a área e chutou mal. Por sorte, a bola ficou nos pés de Gabigol, sem goleiro, que ampliou. Depois disso, o jogo ficou mais tranquilo. O Olimpia tentava atacar, sempre usando a força física, mas ficava exposto na defesa, o que o Mais Querido explorava.
Renato Gaúcho substituiu os laterais, que estavam amarelados, mas manteve o esquema. Assim, o rubro-negro criou diversas chances depois do terceiro gol, a maioria com velocidade e passando pelos pés de Bruno Henrique, Arrascaeta e Gabigol. Aos 14, BH fez jogada pela esquerda, chutou cruzado de fora da área, perto da trave. Quatro minutos depois, o ponta avançou, passou para o uruguaio, que deu no centroavante, fora da área. O camisa 9 fez lindo toque para Everton Ribeiro, que cortou para a esquerda e chutou livre, por cima.
Aos 20, Arrascaeta conduziu pelo meio, deu linda enfiada para o facão de Gabigol e infiltrou na área. O camisa 9 cruzou rasteiro nos pés do uruguaio, que pegou muito mal na bola. Já aos 24, Bruno Henrique recebeu na velocidade pela esquerda, cortou para o meio, viu a infiltração de Everton Ribeiro pelo meio e deu lindo passe. ER7 chutou quase na pequena área, com força, só que parou no goleiro. O time quase fez um golaço de falta com Arrasca, aos 27, e, aos 29, Mathuezinho conduziu pela direita, passou para Gabigol na entrada da área e infiltrou. O centroavante devolveu de primeira, pelo alto, mas o lateral furou no chute. Na sobra, Gabi pegou mal na bola.
Depois de empilhar e desperdiçar as chances, Renato tirou Everton Ribeiro, Diego e Arrascaeta, para as entradas de Michael, Thiago Maia e Vitinho. Para um jogo que a velocidade estava sendo muito explorada, o treinador acertou nas mudanças, pois tirou os jogadores que são mais técnicos, porém mais lentos e que já estavam cansados, colocando atletas mais velozes. Aos 43, o time criou grande chance, quando Vitinho, que atuou centralizado, serviu Gabigol na área, que cortou para a esquerda e jogou por cima.
Então, aos 45, o último gol. Thiago Maia estava com a bola pelo meio e deu lindo lançamento para Gabigol, na velocidade. O centroavante ficou cara a cara com o goleiro e não foi fominha, servindo Vitinho, que empurrou para o fundo das redes. O Flamengo ainda teve a chance de fazer o quinto com Michael. Mais uma vez, Maia lançou com perfeição, dessa vez virando o jogo para o ponta, que atuou aberto pela direita. Ele dominou, driblou dois jogadores dentro da área, só que chutou muito alto e desperdiçou grande chance.
A goleada, então, foi fundamental para o time. A equipe praticamente garantiu a classificação para a semifinal da Libertadores e retomou a confiança que poderia ter sido abalada depois da derrota para o Internacional. O Flamengo mostrou ótimas virtudes, soube suportar a pressão inicial e criou diversas oportunidades. O time teve muita movimentação no ataque, com os jogadores alternando de posição, fazendo o facão e dando belos passes em profundidade. Jogo animador.