Depois de muita luta, ginástica do Flamengo muda de patamar e vive seu auge

Medalhas conquistadas por Rebeca Andrade coroam o bom trabalho que o clube vem fazendo, mesmo com diversas dificuldades

Depois de muita luta, ginástica do Flamengo muda de patamar e vive seu auge
Foto: Ricardo Bufolin/ CBG

A ginástica do Flamengo passou por muitos problemas e falta de investimento. Em 2009, o clube estava afundado em dívidas e Marcio Braga, que na época era presidente do Mais Querido, falou a tão conhecida frase “acabou o dinheiro”. Com isso, o clube não tinha recursos financeiros para continuar investindo na ginástica.

Siga o Diário do Fla no Twitter

Pouco tempo depois, o clube conseguiu fazer um convênio com a Prefeitura de Niterói e conseguir manter os irmão Hypólito e Jade Barbosa empregados. O ex-presidente falou com o portal “UOL” sobre a difícil decisão que precisou ser tomada na época.

“A diretoria se reuniu e decidimos não renovar os contratos com os atletas. Não dava para manter. Eles disputavam as competições pela confederação e o Comitê Olímpico não dava um tostão da arrecadação da loteria para os clubes que patrocinavam o esporte. Foi ali que começamos uma campanha para conseguir recursos da loteria, COB e governos. Fomos buscar outros clubes, como o Fluminense, Pinheiros, Minas Tênis, Sogipa, Grêmio Porto-Alegrense, que não é o do futebol, Corinthians e Vasco. Fizemos uma campanha nacional para tirar esses recursos e conseguimos. Foi criada uma associação de clubes (hoje CBC), que teve condições de receber e repassar esses valores”.

Siga o Diário do Fla no Instagram

Em 2012, outro grave problema envolvendo a ginástica Rubro-Negra. O ginásio Cláudio Coutinho, na Gávea, foi atingido por um incêndio, acabando com toda a estrutura da ginástica. O Flamengo precisou de doações para reconstruir o local. Comitê Olímpico dos Estados Unidos, Confederação Brasileira de Clubes (CBC), uma parte do clube e o COB ajudaram o Mais Querido financeiramente e, em 2015 o ginásio foi reinaugurado.

Nesse período, os atletas ficaram treinando em Três Rios, espaço conseguido através de Georgette Vidor, que na época era coordenadora da seleção e via os jovens ginastas como a renovação do Brasil. Mas a luta não parou por aí. Assim que Bandeira de Melo assumiu a presidência do Mengão e viu a imensa crise financeira em que se encontrava o clube, decidiu acabar com a equipe adulta de natação, judô e ginástica olímpica. Rebeca Andrade era a categoria juvenil e foi mantida, mas o nadador Cesar Cielo foi mandado embora.

Curta o Diário do Fla no Facebook

Daniele Hypólito, Diego Hypólito e Jade Barbosa foram fundamentais para que a ginástica Rubro-Negra foi resistindo, mas com as milhares de dificuldades e transtornos. Agora temos Flavia Saraiva e Rebeca Andrade que são de uma geração mais recente e vem nos enchendo de orgulho. Rebeca é a primeira ginasta a conquistar uma medalha olímpica e a primeira brasileira a ir ao pódio duas vezes em uma mesma edição. Com certeza, a Olimpíada de Tóquio vai mudar muito o rumo da ginástica no Flamengo. Rebeca Andrade será a porta-bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos.